terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Por que a Ideiasnet vendeu sua participação na NetMovies?


Lí a seguinte notícia no Infomoney:

"SÃO PAULO – A Ideiasnet (IDNT3) informou ao mercado que efetuou a venda da totalidade da NetMovies Entretenimento S.A. para a Tiger Global Management, recebendo R$ 11,1 milhões pelo negócio."

Tudo bem que a Ideiasnet não foi muito bem das pernas em 2010 (desvalorização de 31,91% até agora), mas essa notícia me fez ligar o alerta. Há pouco tempo postei aqui sobre Daniel Topel, o fundador da Netmovies, e fiquei impressionado com a questão de sua formação - ele é físico com mestrado em engenharia em Stanford. Entretanto, ao longo do artigo que saiu no Portal Exame, também fiquei impressionado com os números e com a afirmativa do diretor de desenvolvimento de negócios da Ideisnet, Marcelo Almeida, onde o mesmo afirma que Daniel Topel é uma pessoa diferente. Afirmativas à parte, a Ideiasnet não ficou nem um ano com o seu investimento. Será que a empresa não tem um futuro tão promissor?

O meu alerta não ligou só por conta dessa notícia, mas também por causa da imensa quantidade de reclamações da Netmovies (fui obrigado a recusar algumas por causa do baixo nível) que recebi aqui no blog, sem contar os e-mails. Em geral, as pessoas reclamam que não conseguem fazer contato com a empresa, que recebem cobranças indevidas e que o atendimento ao cliente simplesmente não existe. Leiam uma das afirmativas postadas por uma pessoa que não quis se identificar:

"Realmente a história do Sr. Daniel Topel é interessante e é inegável sua habilidade com números. Porém também é inegável a tamanha incompetência desta empresa no atendimento ao cliente. A própria figura da "Ouvidoria Netmovies" criada para administrar e interagir com clientes pelas redes sociais simplesmente desapareceu destes meios."

Obs: Se quiserem ler o restante, abram o esse link aqui e desçam até o fim da página.

Achei a ideia do Daniel Fantástica, assim como o algoritmo que o mesmo criou, mas será que tanta reclamação assim não tem fundamento? Dizem que aonde há fumaça tem fogo.

Enfim, não sei o motivo real da venda da participação da Ideiasnet na Netmovies, mas me preocupa bastante o fato de ver tanta reclamação por parte das pessoas, sem contar o fato da Ideiasnet, que já fez boas compras no passado, se desfazer de um investimento de R$ 4,5 milhões em menos de um ano.

Fiquem atentos! E também não deixem de dar o seu feedback aqui, pois ele é muito importante.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O que você pretende fazer em 2011?


Virada de ano, geralmente, é sinônimo de promessas, mudanças e vida nova. É hora dar início àquele curso que está em pauta, mas que você não começa; àquela academia da qual você vem correndo tem tempo, àqueles livros que estão empoeirados aguardando serem lidos e, por fim, mas não menos importante, o bendito planejamento financeiro que você saber ser fundamental, mas nunca inicia. Há pouco mais de dois anos, comecei a fazer cada uma dessas coisas que citei aí no início do post. De lá pra cá, sinto que cresci muito como pessoa, seja no âmbito profissional ou pessoal. Me organizei financeiramente, comecei a investir, terminei a minha faculdade, comecei um curso de empreendedorismo e entrei na academia. Felizmente, não tenho do que reclamar da minha qualidade de vida. Entretanto, tem uma coisa que me atormenta desde que comecei tudo isso. É uma pergunta que eu não conseguia responder, ao menos até hoje. Por que eu to investindo?

Ter objetivo é um dos princípios básicos que regem o investimento . Sem ele você fica sem um norte, e acaba não estipulando metas, muito menos consegue ter métricas para saber como você está andando. Ou seja, eu estava assim: perdido. Minha preocupação até então foi a de não perder dinheiro. Somente me preocupei em acumular, acumular e acumular. É óbvio que todos buscam segurança, e que uma reserva polpuda guardada é uma baita segurança, mas o fato é que não adianta ficar só guardando sem aproveitar nada. Pensando nisso, deu na "telha" pegar tudo que tenho guardado, inclusive vender o carro (se for preciso) e partir para fazer um curso fora do país. Ainda não vai ser um mestrado, que com certeza irei fazer, mas um curso de inglês voltado para negócios. Será uma oportunidade enorme de melhorar o meu inglês, que anda bem enferrujado, e de ter uma vivência internacional. Infelizmente, nunca tive a oportunidade de fazer uma viagem dessas. A grande questão, e que vem pesando bastante, é que me inscrevi para diversos programas de trainee. Estou querendo me mudar para o Rio e sinto que não falta muito para eu conseguir. Passei para a segunda fase de três dos programas para os quais me inscrevi, fiz as provas e estou aguardando os resultados. Se eu passar da próxima etapa, o sonho de ir pro Rio se torna palpável. Aguardar esses resultados está pesando muito na decisão de fazer uma viagem pro exterior. Outro fator preponderante, é o fato de eu ser concursado na Petrobras. A família toda, e alguns amigos também, acham que eu sou louco de pedir demissão pra viajar. Acham que eu devo continuar estudando inglês por aqui e ir tocando a vida. Bom, a única coisa que sei é que não posso me acomodar. Não terminei o meu curso de engenharia a toa. Se uma outra oportunidade bacana pintar, com certeza sairei da empresa em que estou para alçar novos voos. Não sei o porquê de tanto medo das pessoas, afinal de contas, vivemos em um país que está criando muitas oportunidades para as pessoas que querem e trabalham de verdade. E a bendita viagem, o que eu faço? Confesso que ainda não sei.

Mais complicado do que tudo que comentei acima, é saber se essa viagem realmente será um divisor de águas na minha vida, pois estarei mexendo nos meus investimentos para fazer um novo investimento de risco. Quem já conseguiu acumular alguma coisa investindo, sabe muito bem o quanto é difícil mexer nos investimentos, ainda mais quando estamos ganhando. Se você, leitor, tiver alguma opinião formada ou já viveu uma experiência do tipo, adoraria saber sua opinião. Deixa aí um comentário ou me manda um e-mail. Agradeço desde já

Faltam pouco mais de dez dias pro início de 2011 e a minha cabeça tá a mil. Só sei que muitas mudanças virão.

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E você, já sabe o que vai fazer em 2011? Pretende começar a investir?

Independente do que eu faça, estarei compartilhando minha decisão aqui com vocês. Também começarei a colocar a minha carteira de investimentos e os meus rendimentos aqui no blog, pautado no exemplo do colega Henrique, do blog HC Investimentos.

Um abraço para todos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Luciano Huck, o apresen... Ops! Investidor.


A assessoria de impresa do Peixe Urbano confirmou que o apresentador Luciano Huck tornou-se sócio da empresa, comprando uma pequena participação na mesma. Essa participação não foi divulgada, mas há especulações de que ele tenha adquirido 5% da empresa. O apresentador, em princípio, não entrará no controle da empresa, que continua sendo tocado pelos três sócios.

Pra quem não sabe, o apresentador também tem participações em outros negócios, como a rede de academias Body Tech e a rede Yoggi. Muitos podem se perguntar o porquê dele estar fazendo isso, mas acho que ele é uma pessoa extramamente inteligente, pois, por mais que ele e a esposa ganhem bem na Globo, o futuro é incerto. Tendo em vista que eles tem dois filhos, e que eles ainda são bem novinhos, nada mais justo do que diversificar os investimentos.

Acho que toda celebridade deveria se preocupar com o futuro. Afinal de contas, quantas histórias temos de pessoas que em dado momento estavam no auge e agora estão por aí fazendo bicos?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Bruce Bueno de Mesquita, o "Nostradamus da Ciência Política"



Quem me visita com frequência sabe do meu interesse por modelagens matemáticas. Sendo assim, não poderia deixar de postar uma resenha do livro The Predictioneer’s Game (Em tradução livre "O jogo do prognosticador"). A resenha foi feita por um doutorando em relações internacionais e encontra-se neste link -> Mundorama.

O Mundorama, aliás, é um site - FANTÁSTICO - que tem muita coisa bacana sobre Relações Internacionais. Não entendo quase nada disso, mas aconselho aos estudantes que estejam buscando trabalhos científicos na área. Visitem!

Agora chega de Blá, Blá, Blá e boa leitura.

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Resenha de The Predictioneer’s Game, por Luiz Antônio Gusmão



Acadêmico com bom trânsito na mídia, autor de mais de uma dezena de livros e centenas de artigos, Bruce Bueno de Mesquita (New York University) já foi chamado de “Nostradamus da Ciência Política” por prever com precisão e eficácia o desdobramento de processos políticos complexos com base em modelos formais de teoria dos jogos. Sua última obra, além de uma honesta autobiografia acadêmica sobre a trajetória de um obscuro doutorando em Ciência Política da Universidade de Michigan que acabou montando uma discreta e bem-sucedida empresa de consultoria para serviços de inteligência do governo e grandes corporações, é também um provocante panfleto teórico-metodológico.

O objetivo principal é divulgar (e fomentar a aplicação) do modelo que BdM vem desenvolvendo nas últimas três décadas e tem aplicado na análise de, por exemplo, negociações internacionais sobre quotas de emissão de gases do efeito estufa, o programa nuclear do Irã e a ajuda militar ao Paquistão para fazer frente ao ressurgimento dos Talibãs.

O modelo é simples, mas nada simplório. Basicamente, consiste em alimentar um software com informações obtidas a partir de pesquisas e entrevistas com especialistas sobre (1) os atores envolvidos e potencialmente interessados na decisão a ser tomada (2) a posição que eles assumem em relação à questão, (3) a importância que eles atribuem a sua solução e (4) o poder que os atores têm para influenciar os demais e “atraí-los” para sua posição.

A partir desses dados, o programa elabora uma série de matrizes que definem, em diversas rodadas, as percepções que os atores têm uns dos outros e a probabilidade com que eles irão coordenar esforços, entrar em conflito, pressionar seus rivais ou simplesmente aquiescer. Cada rodada gera uma situação em que as posições, a influência e/ou a importância atribuída vão se ajustando estrategicamente (competitiva ou cooperativamente), configurando a situação que seria conveniente para cada um dos envolvidos. O jogo continua até que uma coalizão estável de atores poderosos se forme próximo à mediana. Quando a distribuição de coalizões se polariza, tem-se uma situação de conflito iminente.

Claramente, a obra se dirige ao público não-especializado. As complexas equações de utilidade e cálculo de custo-benefício são deixadas para as referências bibliográficas. Do instrumental teórico empregado, apenas rudimentos de Escolha Racional são apresentados nos capítulos 2 e 3. BdM se esforça para convencer-nos de que sua metodologia, rigorosamente científica, não apenas permite aos decisores antever os resultados de complexas interações estratégicas como também moldá-las de forma a produzir resultados favoráveis (seja evitar a deflagração de uma guerra ou a detectar, com anos de antecedência, empresas com alto risco de fraudes).

É com surpresa e diversão que o vemos contar como foi contratado para manipular as regras de escolha do diretor de uma empresa de forma a eliminar o candidato preferido pela maioria dos diretores (mas detestado pelo gerente que iria ser substituído), permitindo a eleição de um nome que sequer estava entre os três primeiros (problema que remete ao célebre paradoxo de Condorcet: as preferências coletivas são cíclicas, ou seja, quando agregadas não produzem equilíbrios estáveis, sendo sempre possível fazer uma coalizão alternativa de votos que vença na barganha; daí, quem elabora as regras de votação pode arranjá-las de tal forma que sua opção preferida seja a escolhida e o processo pareça imparcial).

Toda versatilidade do modelo é testada quando aplicado para elaborar interessantes contrafactuais de eventos históricos (a decadência de Esparta, a deflagração da I Guerra, a ascensão de Hitler) e reinterpretar a importância das instituições na modulação de processos de longa duração (para BdM, a formação dos Estados nacionais e a decadência da Igreja Católica foram consequências diretas das regras estabelecidas com a Concordata de Worms, em 1122).

O autor é o primeiro a chamar atenção para os limites do seu modelo: ele não é aplicável a dinâmicas de mercado (onde os atores interagem espontaneamente) e a incorporação da dimensão temporal é problemática (e não é bem explicada no livro). Também deixa claro que, para funcionar adequadamente, depende não apenas de informação bem pesquisada, mas também da elaboração de questões pertinentes e precisas. Ou seja, o talento do pesquisador está na base da pesquisa, elaboração dos dados e interpretação dos resultados. O modelo apenas processa as informações.

O capítulo sobre os grandes fiascos é um exemplo de como aprender com os erros para melhorar e sofisticar a análise. BdM previu que a reforma do sistema de saúde do governo Clinton seria aprovada pelo Congresso, mas seu modelo não contava (nem tinha como prever) com a ocorrência de denúncias de corrupção que acabaram por provocar a saída de um dos atores-chave no processo de tramitação do projeto na Comissão de Meios e Arbitragem. BdM usou essa falha grave para incorporar ao modelo modificações aleatórias nas variáveis-chave (posição, saliência, influência).

No site do livro (http://www.predicitioneersgame.com), o leitor pode testar por si mesmo a última versão do modelo que, além dos choques aleatórios, incorpora as variáveis de flexibilidade (capacidade de se comprometer com um posição mesmo que o resultado preferido não seja obtido ou de mudar de acordo com o vento, apoiando sempre a coalizão vencedora) e de poder de veto (uma dummie que identifica os atores que podem bloquear decisões).

A obra merece ser traduzida e consumida por alunos sequiosos de modelos analíticos com aplicação prática a problemas empíricos. A difusão do trabalho desse acadêmico prolífico e empreendedor pode provocar uma renovação na comunidade brasileira de Relações Internacionais, onde a metodologia quantitativa e as abordagens formais são vistas com desconfiança, desprezo ou sarcasmo.

DE MESQUITA, Bruce Bueno (2009). The Predictioneer’s Game: Using the Logic of Brazen Self-Interest to See and Shape the Future. New York: Random House, 272 pp. ISBN 1400067871

Luiz Antônio Gusmão é doutorando em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília – UnB e analista de relações internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG (luizgusmao@gmail.com).

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Esse livro já tá na lista de prioridades pra leitura.

Adoro essas coisas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cameron Johnson - O jovem empreendedor em série



Alguém aí já ouviu falar sobre o jovem empreendedor Cameron Johnson? Com um pouco de criatividade, iniciativa e coragem, ele abriu diversos negócios em série, se tornando um milionário antes de atingir a maior idade.

Pra quem quiser conhecer, além dele, o nome de outros jovens empreendedores, visite a página do Portal Exame aqui.

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Cameron Jhonson, milionário aos 15

"Só para ter uma idéia, Cameron conseguiu ganhar US$ 50 mil antes dos 12 anos (gente, são R$ 89,9 mil!). Tudo começou aos oito anos, quando ele recebeu um presente do empresário americano Donald Trump: a estadia no mesmo quarto que o personagem de Macaulay Culkin no filme Esqueceram de Mim ficou em Nova York.

Cameron começou com uma pequena empresa de impressão de convites, e os primeiros clientes foram amigos e clientes de seus pais. Então passou a comprar e revender bichinhos de pelúcia pela internet. Foi aí que ele, aos 12 anos, já tinha 50 mil "doletas" e continuava criando novas empresas. Antes de completar o colegial ele alcançou seu primeiro milhão e já tinha 12 empresas sob seu comando.

Mas o gordo na conta bancária veio mesmo do Surfingprizes.com, um software que pipocava pop-ups no navegador das pessoas, pagando alguns centavos. Algumas parcerias com sites de publicidade, porcentagens para cá, dividendos para lá e, voilá, os cheques começaram a aparecer em valores cada vez mais altos. Até que um dia ele vendeu o software por uma bolada e estava feito seu primeiro milhão, aos 15 anos.

Hoje em dia ele vive de seu trabalho como seu próprio relações públicas, é autor de best-sellers sobre como se tornar um milionário e dá palestras sobre o tema pelos Estados Unidos. Além de alguma participações em programas de TV.

Algumas dicas de Cameron são: começar pensando pequeno, procurar lucro em coisas próximas de você (como os bichinhos de pelúcia da irmã no caso dele), e não fazer dívidas (tá, essa todo mundo sabe)."

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Histórias assim fazem eu ficar cada vez mais animado, e provam que não precisa ser um gênio para ter sucesso nos negócios.

Que tal trabalharmos nossa iniciativa?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Controle seu dinheiro ou ele controlará você


Essa semana ando mais empolgado com as finanças do que de costume. Depois de passar um feriadão só gastando (mais do que devia até), aproveiter para ler, pela terceira vez, Pai Rico, Pai Pobre, além de dar uma rápida passada de olho pelo livro de T. Harv Eker, Os segredos da mente milionária. Só me chacoalhando pra ver se eu acordo mesmo.

Em seu livro, Eker mostra como substituir uma mentalidade destrutiva por uma que possua os "arquivos de riqueza", como ele costuma dizer. Alguns de seus principais fundamentos seguem abaixo:
  • Ou você controla o seu dinheiro ou ele controlará você;
  • O hábito de administrar as finanças é mais importante do que a quantidade de dinheiro que você tem;
  • A sua motivação para enriquecer é crucial: se ela possui uma raiz negativa, como o medo, a raiva ou a necessidade de provar algo a si mesmo, o dinheiro nunca lhe trará felicidade;
  • O segredo do sucesso não é tentar evitar os problemas nem se livrar deles, mas crescer pessoalmente para se tornar maior do que qualquer adversidade;
  • Os gastos excessivos têm pouco a ver com o que você está comprando e tudo a ver com a falta de satisfação na sua vida.
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Depois de passar um feriadão gastando descontroladamente, agora tenho que colocar o gênio financeiro pra funcionar. Como pagar as contas sem mexer nos investimentos?

Até o próximo post.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O caso do banco Panamericano


Desde ontem o caso do banco Panamericano vem inundando os noticiários com o rombo contábil no valor de R$ 2,5 bilhões, descoberto pelo Banco Central. Sim amigos, uma cifra bilionária. Fruto de fraudes no balanço da empresa, que negociava carteiras com bancos de grande porte.

Para um melhor entendimento do que houve, hipoteticamente falando, o grande banco (comprador) adquiria uma carteira do Banco Panamericano (vendedor) em um valor X, declarando isto em seu balanço. Já o Banco Panamericano, declarava a venda desta carteira por X+1, o que inflou os resultados.

Se não fossem os técnicos do Banco Central, até onde essa história poderia chegar? Ninguém sabe. Os prejuízos poderiam ser enormes para os investidores, principalmente para a Caixa Econômica, dona de 49% do Panamericano.

A verdade é que o maior perdedor nesta história toda, até agora, tem sido o empresário e apresentador Silvio Santos. Aliás, estou admirado com a rapidez das suas ações e com a postura de tomar as rédeas das negociações. Ele está pondo em xeque R$ 2,5 bilhões dos seus ativos, dentre eles a fabricante de comésticos Jequiti e o hotel Jequitimar, para reestabelecer o banco. Não restam dúvidas de que o apresentador terá que vender algo no futuro.

Acredito que após o banco ser reestruturado e ter o seu balanço limpo ele seja vendido. Sabe-se lá quais foram os termos contratuais ajustados para o pagamento do empréstimo que Silvio fez, mas o fato é que o faturamento do seu conglomerado não irá dar conta do rombo tão cedo.

Apesar de tudo, minha confiança é tão grande na integridade e capacidade de Silvio Santos, que vendi toda a minha posição na construtora Gafisa para comprar ações do Banco Panamericano. De ontem pra hoje eu já tive mais de 10% de valorização. Incrível, não? Eu poderia vender os papéis e sair dessa numa boa, ganhando praticamente o que um fundo DI me daria em um ano de aplicação.

A partir de agora é confiar no bom e velho apresentador Silvio Santos. Já deixei um stop loss pronto e ficarei posicionado na ação até maiores informações. Tenho pra mim que poderei ganhar muito confiando em sua recuperação. A limpeza já começou a ser feita. O empresário está fazendo um levantamento de todos os familiares que trabalham no grupo, além de já estar montando uma nova diretoria. Segundo palavras do próprio Silvio, o rombo financeiro foi "a maior traição que sofreu na vida". O banco era presidido por seu concunhado, Rafael Paladino. O apresentador já chegou a afirmar que ele é um exemplo de profissionais a ser seguido pelos demais.

Que decepção, heim Silvio!?


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Seja vendedor de você mesmo


Ontem eu lí o livro Manual do Empreendedor, escrito pelo editor do Tribo do Mouse, João Reginatto. Aliás, para quem não conhece o blog dele, vá lá conferir. Tem uma série de artigos interessantes sobre empreendedorismo e o cotidiano nas empresas.

Mas, voltando ao assunto do livro, me deparei com um trecho que fala sobre a importância de saber se vender. Quem trabalha em grandes empresas, onde existem talentos espalhados em vários setores, sabe o quanto é difícil se destacar. Eu, particularmente, preciso melhorar esta característica em mim. Confesso que não sou bom vendedor, pois quase nunca ressalto para as pessoas as minhas qualidades.

Deem uma lida no trecho do livro abaixo e entendem um pouco o porquê da importância de saber se vender.

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Fale sobre o que você faz

Paciência se você não gosta de se vender, mas a verdade é que você tem que falar sobre as suas qualidades, do contrário ninguém fica sabendo. Com um empreendedor, o objetivo é um pouco diferente. O caráter social da Internet atual permite que o José, micro-empreendedor, possa ser tão ou mais ‘famoso’ do que o João, mega-empresário, simplesmente pelo fato de usar efetivamente os canais existentes. Isso faz uma enorme diferença, afinal, quem, ou qual empresa / produto / serviço, os consumidores irão escolher? Hoje em dia, muitos empreendimentos são conhecidos muito mais por causa de seus empreendedores do que qualquer outra coisa. Vem-me à cabeça o caso de Loic LeMeur, um francês radicado no Vale do Silício, e dono da Seesmic. Quem era a Seesmic há três anos atrás? Ninguém se lembra, e eu posso dizer para vocês que não era nada parecido com o que é hoje (tinha outra estratégia e outros produtos). Mas Loic, através de seu blog, marcou seu nome como ‘grande empreendedor de Internet’, a tal ponto que qualquer coisa que ele tentasse vender teria mercado. Ele tem seguidores, ele conseguiu formar a ‘Tribo’, sobre a qual Seth Godin fala. Hoje, o Seesmic é um dos principais clientes de Twitter no mercado. Faça o mesmo, escreva sobre o que você faz, sobre o que você acredita. Mostre a sua paixão por seus produtos. Compartilhe suas idéias, suas experiências. Tudo o que você oferecer aos outros trará algum benefício em contrapartida. Outra perspectiva interessante nessa dica é o elemento imprensa. Nós utilizamos muito pouco a imprensa com o objetivo de divulgar iniciativas empreendedoras no Brasil, e isso é algo que podemos consertar. A imprensa é um elemento importantíssimo para a existência de um real ecossistema para empreendedorismo. Felizmente (novamente por causa da Internet) temos um bocado de gente boa querendo falar sobre isso (como os sites Startupi, ReadWriteWeb Brasil, entre outros), então mexa-se e use esses canais.

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Obs: quem tiver afim de ler o livro, pode entrar lá no blog Tribo do Mouse e procurar pelo mesmo. Aproveitem para dar uma olhada nos artigos.

Um abraço!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um pouco da realidade de quem mora no Japão


Não sei se já comentei aqui alguma vez, mas sou apaixonado pela cultura japonesa. E a comida? Hummmmm, nem se fala... Delícia!

Eu ainda vou ter o prazer de dizer que já visitei o Japão. Principalmente depois de um post que eu lí neste blog -> Nihongo Narae!

O autor foi fazer um estágio no Japão e escreveu, durante as horas vagas, uma lista com mais de 90 itens sobre o que é morar no japão. Achei fantástico.

Morar no Japão é...

1. Sempre ter uma loja de conveniência por perto; às vezes, mais que uma em um quarteirão.
2. Poder andar com seu salário do mês na carteira sem se preocupar com assalto.
3. Poder sacar dinheiro em lojas de conveniência, sem precisar pagar uma taxa abusiva por isso.
4. Ter que conviver com uma amplitude térmica de até 50ºC entre o inverno e verão.
5. Ver meninas indo para a escola de saia, sob um frio abaixo de zero.
6. Ficar impressionado com a facilidade que os nativos têm para dormir nos trens (alguns até de pé).
7. Ficar impressionado com o hábito de leitura do povo (até mesmo em trens superlotados em que mal dá pra se mexer).
8. Ver muitas pessoas usando máscaras na rua, pelo simples fato de estarem gripadas (no Brasil, nem com a gripe h1n1 existe esse costume).
9. Cumprimentar as pessoas a um metro de distância, abaixando levemente a cabeça, junto com um aceno.
10. Entrar em uma loja para comprar uma caneta e ter centenas de opções de cores, tipos e preços.
11. Saber na prática o que é deflação.
12. Ter a impressão de que tudo que podia ser inventado já foi inventado.
13. Se acostumar com sites de lojas virtuais ultra poluídos, visualmente.
14. Entrar em uma loja de eletrônicos e escutar 『いらっしゃいませ~!』 mais de 10 vezes no intervalo de 2 minutos.
15. Dificilmente ver algum motorista fazendo curva sem dar seta.
16. Esperar pelo semáforo de pedestres abrir, mesmo que a rua esteja deserta.
17. Correr para pegar o semáforo de pedestres aberto.
18. Poder confiar na tabela de horário dos trens/metrôs.
19. Correr desesperadamente para não perder o último trem/metrô do dia.
20. Poder contar com policiais arrumados, educados e até gentis para pedir informações.
21. Desconhecer as "profissões" que no Brasil são conhecidas como flanelinha e camelô.
22. Esquecer o significado da palavra pirataria.
23. Ver notícias bizarras do tipo "Policial é preso por roubar roupas íntimas femininas de um varal..."
24. Dificilmente ver pessoas obesas.
25. Poder comer doces que não são exageradamente doces.
26. Sempre ter uma vending machine de bebidas por perto.
27. Ser agradecido pelo motorista, ao descer do ônibus.
28. Não encontrar latas de lixo pela cidade, e ainda assim ela ser muito limpa.
29. Conviver com tufões, tsunamis, terremotos, vulcões...
30. Ter que se contentar com praias limpas, mas muito feias (com exceção de Okinawa).
31. Poder beber água diretamente da torneira, e descobrir que ela é melhor que algumas águas minerais engarrafadas.
32. Pagar o equivalente a R$6,00 em uma maçã, R$40 em uma manga, R$115 em uma caixa com 6 pêssegos, R$3 em um limão etc.
33. Ver crianças 7 anos de idade pegando trem, desacompanhadas.
34. Quase esquecer do gosto de carne bovina.
35. Ter que suportar um verão altamente úmido e com temperaturas de até quase 40ºC.
36. Não conseguir encontrar alguém sem celular (até os mendigos têm).
37. Ver um mendigo na rua e achar o cúmulo do absurdo.
38. Poder confiar na previsão do tempo.
39. Escutar 『へぇ~!』 muitas e muitas vezes nos programas de tv (a ponto de irritar, eu diria).
40. Receber ¥1 (o equivalente a um centavo) como troco.
41. Nunca ouvir falar "Ih, moço, não tenho troco...", mesmo usando uma nota de ¥10000 para comprar algo de ¥50.
42. Ver muitas pessoas engravatadas indo trabalhar aos domingos.
43. Ver estudantes de ensino médio indo para a escola aos domingos.
44. Entrar numa livraria e ver um corredor de pessoas lendo em pé, horas a fio.
45. Ficar pasmo com a quantidade de livros, revistas, mangá etc. de qualquer livraria.
46. Ser considerado estranho ao comer lámen, udon ou soba sem fazer barulho.
47. Ir a um restaurante de rodízio, em que se pode comer e/ou beber à vontade... Mas com o limite de 2 horas.
48. Não duvidar dos próprios olhos ao cruzar com uma moça usando saia rosa sobre calça jeans.
49. Ver homens usando sandália Crock rosa-shock.
50. Dificilmente ver pessoas usando óculos escuros.
51. Entender por que ir ao dentista regularmente é importante.
52. Acabar comprando pasta de dente salgada, por engano.
53. Entender o verdadeiro significado da palavra consumismo.
54. Encarar os domingos como dia de fazer compras e passear, e não como um dia mórbido para ficar em casa sem ter o que fazer.
55. Não conseguir entender o porquê de tanto fascínio pelo Pachinko, o caça níquel japonês.
56. Ver um presidente que foi eleito com popularidade recorde deixar o cargo em 8 meses.
57. Se dar conta de que o palavrão mais feio usado no dia-a-dia é aquele que equivale a "M****!" em português.
58. Achar comum os chamados salary-man saindo de táxis completamente tortos e vermelhos de tanto beber.
59. Não escutar piadinhas com conotações sexuais.
60. Ter que fazer um esforço danado pra entender pessoas falando (ou tentando falar) em inglês.
61. Sempre, sempre, sempre ser tratado como cliente, e não como "parceiro", "bróder", "chefia", "patrão", "véio" etc.
62. Achar todas as crianças pequenas muito bonitinhas (porque são mesmo).
63. Ao comprar um doce em uma confeitaria, receber um pequeno saquinho plástico contendo um papel umedecido para limpar as mãos.
64. Ficar admirado com o grau de realismo das "comidas de plástico" expostas nos restaurantes.
65. Ir a um restaurante e comprar o bilhete do seu pedido através de uma máquina, que muitas vezes fica fora do estabelecimento.
66. Não ouvir coisas do tipo "Agradeça a Deus por..." sem a pessoa saber se você acredita nisso.
67. Ir a uma boate e quase não ver pessoas "se pegando".
68. Ver casais que, supostamente, já estão no terceiro encontro, mas que ainda sequer andam de mãos dadas.
69. Ficar pasmo com a habilidade que os motoristas têm para estacionar os carros em vagas apertadíssimas.
70. Sentir na pele o efeito da alta densidade demográfica.
71. Poder abastecer o carro com gasolina 100% (sem os 60% de álcool que vemos em alguns postos brasileiros), ainda que o petróleo seja praticamente 100% importado.
72. Se dar conta de que Car Navigation não é coisa de outro planeta (de outro mundo, talvez).
73. Pagar mais de ¥32000 (o equivalente a uns R$600) mensais por uma vaga de estacionamento.
74. Ser considerado pobre por ganhar menos de U$22.000 anuais.
75. Notar que as pessoas abrem o guarda-chuva mesmo com uma garoa quase imperceptível.
76. Poder receber e enviar e-mails de graça do celular, mesmo sem ter contratado um plano mensal de 300 minutos e R$200 mensais.
77. Perceber que muitas vezes o caixa de um restaurante, por exemplo, fica sem ninguém cuidando; isto porque a pessoa responsável, muitas vezes, tem mais de uma função.
78. Perceber que os refrigerantes são, de fato, adaptados para cada país (a Fanta Uva, por exemplo, é tragável!)
79. Pagar o equivalente a U$30 numa garrafa de Johnny Walker Black, com a certeza de que não é adulterado.
80. Olhar para o iPhone como um produto qualquer, não como uma jóia.
81. Descobrir que, se tratando de sushi, o salmão não é um peixe tão nobre, pois o rei soberano é o atum.
82. Ver as pessoas obedecendo as leis anti-fumo, aglomeradas nos fumódromos no meio da calçada.
83. Descobrir que é possível um banheiro público masculino ser limpo.
84. Ver muitas bolsas Louis Vuitton na rua sabendo que não são "cópias legítimas".
85. Poder ter um negócio 24 horas sem nunca ter sido assaltado.
86. Poder comprar um video-game em 24 parcelas, praticamente sem juros.
87. Pagar o equivalente a U$20 para assistir a um filme no cinema.
88. Descobrir que, no cinema, muitas pessoas ficam sentadas até o término dos créditos finais do filme, no escuro.
89. Comer em mini-restaurantes que só têm balcão, e nenhuma cadeira.
90. Nos restaurantes, receber uma toalhinha umedecida e quente, para limpar as mãos.
91. Poder entrar nas lojas fantasiado de Stormtrooper, sem ser confundido com um assaltante.
92. Quase não precisar enfrentar filas gigantes em super-mercados.
93. Descobrir que até presidentes de determinadas empresas de grande porte vão ao trabalho de transporte público.
94. Poder desfrutar de fogos de artifícios muito bonitos, mas só no verão.
95. Ter postos de saúde limpos, conservados e eficientes.
96. Poder comprar um carro de super-luxo mesmo não sendo milionário.
97. Não desperdiçar quantidades absurdas de tempo e combustível em engarramentos, graças aos carros híbridos e ao transporte público eficiente.
98. Andar de escadas e esteiras-rolante falantes.
99. Ter um acervo gigantesco e bem conservado nas bibliotecas públicas.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Bajuladores tendem a ascender mais rápido na carreira

Quem nunca se sentiu injustiçado ao ver pessoas de competência duvidosa assumindo postos de liderança antes de você?

Já parou pra se perguntar como essas pessoas sobem na carreira?

A resposta talvez esteja numa pesquisa realizada por duas universidades americanas.

E você, já bajulou ou bajula o seu chefe? Concorda com isso?

Eu, particularmente, acredito que a competência sempre deve falar mais alto na hora da escolha, mas também não posso negar que receber uma massagem no ego faz bem. E isso com certeza vale pra qualquer ser humano.

Deem uma lida na matéria:

"São Paulo – Competência nem sempre é o bastante para trabalhar na diretoria de uma empresa. De acordo com uma pesquisa das universidades americanas Northwestern e de Michigan, executivos tendem a subir na carreira com mais facilidade quando adulam os líderes, mesmo não tendo o melhor currículo. A partir daí, os estudiosos tentaram também descobrir quais as posturas mais bem-sucedidas na hora de convencer os chefes a promovê-los.

As conclusões, publicadas no periódico Administrative Science Quarterly, vieram de um levantamento feito com cerca de 1.000 líderes (134 presidentes-executivos e 765 membros de conselho administrativo) de empresas dos setores industrial e de serviços americanos. Os dados foram cruzados com informações demográficas e biográficas de várias fontes, como o Standard & Poor’s e relatórios anuais de empresas. As companhias também deram permissão aos pesquisadores para acompanhar os movimentos dos executivos nas diretorias e suas relações pessoais e profissionais com outros executivos, diretores e conselheiros.

Estratégias

Durante a pesquisa, os executivos descreveram quais as suas melhores estratégias para “puxar o saco” de colegas sem que vissem por trás disso o interesse de ganhar uma promoção. A tática mais eficiente apontada pelos entrevistados foi a bajulação por meio de um pedido de conselho. Como quem não quer nada, o adulador profissional pergunta ao chefe “como conseguiu fechar um contrato tão bem-sucedido?” e, assim, conquista seu espaço.

Outra ação bastante adotada pelos executivos é fazer elogios aos líderes para seus amigos, já presumindo que eles vão servir de “pombo-correio” e contarão aos chefes tudo que ouviram. Em terceiro, os executivos buscam descobrir as opiniões de seus chefes previamente para, depois, afirmar publicamente que concordam com tal postura. Quem consegue emplacar movimentos mais sofisticados de bajulação, reforçando as semelhanças sociais, políticas ou até religiosas com os colegas, geralmente conseguem alcançar seus objetivos.

Essas táticas, segundo o estudo, fazem diferença mesmo. Dados apontam que, se um executivo escolhe um membro do conselho para bajular e, em um ano, consegue executar as três estratégias por, pelo menos, duas vezes, suas chances de ser indicado para o conselho aumentam 68%.

Além das estratégias de bajulação, a pesquisa mostra a importância das relações interpessoais para o desenvolvimento da carreira. Ela aponta também que profissionais das áreas de direito, vendas e política tendem a ter mais talento para a bajulação do que aqueles especializados em engenharia, serviços financeiros e contáveis, já que o cotidiano destes não exige muitos contatos pessoais."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Warren Buffet escolhe - possível - sucessor


Pouco após completar seu 80° aniversário, o megainvestidor Warren Buffet, homem que já alcançou o primeiro lugar no ranking dos mais ricos do mundo, escolheu um gestor, até então desconhecido pelo mercado, para assumir parte das operações da Berkshire Hathaway.

Segundo o Wall Strett Journal, o escolhido chama-se Todd Combs e tem 39 anos. Em princípio, Warren Buffet não se afastará das atividades de investimento, mas acredito que se afastará da rotina cada vez mais a partir de agora. Afinal de contas, ele já tem 80 anos.

Não sei se Todd Combs administrará o fundo como um todo num futuro próximo, mas é certo que encontrar alguém com características semelhantes a de Buffet não será tarefa fácil.

Um pequeno comentário do megainvestidor:

"Durante três anos, Charlie Munger e eu estivemos procurando por alguém do calibre de Todd para cuidar de uma parte significativa dos investimentos da Berkshire. Estamos felizes que Todd vai se juntar a nós."

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Google e Israel disponibilizarão manuscritos do antigo testamento


Iniciativa muito bacana do Google junto a Israel. Tomara que o manuscrito tenha tradução para o português.

Fonte: Portal Exame

Jerusalém - O departamento israelense de Antiguidades e o gigante americano da internet Google anunciaram nesta terça-feira o lançamento de um projeto para divulgar, na internet, os manuscritos do Mar Morto, que contêm alguns dos mais antigos textos bíblicos.
de dólares (2,5 milhões de euros), tem por objetivo disponibilizar gratuitamente esses documentos, que possuem cerca de 2 mil anos.

"É a descoberta mais importante do século XX e vamos compartilhá-la com a tecnologia mais avançada do século XXI", afirmou a responsável pelo projeto do departamento israelense de Antiguidades, Pnina Shor, em uma coletiva de imprensa em Jerusalém.

A administração israelense captará imagens em alta definição utilizando uma tecnologia multiespectral desenvolvida pela NASA, a agência espacial americana.

As imagens serão, posteriormente, publicadas na internet pelo Google em uma base de dados e traduções dos textos colocadas à disposição.

"Todos os que possuem uma conexão à internet poderão acessar algumas das obras mais importantes da humanidade", disse o diretor do centro de pesquisa e desenvolvimento do Google em Israel, Yossi Mattias.

Shor afirmou que as primeiras imagens estarão disponíveis nos próximos meses e o projeto terminará em cinco anos.

Acredita-se que os 900 manuscritos encontrados entre 1947 e 1956 nas grutas de Qumran, no Mar Morto, constituem uma das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos. No material encontrado, há pergaminhos e papiros com textos religiosos em hebraico, aramaico e grego, assim como o Antigo Testamento mais velho que se conhece.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Carl Icahn: o investidor administrador


Mais uma história notável de um investidor que merece o meu respeito.

Fonte: Wintrade

Carl Icahn, um judeu de classe média, criado em Queens, bairro de Nova York. Seu pai era advogado e sua mãe professora. Quanto a Carl, passou por algumas apostas na carreira até se firmar profissionalmente no mundo financeiro. Graduou-se em Princeton, cursou medicina por dois anos, alistou-se no exército e, somente depois, chegou a Wall Street, a tão conhecida rua que abriga a Bolsa de Valores de Nova York, a mais importante do mundo.

Para começar a operar na Bolsa, em 1968, ele pediu um empréstimo e arregaçou as mangas, como se costuma dizer para quem vai colocar a mão na massa. De lá para cá descobriu que o que mais gostava de fazer era ganhar dinheiro. E para fazer jus ao incentivo que teve no início de sua carreira, recuperou empresas colocando em xeque administradores que, para ele, mantinham status sem merecimento.

É por agir dessa forma que Carl Icahn vem sendo chamado de o “Robin Hood de Nova York”. Ele compra a empresa que não vai bem, mas que tem um número grande de pequenos acionistas e ativos subvalorizados, e reformula todo seu quadro administrativo. Se não puder comprar de uma só vez, Icahn vai adquirindo as ações até conseguir chegar ao bloco controlador da empresa. Assim, ele faz com que os funcionários se mexam e madruguem no trabalho, gerando lucro tanto para empresa, quanto para o investidor que depositou sua poupança nela. E a pergunta é: o que ele ganha com isso? Depois de colocar a empresa no rumo, de maneira que ela ande com as próprias pernas, Icahn vende a companhia e embolsa a diferença.

Sofrer faz crescer?

Não é regra, nem deveria ser caminho, mas para Carl Icahn parece que essa premissa de que quem sofre cresce, deu certo. Ele não teve apoio do pai, nem mesmo nos estudos, e chegou a ser até desprezado. Foi jogando pôquer no campus da Universidade que conseguiu arcar com o custo das mensalidades.

Assim, na contramão, Icahn chegou aos US$ 14 bilhões em patrimônio e ocupa a posição de 43º homem mais rico do mundo. E o que atesta é que sua diversão se resume em “chacoalhar as empresas e dar uma injeção de ânimo no capitalismo americano”.

Agora, aos 74 anos, além de ser odiado pelos CEOs que ele põe na linha e amado pelos acionistas que ele apadrinha, Carl Icahn se tornou um dos maiores filantrópicos dos Estados Unidos. Constrói inúmeras escolas para a população pobre e todo trabalho assistencial é feito por sua esposa. Compulsivo por trabalho, conta com uma equipe de 40 pessoas que pensam nas empresas-alvo para seu plano de compra, venda e distribuição de lucros.

O caso Yahoo + Microsoft

Preocupado com o futuro do portal Yahoo, que nos últimos anos perdeu grande fatia no mercado de busca online, Carl Icahn, como acionista da empresa, deu a receita: formar um novo conselho mais ativo para a negociação que viria a ser a saída do precipício. E foi assim que iniciou a batalha que deu origem à fusão entre Yahoo e a gigante dos softwares Microsoft.

O visionário Carl apoiava uma negociação favorável entre a empresa fundada por Bill Gates e a Microsoft. Mas o conselho administrativo não queria acordos por estar de olho no Google e até mesmo na AOL.

Essa guerra teve fim com mais um bom faro de Carl Icahn, após o CEO do Yahoo, Jerry Yang, pedir demissão. Jerry foi considerado culpado pelo fracasso inicial com a Microsoft, logo depois que o Google desistiu de qualquer tipo de parceria com o portal Yahoo, por conta de obstáculos reguladores dos EUA.

Carl Icahn e o então diretor da Microsoft, Steve Ballmer, voltaram às negociações e finalizaram o caso no início de 2010, com a junção Yahoo + Microsoft. Com o acordo, o site do Yahoo passou a ser alimentado pelas ferramentas de busca da Microsoft, que, por sua vez, teve seus anúncios online feitos pelo Yahoo.

Algumas frases para impulsionar o Carl Icahn que tem dentro de você

“Vou ser direto. Estou aqui para ganhar dinheiro. É o que gosto de fazer”.

“Os CEOs que pensam o negócio de modo holístico, familiar, sustentável, agradam todo mundo. Mas não conseguem fazer dinheiro”.

“Tenho abalado gerências em muitas empresas em que tenho investido. Geralmente, mas nem sempre, o resultado tem sido muito positivo para a empresa e os acionistas. É importante ter sangue novo, novas estratégias e novas ideias em empresas de baixo desempenho”.

“Vamos esperar que a crise econômica global faça com que os acionistas exijam mais mudanças por parte de suas empresas, e não deixá-las ao governo”.

“A questão é: como podemos tornar nossas empresas mais bem geridas para evitar futuros colapsos sistêmicos?”

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Meu trabalho de conclusão de curso


Prezados visitantes,

estou disponibilizando para download o meu trabalho de conclusão de curso em engenharia de produção. Em breve estarei fazendo um artigo sobre o mesmo para tentar publicar. Espero que apreciem a leitura.

O tema do trabalho foi o seguinte: Aplicação da regressão múltipla na identificação de variáveis relevantes no aumento dos custos operacionais em unidades estacionárias de produção.

Traduzindo em miúdos, apliquei um tipo de regressão, que é bastante usado em econometria para fazer previsões, para encontrar uma equação que explique os custos das unidades estacionárias de produção, vulgo plataformas de produção. Determinando a equação, posso afirmar, baseado em testes estatísticos, que as variáveis que a compõem são relevantes para explicar a minha variável dependente, que é justamente o custo operacional.

O resultado do trabalho foi bem legal, mas ainda há uma infinidade de coisas a serem feitas e melhoradas. Espero aplicar a ideia em outras áreas, ou mesmo seguir com este trabalho em frente.

Quem sabe eu não esteja contribuindo com algo maior na indústria do petróleo mais pra frente, né?

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Downlod do trabalho aqui -> Aplicação da regressão múltipla na identificação de variáveis relevantes no aumento dos custos operacionais em unidades estacionárias de produção


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Estevam de Assis: dono da rede Bretas


Um pouquinho da história de Estevam de Assis, dono da rede Bretas. Um homem frugal, que não deixou a grandiosidade de seu negócio "contaminar" os seus costumes e crenças.

Realmente admirável.

Fonte: Estadão

Estevam de Assis doa quase tudo o que ganha e está por trás de uma das redes de varejo mais assediadas do País

Com uma pastinha debaixo do braço, brinde da última feira em que participou nos Estados Unidos, Estevam de Assis, 53 anos, deixa seu apartamento de três quartos, alugado, onde vive com a mulher. Veste uma calça e uma camisa surradas, uma das trinta peças que tem em seu armário. Não tem televisão nem computador em casa. Da garagem apertada, tira seu carro 1.0. A rotina de Estevam passaria despercebida não fosse um detalhe: ele é o empresário por trás de uma das redes de varejo mais assediadas do Brasil.

Com 59 lojas e 12 postos de gasolina em Minas Gerais, Goiás e Bahia, o Bretas faturou R$ 2,1 bilhões no ano passado e é a maior cadeia de supermercados de capital 100% nacional. "Eu já aprofundei mais de 20 negociações de venda. O único sócio que eu quero é o BNDES", diz Estevam Assis, presidente e um dos acionistas do Bretas, em uma de suas raras entrevistas.

O Bretas cresce muito acima da média do setor. Nos últimos seis anos, dobrou de tamanho duas vezes. Segundo cálculos do mercado, já vale mais de R$ 1 bilhão. É ou foi alvo de interesse de grandes redes, como Pão de Açúcar e Walmart, de fundos de pensão e de participação. Os últimos rumores dão conta de uma negociação para venda de um terço da rede, por R$ 500 milhões, para o fundo Tarpon, que também é acionista relevante da grife de calçados Arezzo e da incorporadora Direcional.

Assis confirma as conversas, mas diz ter receio de vender para estrangeiros. Criado em 2006 por brasileiros, o fundo da Tarpon que compra participação em empresas é voltado para investidores estrangeiros. O fundo não comenta os rumores do mercado. "Talvez a melhor solução hoje seja vender 20% das ações para eles (Tarpon) lançarem na Bolsa. O que me traumatiza hoje é dinheiro estrangeiro", diz Assis. "Mas eu te confesso que nunca estive tão desanimado para negociar."

Num setor em profunda consolidação, o Bretas virou o alvo da vez. Em tamanho, só perde para Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart e GBarbosa, que desde 2007 pertence à chilena Cencosud. Além de ser uma rede lucrativa e reconhecida pela eficiência de sua operação, o Bretas virou sinônimo de supermercado em cidades médias de Minas Gerais e Goiás.

Em pouco mais de duas décadas, saiu de um pequeno armazém no interior mineiro - onde se matava até porco - para se tornar uma rede de 59 lojas. Neste ano pretende abrir outras 12. Como reinveste praticamente tudo o que sobra no caixa, financiou boa parte do seu crescimento com capital próprio. Mais: está estruturado para crescer. Seu centro de distribuição de Minas Gerais - um moderno galpão construído há dois anos com ajuda de ex-executivos de logística do Wal-Mart - está preparado para atender até 300 lojas, cinco vezes mais do que o tamanho atual do grupo.

"O Estevam é um empresário extraordinário. Ele tem uma enorme capacidade de vender projetos, de agregar gente às ideias dele. O que mais me chama atenção é a velocidade com que tira ideias do papel", diz Altevir Magalhães, dono da rede de supermercados Modelo, de Cuiabá (MT). "Ele é querido, mas é duro nos negócios. Tem muita clareza na hora de negociar, sabe apertar o fornecedor. É muito habilidoso nisso." Para Helder Mendonça, fundador da marca de pão de queijo Forno de Minas, Assis é o típico mineiro astuto. "Quem começa uma negociação com ele, acha que Estevam é bobo, que vai levar a melhor. No fim, sai sem saber como perdeu."

Criado nos anos 50 em Santa Maria de Itabira, cidade mineira com 6 mil habitantes, o Bretas era um armazém com sete funcionários e 170 metros quadrados quando Assis e o irmão Ildeu assumiram o negócio do pai. Naquela época com 29 anos, ele tinha acabado de voltar de Rondônia, onde trabalhou por dois anos como engenheiro de obras da Odebrecht. Antes, vivera uma experiência missionária, morando dois meses com índios numa tribo amazônica. "Meu pai queria fechar a loja depois de três anos seguidos de prejuízo. Ele disse que eu podia até quebrar, desde que nunca tivesse briga entre os irmãos", lembra. "No começo, nossa estratégia de crescimento era de urubu: comprávamos lojas que estavam fechando, quase de graça. Só em 1994, oito anos depois que assumimos, é que abrimos a primeira loja nova."

O Bretas, com seus hipermercados compactos (entre 3 mil e 4,5 mil metros quadrados e 30 checkouts), ficou grande demais para a pequena Santa Maria de Itabira. Na cidade natal, restou apenas o centro de treinamento da companhia, que hoje emprega mais de 11 mil funcionários. É ali, num hotel fazenda, que Assis frequentemente dá sua palestra sobre a importância do amor nas empresas. Ele também viaja pelo País para falar sobre o tema. No ano passado, diz ter dado mais de 100 palestras. "A gente tem de ser duro com os problemas e suave com as pessoas. Muitas vezes elas erram porque estão no lugar errado, não foram treinadas ou motivadas o suficiente", diz.

Os outros dez irmãos viraram sócios quando o Bretas abriu a terceira loja. Seguindo um conselho do sogro, Assis e o irmão dividiram o negócio em 12 partes iguais. "Foi a melhor coisa que fizemos. Se não fossem meus irmãos, o Bretas não teria chegado onde está", diz. "No conselho, todos têm voto igual."

A família Bretas parece fazer parte de uma mesma congregação. O símbolo que os une é uma aliança preta no dedo anular esquerdo, sinal de compromisso com a simplicidade. "Isso é ideia da minha avó", explica Marcela Bretas, sobrinha de Assis e funcionária da rede. Para trabalhar na empresa, os herdeiros precisam atingir algumas metas: ter curso superior, pós-graduação, morar no exterior por um ano para aprender inglês, passar no curso e se formar como gerente, ser honesto e de bom relacionamento. Marcela foi a primeira a cumprir o regulamento.

O jeito simples da família contaminou o negócio. Por causa disso, o Bretas é um supermercado de custo operacional baixo. Os executivos não são bem pagos. Eles não têm carro nem secretária. Por alguns anos, o salário do presidente foi de cinco mínimos. A sede da rede fica num prédio construído com blocos de concreto e chão de cimento. O escritório de Assis é o retrato mais fiel dessa cultura espartana. Não tem o menor charme - nem computador e telefone. "O computador está na cabeça dele", diz uma de suas quatro irmãs, conhecida pelo apelido de Tuquinha. Sob a mesa de metal, nenhum objeto. Papéis, só na primeira gaveta. "São documentos e desenhos de lotes que eu quero comprar. Sou um comprador compulsivo de lotes", diz Assis.

Os lotes são a única manifestação de consumismo do empresário - se é que se pode dizer assim, já que a finalidade deles é garantir a expansão de lojas. Assis e a mulher fizeram voto de simplificação total de vida. Só gastam com o que é absolutamente necessário. Ele fica com apenas 5% dos rendimentos e doa o restante. "Não é voto de pobreza, porque não sou pobre", explica o empresário. "Mas eu não posso comprar mais nada. Se ganho uma camisa, tenho de doar outra do armário. Eu descobri essa alegria, essa liberdade de ser feliz precisando de pouca coisa."

Hoje, gasta a maior parte do dinheiro pagando terapia para padres e freiras. No ano passado, construiu uma clínica de psicologia e bancou tratamento para 18 padres italianos. Só na clínica gastou R$ 7 milhões. Neste ano, promete pagar a terapia para 300 congregados de todo o País. Todos os membros da família e diretores da empresa são obrigados a fazer o tratamento, que custa cerca de R$ 2 mil. "Fiz essa terapia há 12 anos e minha vida mudou completamente", conta. "No começo não acreditava. Mas mudou a relação com meu pai, que eu achava que era boa e não era. Passei a comer verdura e a correr 16 quilômetros por dia." Não se trata de uma terapia qualquer, segundo Assis. "É um terapia nova, que mexe com o inconsciente das pessoas. Você volta no útero da sua mãe e vem consertando algumas coisas. Acredito que tudo o que meus antepassados viveram passa pra mim."

O perfil de Assis é paradoxal. É, ao mesmo tempo, um capitalista que toca uma rede de crescimento agressivo e um homem generoso e de hábitos simples. "Quando fiz 50 anos, quis me aposentar e me dedicar à Igreja. Um bispo da comunidade me fez desistir, dizendo que aposentado a Igreja já tinha demais. Mas os empresários eram poucos e podiam ajudar muito", conta. Fica um pouco mais fácil entender a motivação de Assis com uma história que se passou entre ele e um diretor do BNDES. Certa vez, esse executivo perguntou o que Assis faria se o banco lhe desse uma quantia ilimitada de dinheiro. O empresário respondeu que teria 500 lojas no Brasil. O diretor questionou que isso só daria mais trabalho. Assis teria dito: "Deus me deu esse dom, de ser comerciante. E quanto mais lucro eu tenho, mais dízimo eu dou à Igreja. É tudo coerente."


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Biografia de Abílio Diniz


Ando tão atarefado ultimamente que as atualizações do blog têm ficado em segundo plano. Só pra não deixar os visitantes e colegas que gostam daqui, fica aqui um link com bacana com a biografia de um dos maiores empresário brasileiros: Abílio Diniz.


PARA LER A BIOGRAFIA DE ABÍLIO DINIZ CLIQUE AQUI.


Aproveitem pra dar uma explorada no blog dele, que tem muita coisa bacana.

Um abraço!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vamos nos apoiar!



Christian Barbosa, autor do blog Mais Tempo, e do livro A tríade do tempo, escreveu um post muito interessante em seu blog, no qual questiona o porquê de nós, brasileiros, não apoiarmos os nossos compatriotas. No meu âmago sempre tive essa sensação e diversas vezes me fiz as seguintes perguntas: “Por que não nos apoiamos? Por que os de fora são considerados ‘melhores’? Por que o preconceito com as nossas próprias criações? Por que a inveja? ”

As respostas para as perguntas acima talvez estejam no cerne da nossa cultura, que tem fortes influências do nosso passado sofrido. Felizmente isto não se justifica mais. Que tal começarmos a olhar para os nossos feitos e talentos com outros olhos a partir de agora?

Leiam o post de Christian Barbosa e aproveitem para refletir.

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BRASILEIRO NÃO GOSTA DE BRASILEIRO

"Estou na convenção nacional para os franqueados do Boticário e antes de falar sobre Produtividade, o Ozires Silva fez uma palestra, como sempre fantástica.
No final ele comentou um assunto que me chamou a atenção. Ele disse que quando foi na Academia em Estocolmo-Suécia, com o pessoal responsável pelo Prêmio Nobel, ele questionou porque o Brasil era um dos poucos Países da América Latina a não ter nenhum vencedor do Prêmio Nobel. Os Estados Unidos, por exemplo, tem mais de 350 premiados, até a Argentina tem seu premiado. E por que não o Brasil?

Umas das pessoas da secretaria do premio, respondeu ao Ozires o seguinte: “O Brasil não tem um premiado no Nobel, porque quando um Brasileiro é indicado, é o próprio povo Brasileiro que derruba a sua indicação”.

O próprio Ozires comentou que uma vez perguntaram para ele quem ele indicaria ao Prêmio Nobel, em uma palestra de médicos em SP, ele disse que indicaria o Dr. Adib Jatene, e no mesmo instante veio “ahhh! Que isso! Por que esse cara, etc,etc,etc…”. Ele simplesmente riu e comprovou a teoria que Brasileiro não gosta, ou tem inveja, ou sei lá o que, do próprio povo.
Quando alguém é indicado nos EUA, por exemplo, o pessoal faz campanha, descobrem os grandes feitos para ajudar, criam todo aquele clima. Quando é aqui o povo começa a descobrir os podres para ferrar o coitado! Não é verdade?

Que atire a primeira pedra que nunca criticou o Rubinho na F1, ou nossos jogadores na recente Copa, ou nossos cientistas, etc. Por que somos assim? Só posso concluir que Brasileiro não Gosta de Brasileiro.

Eu mesmo já passei por isso, no começo da Triad, do livro e do software eu ouvi várias vezes, mas é Brasileira a Triad???

Eu quero ver um Brasileiro no Prêmio Nobel, no Oscar, no Gremmy, na ONU e em todo o lugar. Somos um povo único e precisamos agora criar um povo “unificado”.

Viva o Brasil!"


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quem quer ser prático?


Pasme, mas o prático ao qual se refere o título deste post não tem relação, pelo menos ao meu ver, com praticidade (qualidade do que é prático).

Há algumas semanas atrás, conversando com um amigo meu que é dono de uma empresa que mexe com embarcações, descobri que existe um profissional que ganha tão bem quanto um alto executivo. Este profissional é chamado de prático. Fiquei tão curioso, que resolvi fazer uma pesquisa no Google. Eis que um dos primeiros links apontou pra uma matéria de maço de 2008, no site do Portal Exame.

Já pensou você ganhar R$150.000,00 por mês?

Segundo o meu amigo, algumas vezes o prático não gasta mais do que meia hora em uma operação, e recebe naquele dia mais do que 90% da população deseja receber no fim de um mês.


Leiam a matéria.

Fonte: Portal Exame

"Nos portos brasileiros, há um tipo de profissional que ganha salários dignos de altos executivos fazendo um trabalho que pouca gente conhece. São os práticos. Sua função é assessorar os comandantes na hora de atracar os navios, passando por rádio orientações para evitar que a embarcação esbarre em bancos de areia e outros obstáculos. Segundo informações do mercado, um prático no porto de Santos, o mais movimentado do país, pode ganhar até 150 000 reais por mês. Por que uma remuneração tão alta? Simples -- na prática (e sem trocadilho) há uma reserva de mercado. Ao aportar, todo navio é obrigado por lei a contratar um prático, profissional que é habilitado exclusivamente pela Marinha. "A imposição visa proteger a vida humana no mar e prevenir acidentes ambientais", informa a assessoria de comunicação da Marinha. Há apenas cerca de 400 práticos no país. O serviço é privado, pago à cooperativa de práticos pelas companhias de navegação a cada manobra efetuada. Os usuários reclamam da falta de opções e dos preços altos -- um grande armador estima que a contratação de práticos represente 40% de seus custos portuários. Recentemente, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, declarou que a posição do governo era pela abertura desse mercado. "Os práticos continuarão com suas cooperativas, mas as companhias que administram os portos também oferecerão o serviço", disse Brito. O Conselho Nacional de Praticagem é contra. "O modelo brasileiro é o mesmo de países conhecidos pela defesa da livre concorrência", diz Carlos Eloy Cardoso Filho, presidente do conselho.

Para se tornar prático, é preciso passar numa seleção promovida pela Marinha e, depois, cumprir um estágio de até dois anos. O carioca Franklin Maia, de 43 anos, um dos 16 práticos que trabalham no porto de Salvador, era oficial da Marinha mercante quando começou a prestar concurso. "Fiz dez exames até passar", diz Maia. "É um trabalho desgastante e perigoso." Uma manobra pode demorar até 6 horas para ser concluída. Maia não diz quanto ganha para fazer o trabalho. Mas estima-se que um prático em Salvador receba 50 000 reais por mês."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Daniel Topel, fundador da Netmovies - Como uma boa formação ajuda




Já ouviu falar na Netmovies? Não?

Bom, a Netmovies é uma empresa de locação de filmes, mas que tem um modelo de negócios bastante peculiar, que vem ganhando cada vez mais espaço aqui no Brasil. A Netmovies atende nas principais capitais do país e vem crescendo em ritmo aluscinante (vide matéria abaixo).

Entretanto, o que mais me impressionou nessa história toda não foi a história propriamente dita, mas o responsável por ela: Daniel Topel. Com uma formação considerada excelente, Topel vem mostrando que estudo aplicado compensa. Eu, particularmente, sou vidrado nessas coisas. Adoro ver trabalhos acadêmicos virando realidade. Quanto à modelagem matemática - NEM SE FALA - é apaixonante.

Leiam a matéria sobre o Daniel Topel que saiu no Portal Exame. Muito interessante.

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Fonte: Portal Exame

"O matemático persa Beremiz Samir, personagem fictício criado pelo autor brasileiro Malba Tahan, usava números para resolver qualquer tipo de problema. Viajando pelo deserto, ele fazia cálculos para resolver questões nebulosas, como o enigma matemático que propõe a divisão de 35 camelos entre três irmãos. Samir, protagonista do livro O Homem Que Calculava, usava a combinação dos números como aliada. Foi o mesmo truque que Daniel Topel, fundador e presidente da videolocadora online NetMovies, empresa líder do setor no Brasil, aprendeu a usar ao longo dos anos. Formado em física e mestre em engenharia, o paulistano Topel construiu sua carreira misturando a matemática ao mundo dos negócios. Seu primeiro emprego depois de concluir o mestrado na prestigiada Universidade Stanford foi numa empresa de software chamada Applied Decision Analysis (ADA). Foi lá que ele também começou a aliar variáveis numéricas a informações de mercado para simular cenários futuros. Na época, o conceito foi aplicado nos setores farmacêutico, automobilístico e de transportes, entre outros. Mais tarde, ao somar o conhecimento de elaboração de métodos quantitativos a uma veia empreendedora, Topel passou a usar os cálculos a seu favor. "Ele sempre foi um crânio e muito empenhado na solução dos desafios", diz André Levy, seu colega em Stanford e com quem trabalhou na ADA.
Durante quatro anos, o fundador da NetMovies amadureceu ideias e modelos matemáticos para colocar de pé o negócio da videolocadora. O modelo, semelhante ao da americana Netflix, é complexo, formado por complicadas regras que definem a logística de entrega e retirada dos DVDs. Quando percebeu que não conseguiria fazer a entrega dos discos pelo correio, Topel começou a estudar as possibilidades de se associar a transportadoras. Mas, em vez de conseguir descontos, decidiu aliar o conhecimento de processos logísticos acumulado na Ilog, empresa em que trabalhou de 2000 a 2007 elaborando software de informações de negócio aplicado a operações logísticas, para tornar-se parceiro das transportadoras. "Eu me oferecia para melhorar o processo deles em troca da associação", diz. Aplicando números aqui e ali, o negócio foi se mostrando eficiente.

Os conhecimentos matemáticos também foram aplicados na própria empresa. Quem assina o serviço da NetMovies recebe um número determinado de filmes em casa (um, dois ou três) - e não tem prazo para devolvê-los. Ou seja: não há como estimar quanto tempo determinado título ficará indisponível para os outros clientes. O usuário pode definir manualmente uma lista do que deseja receber em casa, mas quem dá o veredicto sobre os filmes que serão entregues nas residências são os algoritmos criados por Topel e sua equipe.

Os cálculos envolvem disponibilidade de estoque, endereço, preferências e outras variáveis e são desenhados para atingir o nível máximo de satisfação dos usuários. É um sistema sobre o qual Topel procura falar pouco, mas que ele garante ser o diferencial da empresa. Apenas quatro meses depois de a NetMovies iniciar suas atividades, ainda em 2006, a concorrente Flexfilmes, que havia sido lançada seis meses antes, acabou colocando a operação à venda - prontamente arrematada pela NetMovies. "Eles tinham quatro vezes mais filmes, mas nosso sistema permitiu um nível de eficiência mais alto", diz.

Aplicando números aqui e ali, o negócio cresceu. Após três anos de operações, a NetMovies soma hoje cerca de 70 funcionários, 20 000 filmes no acervo e a compra de três de seus quatro maiores concorrentes: Videoflix, Pipoca Online e Flexfilmes (o único grande concorrente que restou é a Blockbuster Online, do grupo B2W). Para 2010, a meta é aumentar em 350% o faturamento de 2009, o que significa fechar o ano com receita de mais de 50 milhões de reais. Além de crescer o negócio de locação - que já tem cobertura em quase 100 cidades -, a NetMovies vai abrir uma nova linha de receita: a publicidade geolocalizada. Unindo as informações sobre o endereço dos assinantes com suas preferências cinematográficas, Topel pretende vender o espaço nos envelopes dos filmes para anúncios hiperdirecionados. "Posso garantir que o anunciante vai ter impacto em mulheres, em determinado bairro e de uma faixa etária específica, por exemplo", diz. Além disso, a empresa aposta em novas mídias e formatos, como os vídeos online, serviço lançado no ano passado e que hoje soma 1 500 títulos que podem ser assistidos via streaming. As iniciativas da americana Netflix também dão mostras dos caminhos que a empresa deverá percorrer por aqui. Lá, por exemplo, os filmes podem ser baixados por aparelhos de videogame como Xbox ou Playstation, e o usuário assiste ao filme no televisor. No começo de agosto, a Netflix pagou 1 bilhão de dólares pelos direitos de oferecer também via internet filmes dos estúdios Paramount Pictures, Lions Gate e MGM. "São ofertas que nós planejamos poder disponibilizar para os usuários brasileiros em breve", diz Topel.

O presidente da NetMovies é conhecido por perseguir suas ideias obsessivamente. Igor Heinzer, com quem Topel morou e também trabalhou durante sua temporada nos Estados Unidos, diz que o colega sempre foi reconhecido por seu comprometimento. "E isso sem perder a esportiva", afirma. Certa vez, quando os amigos o chamaram para fazer snowboarding em Lake Tahoe, na Califórnia, Topel aceitou, mesmo sem experiência alguma no esporte. Enquanto eles seguiram para a montanha com equipamentos e trajes apropriados, o iniciante os acompanhou usando jeans.

Topel passou três dias caindo na neve, enquanto os demais se divertiam à sua custa. Mesmo assim, ele reagia a tudo com bom humor e novas tentativas. "É muito parecido com seu perfil profissional", diz Heinzer. "Ele não desiste de algo que esteja decidido a fazer." Há quem diga, no entanto, que tamanha obsessão pode atrapalhar em negociações. "Ele é muito ansioso e, às vezes, não parece muito disposto a ouvir", diz um executivo de uma empresa que negociou uma parceria com Topel. Mesmo dentro da NetMovies, os funcionários de longa data são os que conseguiram de alguma maneira se adaptar à forma de trabalho do chefe. "Ele sempre responde a uma nova ideia questionando tudo o que acha que pode dar errado, e isso pode soar como um balde de água fria", diz Gustavo Capistrano Haramuro, gerente de operações da NetMovies desde 2007. "Mas é o jeito dele de avaliar sua sugestão. Se ele comprar a ideia, vai defendê-la até o fim."

O perfil de Topel agradou à holding Ideiasnet, que no início deste ano investiu 4,5 milhões de reais na NetMovies. "Pela própria formação acadêmica do Daniel, já é possível perceber que se trata de uma pessoa diferente", diz Marcelo Almeida, diretor de desenvolvimento de negócios da Ideiasnet, empresa listada na Bovespa que também tem participação em companhias de base tecnológica. O apoio do investidor representou o fôlego necessário para alcançar o objetivo que, desde o início, os números indicaram como fundamental: escala. Agora, a NetMovies busca variar seus canais de negócios para cumprir a meta de crescimento exigida pelo investidor, que possui 52,8% da empresa. Diz o ditado que "números não mentem". Mas a criação das fórmulas que apontam para os resultados certos depende do matemático. É aí que Topel comemora sua formação: 'Para alguma coisa a física tinha de servir'."



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Coppe/UFRJ tem o melhor supercomputador da América Latina


Não é a toa que eu quero fazer o meu mestrado lá.

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Fonte: Inovação Tecnológica

Poder computacional

O supercomputador da Coppe/UFRJ acaba de ser certificado como o número 1 da América Latina pelo TOP 5000, instituição responsável pelo ranking dos supercomputadores em nível mundial.

Formado por 7.200 processadores, o equipamento tem capacidade computacional total de 64,63 teraflops (operações de ponto flutuante por segundo) e custou R$ 9,5 milhões, financiado pelo Fundo de Participação Especial da Petrobras/ANP.

O projeto total, incluindo equipamento e instalação do datacentro ficou em 14 milhões de reais.

O supercomputador mais potente da América Latina, que se encontra entre os 100 maiores do mundo (86º lugar), é operado pelo Núcleo de Computação de Alto Desempenho (Nacad) da Coppe.

Petróleo e meio ambiente

Instalado no parque tecnológico da cidade universitária, a principal missão do supercomputador é apoiar pesquisas inovadoras na área de petróleo e gás, associadas à Rede Galileu, da Petrobras, e na área de mudanças climáticas, com ênfase nos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto do Clima da Coppe.

Até o final de agosto, o supercomputador também estará sendo disponibilizado para outras redes temáticas da Petrobras.

"Essa máquina mudará os nossos paradigmas em simulação computacional e ciência da engenharia, colocando o Brasil em posição de destaque em nível mundial", afirma o professor da Coppe Álvaro Coutinho, coordenador do Nacad.

Segundo o professor da Coppe, o supercomputador poderá, por exemplo, analisar simultaneamente milhares de configurações de risers, diminuindo riscos e aumentando a confiabilidade dos materiais e equipamentos utilizados na exploração de petróleo em águas profundas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

10 políticas de combate aos gargalos do setor de petróleo


Informação interessante para quem, como eu, trabalha no setor de petróleo.

Quem apresentou a cartilha foi a ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo):

1) gerar e disseminar conhecimento e inovação ao longo da cadeia;
2) incrementar a produtividade e aprimorar processos da produção local;
3) fortalecer atividades industriais em três a cinco polos produtivos;
4) estimular a formação de centros de excelência tecnológica nos polos produtivos;
5) simplificar e aumentar a transparência das políticas de conteúdo local;
6) fortalecer o sistema empresarial nacional e sua atuação internacional;
7) atrair tecnologia e investimento de empresas internacionais;
8) garantir isonomia tributária, técnica e comercial entre competidores externos e locais;
9) estabelecer condições de financiamento e garantias competitivas internacionalmente;
10) acessar matéria-prima, insumos e infraestrutura em condições competitivas.

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Se quisermos ver o pré-sal a todo vapor ainda temos muito o que fazer. Estimular a formação de centros de excelência em tecnologia, para mim, é uma das coisas mais importantes a serem feitas. O Brasil ainda importa muita tecnologia, apesar de todo o seu potencial intelectual.

Enquanto as campanhas políticas se estendem, e o Brasil caminha a passos largos, rumo ao fortalecimento de sua economia, fiquemos com a indefinição do projeto de capitalização da Petrobras. Ahhh... Isso tá acabando comigo.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Adolescente britânico torna-se milionário com negócio online


Esse menino me surpreendeu. É um adolescente com visão de gente grande.

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Fonte: Portal Exame

São Paulo - Dá para imaginar um CEO com apenas 16 anos? Pois este é o cargo de Christian Owens. O garoto acaba de alcançar seu primeiro milhão de dólares, apenas dois anos depois de abrir a Mac Bundle Box, empresa que comercializa aplicativos para Mac por preços menores, mas por tempo limitado.

Em entrevista ao "Daily Mail", Owens conta que quer ser o nome mais importante da internet no mundo. Segundo ele, a trajetória de Steve Jobs o inspirou a começar o negócio apenas com sua mesada. Owens ganhou o primeiro computador aos 7 anos, com 10, já sabia webdesign e, aos 14, fundou a empresa.

Como se não bastasse a pequena fortuna aos 16 anos, o garoto já se aventura em um novo negócio e quer ultrapassar os 150 milhões de dólares. A Branchr é uma empresa que comercializa anúncios em mais de 17 mil sites.

O empreendedor britânico, que vive em Corby, Northants., emprega hoje oito pessoas no Reino Unido e nos EUA e pretende abrir dois escritórios da Branchr no ano que vem. Ele acredita que não existe fórmula secreta para o sucesso de um negócio: basta muito trabalho, determinação e uma boa ideia.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bastter - De médico a investidor


No site da Wintrade saiu um artigo bem bacana sobre o Bastter, que é um investidor famoso no Brasil, principalmente por suas contribuições no que diz respeito a formas de se investir. Já tive a oportunidade de falar um pouquinho dele aqui, mas nada como uma história com mais detalhes.

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Fonte: Wintrade

"Ao pensar em alguém com uma trajetória de sucesso no mercado de ações é provável que venha à mente o histórico de um profissional que começou cedo, trabalhou duro e venceu. Esse perfil é comum, certo? Mas e se essa pessoa, no meio do caminho, cursou educação física e medicina, exerceu a profissão de médico por 15 anos e só depois voltou com tudo para o mundo dos investimentos? Essa é a história do carioca Mauricio Hissa, 46, consultor de finanças autônomo que investe e também ajuda a 'educar' o pequeno investidor sobre opções de ações na Bolsa.

Também conhecido como Bastter, nome de seu fiel cachorro - um pastor branco - e nickname que adotou quando a Internet 'começou', como costuma dizer -, Hissa nasceu no Rio de Janeiro e entrou para o ramo de ações aos 18 anos. Mas os tempos não eram dourados e as mudanças começaram.

"Com a 'quebra' da Bolsa do Rio (nos anos 1980), os negócios acabaram transferidos para São Paulo. Decidi então cursar Educação Física, mas nunca exerci", conta. Mauricio sempre se interessou pelo mercado de ações, mas antes de voltar a se dedicar exclusivamente a ele estudou medicina e exerceu a profissão durante 15 anos.

Foi a tecnologia, no entanto, quem o resgatou aos poucos para as finanças. "Voltei a me interessar pelo trabalho no mercado paralelamente à medicina nos anos 1990. Até que ele foi tomando conta da minha vida", relata.

Estratégia para investir

Maurício revela que sempre comprou ações de boas empresas - conhecidas como Blue Chips - para guardar como poupança. E até hoje, a maior parte de seus investimentos em Bolsa se resume à compra destas ações para longo prazo e à venda de opções cobertas sobre as ações. Tudo com o objetivo de comprar mais ações.
Sua estratégia é acumular uma carteira de ações de boas empresas, com compras mensais, além de trabalhar a reaplicação de dividendos e outros proventos. Ele diz também que, quando é possível, aproveita o lançamento coberto de opções sobre a carteira, sempre com o objetivo de comprar mais. "O investidor deve fazer uma poupança na Bolsa com ações de boas companhias, ou seja, ser sócio de grandes empresas. O que não pode é se iludir, imaginando que vai ficar rico fácil ao tentar rendimentos muito acima do CDI", recomenda.

Uma das frases que Bastter costuma usar expressa bem essa ideia com muito bom humor: "O pequeno investidor acredita que a Bolsa é uma instituição para colocar dinheiro fácil no bolso e que vai ganhar este dinheiro adivinhando o futuro. Aí, perde tudo e termina no cemitério dos Malandros".

Mauricio ainda lista outros erros comuns: acreditar em promessas fáceis, apostar no daytrade sem ter preparo suficiente e ir atrás dos boatos em cima de small caps, ou seja, 'fazer parte da manada'.

Publicações

Além de investidor e consultor autônomo, Maurício Hissa lançou mão de alternativas interessantes para ajudar o pequeno investidor a conhecer e fazer bom uso das estratégias de sucesso no mercado financeiro. Ele criou o www.bastter.com, destinado às pessoas que querem aprender sobre a Bolsa de valores, ações e opções de investimentos, com dicas e curiosidades. E também publicou diversos livros com o mesmo objetivo, como 'Eu Quero Ser Rico - Educação Financeira Básica', 'Sobreviva na Bolsa de Valores', e uma coleção de livros sobre opções: 'Introdução às Opções - O básico', 'Investindo em Opções - Estratégias de remuneração de carteira de ações com opções' e 'Operando Opções - As diversas operações com opções'.
Multifacetado e por dentro dos negócios mais rentáveis e seguros, Maurício compartilha muito mais do que dicas com outros investidores: a paixão pelo mercado de ações e o zelo pelo patrimônio e escolhas dos clientes - expressas na figura de Bastter, o cão de guarda - ajudam na tarefa de orientar e proteger o pequeno investidor na Bolsa de valores.

Conheça algumas das frases já ditas por Bastter e que podem servir de receita para o seu investimento:

"Prefiro ser o último da fila dos ricos do que o primeiro da fila dos pobres"

"Renda variável se chama variável porque varia..."

"O pequeno investidor acredita que a Bolsa é uma instituição para colocar dinheiro fácil no bolso e que vai ganhar este dinheiro adivinhando o futuro. Aí, perde tudo e termina no cemitério dos Malandros"

"Pessoal: menos papo, menos ilusão e mais estudo e trabalho sério".

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Entrevista com Márcio Mello, dono da HRT


No post anterior deixei um texto que conta um pouco da história de Márcio Mello, dono da HRT, empresa de petróleo que fará uma oferta pública de ações em breve

Hoje deixo uma entrevista que saiu na revista Brasil Energia com o próprio.

Não há dúvidas de que a empresa pode se tornar imensa, caso os planos se concretizem. E eu fico muito feliz, pois haverá oferta de emprego pra muita gente.

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Márcio Mello: “Você descobre petróleo é na cabeça das pessoas”

Não há crise financeira, risco exploratório ou concorrência que faça o presidente da HRT Oil & Gas, Márcio Mello, colocar o pé no freio. Às vésperas de realizar a abertura de capital da petroleira, instituída no fim de 2009 com um capital de US$ 270 milhões e que tem entre seus sócios ninguém menos que Michael Dell, o executivo não teme a crise financeira europeia e não cogita a possibilidade de insucesso do processo. Com uma carteira de projetos exploratórios espalhados por Solimões, Espírito Santo e, mais recentemente, a Namíbia, Mello afirma ter uma petroleira de grande porte e diz, sem a menor modéstia, que a HRT é a melhor história do Brasil depois da OGX. “Tudo em que botei meu dedo virou ouro, me chamam até de golden boy”.

O IPO da HRT Oil & Gas será realizado em julho, independentemente da desgraça financeira da Europa?

Que desgraça? Quando se tem algo bom para vender, não existe desgraça. Toda essa desgraça da Europa é porque todo mundo tirou o dinheiro e está com dinheiro no banco para investir. Se você chegar com uma história boa – e digo que a HRT é a melhor história do Brasil depois da OGX –, não há problema. A HRT tem hoje as duas maiores fronteiras exploratórias do Hemisfério Sul: o Solimões e a Namíbia.

Quanto vale a companhia?

Hoje nosso valor de mercado é de US$ 450 milhões, mas logo, logo a HRT vai ser uma companhia de seus US$ 10 bilhões, sem a menor dúvida.

Qual é, afinal, o porte da HRT Oil & Gas?

Somos grandes, nunca vou ser uma empresa média. Olhe nossos escritórios! Não somos uma companhia que pensa pequeno, somos grandes e seremos muito grandes. Veja as companhias brasileiras com maior área de exploração. Primeiro, a Petrobras, segundo, a Oil M&S/Petra (N.R.: da qual a HRT adquiriu áreas em Solimões), terceiro, a HRT, e quarto, a OGX. Já me considero uma companhia grande, porque temos 2,1 bilhões de barris no prospective resource. Uma companhia pequena tem 1 milhão de barris, e uma média, 200 milhões de barris. Tentamos comprar a Devon, e costumo brincar que um dia vou comprar a Petrobras.

O que o levou a montar uma petroleira?

Era o meu sonho desde que saí da Petrobras. Demos suporte a todas as companhias que estavam no Brasil, até o momento em que achamos que estavam se abrindo espaços extremamente interessantes para que transformássemos nosso capital intelectual. Surgiu uma maneira muito particular para isso: a Amazônia. A Amazônia sempre foi meu sonho, trabalhei lá há 33 anos e sempre soube que a região é a província com a maior reserva de óleo leve e gás do Hemisfério Sul. Temos 21 blocos na Bacia do Solimões, em uma área do tamanho da Espanha.

E os riscos?

Urucu produziu 200 milhões de barris de óleo leve, fato que poucos sabem. Multiplicado por US$ 100, resulta em quase US$ 20 bilhões. Qual é a terceira bacia que mais produz óleo leve no Brasil? Solimões. Qual é o maior produtor de gás hoje? Solimões. Qual é a segunda maior reserva de gás no país? Solimões! Essa bacia tem um terço de todo o gás já descoberto no Brasil. Quantos poços já foram perfurados lá? São 226, sendo apenas 25 fora dos campos já descobertos. Potiguar tem 4 mil poços perfurados. Acabamos de certificar mais de 1 bilhão de barris na região. Somente a HRT, com sua tecnologia e seu capital humano, teve capacidade de desvendar o que é Solimões.

Qual é a expectativa de captação, e como será o IPO?

A meta é captar algo perto de US$ 1,6 bilhão, montante que iremos investir nos próximos quatro a cinco anos (US$ 1,1 bilhão para o Brasil e US$ 500 milhões no exterior). Ainda estamos discutindo com bancos. Não vamos vender a companhia toda, e estamos conversando para saber onde vamos chegar.

E se a capitalização não der certo?

Não conto com essa possibilidade. Também não conto com “ah, se esse poço for seco ...”. A gente não erra. Nossa história é muito boa. As pessoas que investiram na HRT colocaram US$ 270 milhões num potencial de 200 milhões (de BOE) certificados. Quatro meses depois, certificamos 2 bilhões (de BOE). Há alguma companhia assim no planeta? Se você conhece, quero comprá-la! Depois de começar a perfurar, depois de um ano, vamos ganhar 100 vezes mais.

O IPO está previsto para a mesma época da capitalização da Petrobras. Não é arriscado?

Eu não estou preocupado com ninguém, e sim com o meu negócio. Tenho na minha mão as duas maiores fronteiras de exploração de petróleo de todo o Hemisfério Sul, com potencial de centenas de bilhões de barris, e vou ficar preocupado com o que o outro está fazendo? Quero é focar o meu business! Nossa taxa de PhDs e mestres é superior a 30%. Nem a Petrobras tem isso. Temos um centro de pesquisa que coloca qualquer outro no bolso. A vantagem da HRT é o capital intelectual. Você descobre petróleo é na cabeça das pessoas.

Como será o trabalho no Solimões e nas outras áreas?

Nosso compromisso inicial é de 21 poços no Solimões. Mas o plano de trabalho é perfurar, no mínimo, mais de 100 poços nos próximos quatro anos. Já temos duas sondas contratadas e estamos negociando duas na China e outras duas com a Queiroz Galvão. Todas as seis unidades serão helitransportáveis. Teremos seis só para começar. Na Amazônia, vai chegar um momento em que precisaremos ter de 15 a 20 sondas.

Por que a Namíbia?

Estudo a Namíbia há dez anos. Compramos cinco blocos e já mapeamos dois, conseguindo certificar 1,2 bilhão de barris de óleo, com base em sísmica, geoquímica, satélites. Essa é a grande vantagem da HRT. As outras companhias certificam somente com base em sísmica, enquanto a HRT usa todas as tecnologias que tem. Já reservamos uma sonda para o segundo semestre de 2011. Estamos negociando uma parceria com uma companhia pública, o que deve elevar nosso número de blocos a oito e assegurar uma área de cerca de 30 mil km², o que dá mais ou menos uma Dinamarca na Namíbia.

A julgar pela aposta, há expectativa de produção para logo.

No fim de 2011, estaremos produzindo no Solimões cerca de 20 mil barris/dia. Em 2014, projetamos 100 mil (b/d). A Namibia será uma grande surpresa. Queremos estar produzindo, mais ou menos no final de 2013, de 100 mil a 150 mil barris/dia.

Quantos poços exploratórios serão perfurados em 2010 e qual a previsão de investimentos no ano?

Vamos perfurar mais dois no Espírito Santo e um no Recôncavo, no mínimo. Se tudo der certo, pretendemos perfurar uns três poços antes do fim do ano no Solimões. A perfuração na Namíbia ficará para 2011. Estamos falando em uns US$ 80 milhões até o final do ano.

E em 2011?

Vamos perfurar um poço na Namíbia, gastando mais ou menos uns US$ 50 milhões. No Brasil, pretendemos perfurar uns 24 poços e gastar uns US$ 140 milhões no Solimões.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ex geólogo da Petrobras, Márcio Mello, realiza sonho de criar empresa de Petróleo


Parece que não é só o Eike Batista que teve coragem de abrir uma empresa de petróleo. Um ex funcionário da Petrobras, junto com outros nomes de peso (vide texto abaixo), dono de uma empresa de petróleo chamada HRT Oil & Gás, captará dinheiro na bolsa para financiar sua exploração.

Segundo o texto abaixo, há 20 anos atrás Mello já afirmava existir petróleo no pré-sal. É mole? Se outras de suas suposições se confirmare, a HRT será uma grande empresa de petróleo.

Só sei que cada dia que passa fico mais admirado com as coisas que vêm acontecendo. Os empresários brasileiros estão com tudo.

Não deixem de ler a matéria.

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Fonte: aqui

Aos sete meses de idade, a HRT Oil & Gás tornou-se a terceira maior petroleira privada do país em área de concessão, atrás da Petra Energia e da Oil M&S, com mais áreas no Brasil do que a OGX. A empresa que nasceu do sonho de um grupo de ex-funcionários da Petrobras comprou na semana passada três blocos exploratórios no mar da Namíbia e se prepara para explorar petróleo e gás na bacia de Solimões - onde tem 21 blocos ao redor da reserva de Urucu, da Petrobras, em sociedade com a Petra Energia, do empresário Roberto Viana. As áreas foram adquiridas por US$ 30 milhões e receberão investimentos de US$ 120 milhões.

A HRT parece trilhar caminho parecido com o da OGX, de Eike Batista. Ambas abriram o capital inicialmente com uma oferta privada, tiveram investidores de peso e ainda não produzem petróleo ou gás. A OGX teve como um dos investidores iniciais o ex-presidente do Banco Central e financista Armínio Fraga através do seu Gávea Investimentos. Já a HRT tem o bilionário fundo americano MSD Capital, de Michael Dell, fundador da Dell Computers. Agora, após captar US$ 275 milhões no ano passado, a empresa tem planos de fazer uma oferta pública de ações na Bovespa em julho, adiantou o presidente da HRT, Marcio Rocha Mello, em entrevista ao Valor. O pedido de registro foi apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em abril.

Da captação privada, concluída em em outubro do ano passado, participaram 66 investidores estrangeiros, incluindo Michael Dell, que comprou 12% da empresa, segundo Mello. Com o controle da HRT nas mãos, que chega a 14% somando a participação dos sócios brasileiros, Mello diz que não é um milionário, fugindo de qualquer tentativa de comparação com os executivos do grupo de Eike Batista.

"Sou da classe média. Tudo o que eu tenho - tirando meus carros, minha casa em Angra (dos Reis), meu apartamento na Vieira Souto, que aliás comprei cinco anos atrás - está nessa companhia. Tudo o que eu tenho e que eu fiz está aqui. E eu não posso e nem vou tirar nunca porque senão perco o controle dessa companhia", responde o executivo, que é geólogo e tem doutorado em geoquímica molecular.

Um dos primeiros a defender a tese de que havia petróleo no pré-sal brasileiro 20 anos atrás, Mello criou cinco empresas desde que deixou a Petrobras em 2000 para tentar carreira solo no setor. Junto com sócios, Mello fundou a Analytical Solutions (especializada em análises de alta tecnologia), depois vieram a Petroleum Enviromental Geoservices (PEG) e a Geochemical Solutions (de geoquímica e avaliação de sistemas petrolíferos). Elas foram vendidas em 2004, pouco antes de Mello fundar a High Resolution Technology & Petroleum, empresa de consultoria que prestava serviços para grandes companhias, entre elas a Exxon. No ano passado nasceu a HRT Oil & Gas e a Perícia Integrada Petroleum (Ipex), especializada em análise ambiental. As duas últimas são controladas pela HRT Participações.

"A HRT surgiu de um sonho. O sonho de que ao sair da Petrobras um grupo de geocientistas um dia iria formar uma grande companhia de petróleo. Esse grupo, do qual faço parte, iria traçar o caminho de companhias de serviço e tecnologia até ficar grande o suficiente para formar uma grande companhia de petróleo", resume Mello.

A empresa de óleo e gás é comandada por um grupo de oito acionistas liderados por Mello, um visionário e falante geólogo. Atualmente a HRT ocupa quatro andares de um luxuoso prédio na av. Atlântica, de frente para o mar de Copacabana. No escritório os visitantes são convidados a colocar pantufas em cima dos sapatos para não sujar o carpete felpudo e imaculadamente branco, numa decoração muito diferente da que é vista em escritórios no Rio. De pantufas, Mello diz que o branco traz energia boa e conta que só anda descalço em casa. "A parte mais sensível e que recebe toda a energia são os pés", explica. Na parede da sala, os diplomas, certificados e até uma foto sua, emoldurada, junto com Sam Nujoma, primeiro presidente da Namíbia (país que ele governou por 15 anos) e líder da campanha de libertação daquele país.

Com um estilo singular de contar histórias, Mello é um boa-praça apaixonado por geologia que não quer vincular a HRT à sua pessoa. E enumera os nomes dos sócios e executivos que hoje compõem a diretoria para frisar que ali existe "uma grande companhia de petróleo". A HRT tem como executivos John Forman (ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo), Antonio Carlos de Agostini (ex-diretor de produção e exploração da Petrobras), Eduardo Teixeira (ex-presidente da Petrobras e ex-ministro da Infraestrutura no governo Collor), Milton Franke (ex-diretor da Norse Energy e ex-ANP), Nilo Chagas de Azambuja Filho (ex-Petrobras) e Carlos Tersandro Adeodato (ex-BB), só para para citar alguns dos 35 executivos considerados peças-chave e que receberam ações.

Plano é produzir 100 mil barris em 2014

Ainda em fase pré-operacional, com 21 blocos em fase exploratória na bacia do Solimões, na Amazônia e cinco em águas profundas da Namíbia, na África, o plano de negócios da HRT Oil & Gas prevê uma produção de 100 mil barris de óleo leve por dia em 2014. A empresa acaba de receber da certificadora DeGolyer & MacNaughton a estimativa de que alguns de seus blocos tenham reservas potenciais, só da HRT, de 2,1 bilhões de barris, sendo 1 bilhão no Solimões. A certificação foi feita em apenas um terço dos blocos sob concessão da companhia. "Mas quando tiver tempo de analisar o portfólio, isso deverá passar dos 8 bilhões de barris certificados nas duas bacias", estima o presidente, Marcio Mello, em previsão para lá de otimista.

A empresa alugou duas sondas da Toscany para perfurar na Amazônia e já reserva outra para a costa da Namíbia, área que junto com a Amazônia Mello considera "uma das últimas fronteiras exploratórias para se encontrar campos gigantes" como os do pré-sal.

"Há 600 milhões de anos todo o Norte da Africa e a Amazônia formavam um grande cinturão. E no oeste da Africa descobriram, nesse mesmo tipo de bacia, 150 bilhões de barris de reservas na Argélia, Tunísia e Líbia. E é igual à Amazônia. Então se eu tenho 159 bilhões de barris ali, quantos eu tenho na Amazônia?" Isso, só o tempo e as futuras perfurações no local dirão.

No país africano a HRT opera cinco blocos offshore, sendo que em dois deles tem 100% da licença e em outros três é sócia (e operadora com 40%) da canadense Universal Power e de uma empresa local chamada Acarus. Eles cercam um campo gigante de gás chamado Kudu e operado pela russa Gazprom, a Tullow Oil e a estatal Namibian State Oil Company (Namcor). Ao chegar ao país a HRT comprou a Lábrea Petróleo de quem herdou dois blocos no país e participação de 10% em quatro concessões em terra nas bacias do Espírito Santo, Recôncavo e Rio do Peixe, operadas pela Cowan, onde já foram notificadas descobertas de petróleo em dois poços, enquanto um terceiro está sendo perfurado.

Se todos esses ativos resultarem em descobertas comerciais de petróleo e gás, a companhia pode cumprir um dos maiores desejos de seu fundador, que é transformar a HRT em "uma das maiores companhias independentes de petróleo do Brasil".

Trocando em miúdos
Assim como a OGX, que está com 20% de seus ativos à venda para financiar o próximo ciclo de investimentos, a HRT é uma empresa em fase pré-operacional. Grande parte do sucesso dela e de outras nesse estágio vai depender do sucesso com que vão conseguir, primeiro, confirmar as reservas de petróleo estimadas em suas áreas sob concessão. Depois, é preciso trazer à superfície, por um custo razoável, o petróleo que está armazenado em rochas embaixo da terra. Em alguns casos, o indice de recuperação do petróleo em um reservatório é de apenas 10% do volume armazenado. A média da indústria é de 35%, apesar de a Petrobras ter histórias de sucesso com a recuperação de até 50%.

Já no caso de óleos pesados encontrados em alto mar, o custo de produção é altíssimo e depende de tecnologias avançadas. Uma delas, usada recentemente pela Shell no Espírito Santo, consiste em aquecer o petróleo pesado ainda embaixo da terra para que ele possa fluir melhor. Quanto mais pesado o petróleo, mais cara é sua extração e processamento. Economicamente a equação também é mais desfavorável quando se tem custo maior de produção somado a um menor valor comercial (o petróleo pesado brasileiro, por exemplo, é vendido com "desconto" sobre a cotação do brent). Já os óleos mais leves fluem melhor, podem ser extraídos mais facilmente e tem maior preço já que podem gerar mais produtos nobres como, por exemplo, o óleo diesel. Dependendo do custo, do tipo de óleo e do tamanho do reservatório, o jeito é deixar como está.

Cláudia Schüffner