quinta-feira, 31 de julho de 2008

Aleksander Mandic - O percussor da internet no Brasil

Mal postei o livro que terminei de ler para download e já surgiu um assunto novo e interessantíssimo para comentar aqui. Eu, como apaixonado por histórias de sucesso e tecnologia, acabei descobrindo, sem querer, uma história que une as duas coisas.

Estava conversando com um amigo aqui da empresa e ele me contou que um outro "colega" nosso, também funcionário da Petrobras, estava indo fazer um mestrado numa área muito bacana na Inglaterra. Só que, para isso, estava pedindo demissão. Muitos, hoje em dia, acham loucura uma pessoa que entrou como nível superior na Petrobras pedir demissão. Desta forma, chegaram a conclusão que o pai dele deveria ser bem de vida. Afinal de contas, arriscar um bom emprego para fazer um mestrado, pode não ser garantia de futuro. Se bem que eu discordo dessa afirmação.

No meio dessa conversa, disseram que o nome do pai do garoto era Aleksander Mandic. E eu já tinha ouvido falar nesse nome. Como sou uma pessoa péssima para associar nome à pessoas, resolvi fazer uma pesquisa no google. E o que eu descubro?

Alguém já ouviu falar no Mandic mail? Não? Bom, então você anda um pouquinho desatualizado do que surge de novidade na internet. Mas, Mandic mail a parte, vamos a história do Aleksander, que foi escrita pelo próprio em seu site...

Não deixe de ler. É impressionante o que um homem, uma vontade e pouco investimento, conseguiram até os dias de hoje. Aliás, não é só impressionante, mas fascinante também.

Confiram:

"Mandic abriu um negócio em 1990 onde o capital era um micro 286, uma linha telefônica e ele próprio. Do começo, no quarto de casa, à venda em 1997, a MANDIC virou case em Harvard e agora abre novamente suas portas com outra idéia inovadora:

Oferecer serviço de e-mail diferenciado para aqueles que precisam do e-mail para trabalhar.

"Não sabendo que era impossível, eu fui lá e fiz". Sempre digo que tudo é possível.

Quando ganhei minha primeira calculadora de bolso Cassio, simplezinha que fazia apenas quatro operações, descobri que os cálculos me fascinavam e nunca mais deixei de fazer contas.

Até a chegada do meu primeiro micro AT, hoje peça de museu, passaram-se algumas décadas.

Trabalhei 17 anos chefiando um departamento de eletrônica na Siemens, meu único trabalho com carteira assinada. Em 1989, durante um processo de instalação de sistemas numa fábrica de automóveis no ABC, na Grande São Paulo, vislumbrei a possibilidade de criar um mecanismo onde os usuários pudessem trocar informações à distância. Vi naquilo a única chance do meu computador deixar de ser uma ilha e trocar conhecimento com outras pessoas.

Em outubro de 1990 nascia, com 60 megabytes de capacidade, a MANDIC BBS. No mesmo ano o Brasil entra na internet, fazendo sua primeira conexão - ainda em âmbito acadêmico.

Também em 1990, a IBM e a Microsoft tomaram caminhos separados. A IBM continuou a aprimorar e vender o sistema operacional OS/2 e a Microsoft apostou todas as cartas no Windows, transformando-o no primeiro ambiente além do DOS, a vir pré-instalado na maioria dos PCs.

Percebi, neste momento, a importância de oferecer serviços de comunicação para o usuário final, pois o crescimento de PCs seria enorme nesta última década do século 20.

Em 1992 nos Estados Unidos, por exemplo, o Software Development Group (Grupo de Desenvolvimento de Software), do National Center for Supercomputer Applications (NCSA - Centro Nacional de Aplicações para Supercomputadores) criou o College, um programa que reunia pesquisadores e experts em rede - todos ambiciosos com as novas possibilidades da troca de informação remota.

Eu não morava nos Estados Unidos, não tinha feito curso superior e nem participava de um grupo de pesquisa sobre o que viria a ser a Internet, mas já queria arrumar um jeito de trafegar dados pela rede.

Era um mundo em verde e preto, com uma tela de computador apenas com letras e números. "Parece que faz 30 anos, mas são só 12 anos". E pensar que nem tínhamos Internet disponível para o cidadão comum, era restrita ao mundo acadêmico.

Para viabilizar meu sonho fui procurar a Embratel, que na época era proprietária de um sistema de tratamento de mensagens, chamado STM 400. Como não funcionava direito, montei meu próprio Bulletin Board System - BBS.

Enquanto em 1992, o designer e pesquisador Jean François Groff convidou Tim Berners Lee, o inventor da World Wide Web (WWW), para ser o primeiro aluno do projeto InfoDesign, no qual ambos trabalharam em implementações de arquitetura e protocolos da versão original da Web, eu mantinha a MANDIC instalada no quarto de hóspedes da minha casa - numa jornada de horários malucos, sempre antes das 6h00 ou depois das 18h00, quando chegava da Siemens. Foram três anos de jornada dupla, sem sábado, domingo ou Natal. Trabalhava de dia na Siemens e de madrugada na MANDIC.

Gosto de lembrar para os internautas de hoje, que navegar pelo espaço cibernético a bordo de um computador IBM PC-286 era uma tarefa para poucos. Usávamos o sistema operacional MS-DOS e a placa de modem mais veloz do mercado trafegava 300 bits por segundo. Na época o Pkzip, um programa compactador de dados, fazia o maior sucesso no BBS, como também o protocolo de comunicação Zmodem.

No ano seguinte, 1993, a Intel lança o processador Pentium, um 586 com outro nome e eu consigo manter pessoalmente 400 usuários; mas para crescer, precisei alugar, do meu padrasto, o andar de baixo. Foi a hora de trocar o PC 286 por um servidor 486 conectado a uma rede Novell e estações 386.

Nesta época existiam uns 50 provedores de acesso que concorriam comigo, por isso resolvi investir no atendimento ao cliente. Nunca fui um bom programador. O que mais vale, na minha opinião, é a idéia, o ativo mais barato que existe.

Sempre digo: se você for fazer uma coisa, exagere, senão dá errado. Se fizer igual a todo mundo, será ultrapassado logo.

Minha grande dúvida na época era como eu iria ganhar dinheiro e cobrar por um serviço que algumas empresas ofereciam de graça? A resposta veio logo à cabeça, enquanto eu dormia. Acordei e anotei rápido num bloquinho que eu deixava ao lado da cabeceira da cama. A justificativa para cobrar pelo serviço oferecido era a qualidade.

Resolvi que não teria férias, nem sequer um domingo de folga, pois iria responder e atender pessoalmente o meu cliente. Deu certo! Fui o único na época a oferecer suporte 24 horas. A propaganda dependia do boca-a-boca, mas eu sempre arrisquei o pescoço todos os dias para oferecer melhores serviços ao meu cliente.

O BBS sempre precisou trazer bons resultados para o cliente e para a empresa. Em 1993, o BBS já me pagava US$ 80 por dia, o que me garantia um salário de cerca de US$ 2 mil por mês. Também em 1993, a Microsoft lançou o Windows NT, uma versão de 32 bits que era um sistema operacional verdadeiramente auto-suficiente: não precisava do DOS.

Neste mesmo ano eu deixei a Siemens e passei a me dedicar full time a MANDIC.

Eu descia às 6 horas da manhã e só voltava para casa depois das 23 horas. Mantive a empresa caseira até 1995, quando os vizinhos começaram a reclamar das 80 linhas telefônicas instaladas num edifício residencial.

Não pensei muito, abri o jornal e vi um anúncio de escritório para alugar na Avenida Pedroso de Morais, em Pinheiros, no mesmo bairro que eu morava. E por ser na cobertura do prédio facilitava a instalação das linhas telefônicas. Nem precisei mudar os prefixos.

A Internet nascia com a possibilidade de oferecer ao usuário a abertura da maior biblioteca do mundo. E a MANDIC não podia ficar de fora. No ano de 1993, existiam 1,7 milhão de computadores conectados em todo o planeta. Em 1997, o número pulou para 20 milhões, de acordo com o guia Computer Industry Almanac.

Os já famosos sites de busca começaram a se interessar também pelo ambiente gráfico. Exemplos como o Yahoo!, AltaVista, WebCrawler, Excite e Lycos começaram a pesquisar, junto com as Universidades, melhores interfaces para suas páginas, ao mesmo tempo que começavam a agregar conteúdo através de parcerias com empresas de mídia.

No ano seguinte, em 1994, começava o uso comercial da rede, com sites dedicados à venda de livros, CDs e até mesmo flores. Neste mesmo ano contratei o jovem programador Ricardo Ikeda, recém saído da Escola Politécnica da USP, para transformar todo o sistema da BBS em Internet.

Queria que meu usuário pudesse trocar de plataforma automaticamente e com isso saí novamente na frente da concorrência. Fui o primeiro provedor de acesso a oferecer Internet para 10 mil usuários.

Apostei todas as minhas fichas em algo que não existia e funcionou. Logo crescemos para 20 mil usuários e nesta hora vivi o momento mais crucial da minha vida. Precisava injetar dinheiro pesado para crescer, tinha os US$ 100 mil necessários em caixa, mas não queria abrir mão da minha poupança pessoal.

Resolvi procurar um investidor. Em setembro de 1996 fechei um acordo financeiro com o grupo Garantia Participações - GP.

A trajetória financeira da MANDIC foi a seguinte: no primeiro ano como MANDIC S/A, em 1992, faturei US$ 3 mil, no segundo US$ 30 mil; no terceiro, US$ 800 mil; no quarto ano, US$ 2 milhões; no quinto, US$ 5 milhões e em 1997, US$ 10 milhões.

Mas, nunca desperdicei ou mesmo gastei o dinheiro do investidor. Lembro que ao invés de comprar máquinas, optei pelo leasing. Se alguma coisa desse errado, o leasing garantia o dinheiro em caixa, bastava devolver os equipamentos.

Quando o UOL ingressou fortemente no mercado, em maio de 1997, distribuindo kits de acesso para seus 300 mil assinantes, resolvi fazer igual, mas oferecer um atendimento melhor. Comprei o mesmo espaço publicitário que o UOL utilizou na Folha de S. Paulo e publiquei no próprio jornal o anúncio dos kits de acesso da MANDIC. Foi um tremendo sucesso.

A Internet em 1997 era divertida, mas a dura concorrência travada com o UOL e o Zaz (futuro Terra), recém capitalizado pela compra do provedor de acesso Nutec, mais uma vez me fez dar uma acelerada, como gosto de fazer quando dirijo.

1997 é considerado o ano no qual os capitais de risco descobrem um novo filão e com ele, dezenas de empresas abrem seu capital na Nasdaq - Sigla para National Association of Security Dealers Automated Quotation. Nesta bolsa de valores independente são negociadas ações de empresas de tecnologia e de Internet.

Percebi, acompanhando o movimento do mercado mundial e principalmente o norte-americano que só os grandes sobreviveriam e nesta hora, terminei meu casamento com o GP e fui para um novo patamar de valores, onde tive que vender o controle acionário para O Site.

A história recente todos conhecem: vieram os provedores de acesso grátis, onde ajudei a criar o iG. A bolha cresceu, tínhamos em 2000 uma dezena de portais e todos brigando pela concorrência em massa. UOL, Terra, iG, Globo.com, BOL, AOL, enfim, todo mundo querendo os milhões de pageviews.

Nesta hora, volto a fazer anotações no meu bloquinho: mandic:mail, o melhor serviço de e-mail da Internet. Bom, pago e para pessoas exigentes, que precisam do e-mail para trabalhar.

Terei um serviço que sempre irá buscar clientes que precisem do e-mail para trabalhar, que sejam formadores de opinião e que queiram pagar para ter um serviço diferenciado.

Vou começar apenas com e-mail, porque simplesmente é o serviço responsável por 80% do tráfego na Internet. Em 1996, já existiam 56 milhões de usuários em todo o mundo. No mesmo ano, 95 bilhões de mensagens eletrônicas foram enviadas nos Estados Unidos, em comparação às 83 bilhões de cartas convencionais postadas nos correios, segundo dados da Computer Industry Almanac, divulgados em 1998.

Para 2005, segundo os analistas de mercado, teremos em torno 766 milhões de usuários conectados à rede em todo o planeta e a volta dos pequenos empreendedores, em nichos especializados, como o que eu mais uma vez estou criando antes da concorrência.

Nos próximos anos, a rede sofrerá uma adaptação, sendo mais eficiente no tráfego de informações remotas como teletransporte de imagens e transferência de arquivos por meio de chips implantados em humanos - assistiremos à realização de eventos antes restritos ao mundo da ficção.

Um dos trunfos da MANDIC será manter a carteira seleta de 50 mil usuários de e-mail, meta para ser atingida em 12 meses. Quero gerenciar de perto o nosso crescimento, para sempre oferecer melhores e inovadores serviços de correio eletrônico para o cliente que acredita que ter um e-mail mandic:mail é uma grife, além de ter também a garantia de excelentes plataformas tecnológicas.

Com o desenvolvimento das novas gerações de celulares e o desenvolvimento crescente dos dispositivos portáteis (como Palm, por exemplo) será possível cada vez mais estar conectado de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora. Investiremos pesado no acesso remoto, pois acredito que será um diferencial para nossos clientes."

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Servir para liderar

Estou quase terminando de ler "O monge e o executivo" - que em breve estarei disponibilizando para vocês - e, apesar de não estar gostando tanto do mesmo, ele tem alguns conceitos interessantes. O foco principal, como o próprio título já diz, é que o líder tem que servir para liderar. A afirmação parece estranha a princípio, mas você começa a entender melhor a medida que o autor vai desenrolando a história. O servir, na verdade, nada mais é que do que satisfazer as necessidades, legítimas, de seus liderados. Reparem que eu disse "necessidades" e não "desejos". O líder não deve ser bonzinho, ele deve ser justo.
O verdadeiro líder, ama a sua equipe. Este amor, porém, não é no sentido sentimental da palavra. O amar que o livro descreve, vem da palavra ágape (palavra grega, se não me engano), que significa amor também, mas que é demonstrado por atitudes. Abaixo, seguem alguns adjetivos praticados por quem ama e, ao lado, o seu respectivo "sinônimo" no sentido ágape.

AMOR - LIDERANÇA

Paciência - Mostrar autocontrole;
Bondade - Dar atenção, apreciação e incentivo;
Humildade - Ser autêntico e sem pretensão ou arrogância;
Respeito - Tratar os outros como pessoas importantes;
Abnegação - Satisfazer as necessidades dos outros;
Perdão - Desistir de ressentimento quando prejudicado;
Honestidade - Ser livre de engano;
Compromisso - Sustentar suas escolhas;
Resultados: Serviço e Sacrifício - Pôr de lado suas vontades e necessidades; buscar o maior bem para os outros.

Acho que essa é a essência do livro. Eu, particularmente, achei que iria me surpreender com o mesmo. O monge e o executivo é, disparado, um dos livros mais vendidos e lidos por executivos no Brasil. Os conceitos, em sí, mais servem para você ser uma pessoa melhor do que um líder de verdade. Acredito, com a pouca experiência que tenho, que praticar estes conceitos não bastam para liderar uma equipe ou uma grande empresa. Existem outras qualidades das quais devemos dispor. Mas a minha opinião pessoal eu guardo para um outro post.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Investidor iniciante? Treine num simulador.

Todo mundo sabe, ou pelo menos tem uma idéia, que o Brasil tem crescido acima da média mundial nos últimos anos. Com esse boom de boas notícias e o crescimento de empresas como Petrobras e Vale, tá virando moda investir. Desta forma, pessoas que antes mantinham seus investimentos na "famosa" poupança, estão querendo ganhar dinheiro investindo na bolsa.
Investir não é nenhum bixo de sete cabeças, como muitos pensam. Entretanto, gostaria de deixar bem claro, que o negócio não é assim tão fácil quanto parece. Não digo nem pela questão de operar, mas sim de estar antenado. Quem não tiver o mínimo de atenção nas empresas no qual está investindo, e na economia como um todo, estará fadado a ver seus investimentos evaporarem.
Atualmente, qualquer pessoa física, e que tenha um comprovante de rendimento, está apta a investir. Existem diversas corretoras espalhadas por aí e você pode escolher a que melhor lhe convir. Eu, como um amante da tecnologia, gosto de corretoras que dêem a opção de realizar as operações por meio virtual. Pessoas que operam desta maneira, são chamadas "home broker". O perfil de investidor home broker, pessoa física, é a que mais cresce na atualidade.
E é baseado nesse crescimento, que encontramos diversos textos, blogs, cursos e simuladores espalhados por aí. A pessoa que deseja investir hoje, se for interessada, não estará desfalcada. É por isso que eu gostaria de deixar uma dica aqui:

Já ouviram falar no FolhaInvest? Então, O FolhaInvest, parceria da BOVESPA e da Folha de S.Paulo, é um simulado que oferece aos participantes a oportunidade de conhecer o mercado de ações, permitindo vivenciar o dia-a-dia das operações na bolsa de valores. O FolhaInvest funciona com poucos minutos de atraso em relação a bolsa de valores real, permitindo que você possa fazer operações de compra e venda, assim como, estratégias com "start" e "stop", se assemelhando, em muito, com a realidade. Você, além de poder treinar, também pode ganhar diversos prêmios pelo site. É tudo gratuito. Estando entre os 1000 primeiros colocados no site, você já estará apto a ganhar cursos, viagens e passagens aéreas. É o máximo.
Um amigo meu da faculdade, que já tem certa experiência com investimentos, conseguiu ganhar um curso lá na bolsa de valores em São Paulo, muito bacana.

Seja você sendo investidor(a), ou não, vale a pena conferir.

Segue o link do site -> FolhaInvest.


Um abraço para todos.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Suhas Gopinath - Menino prodígio indiano

Esta história não é nova, mas achei muito bacana na época em que lí. Desta forma, gostaria de compartilhar com vocês. Trata-se da história de um jovem empreendedor indiano. Fico fascinado com essas histórias, ainda mais sendo num país emergente como o nosso. Suhas Gopinath - o meníno prodígio - é considerado uma lenda do empreendedorismo lá, e já marcou seu nome na história indiana.

Segue:

"Suhas Gopinath fundou uma companhia de software aos 14 anos e desde então se tornou uma das histórias de sucesso mais notáveis no mundo da tecnologia da informação indiana. Hoje ele tem 21 anos e dirige uma empresa de classe internacional, com 400 funcionários.

Kala Gopinath se preocupa com seu filho. Suhas come muito pouco, dorme muito pouco. "Isso não pode ser saudável", diz sua mãe. Ela coloca mais legumes e dois "idlis" -bolinhos brancos feitos de arroz e lentilha- no prato do rapaz. "Hoje ele ficou no sofá até as 4 da manhã trabalhando no laptop. E às 8 foi para o escritório."

Agora é meio-dia e Suhas veio almoçar em casa -a apenas cinco minutos a pé do escritório. "Minha mãe insistiu que meu local de trabalho fosse alcançável sem carro", ele ri. Gopinath é o principal executivo e co-fundador da Globals Inc. -uma companhia de informática florescente que produz sites da web e software, emprega 400 pessoas em todo o mundo e tornou-se um ícone nacional. O Livro dos Recordes Limca -a versão indiana do Guinness- o cita como o "executivo-chefe mais jovem do mundo". Políticos de seu país o comemoram como o modelo indiano: Vejam o que os jovens podem conquistar!

"Por que venderia meu bebê?"

Gopinath poderia circular num carro com motorista. Poderia morar numa cobertura ou comprar uma mansão para seus pais em um belo bairro nos subúrbios. Mas em vez disso a família mora em uma casa de tamanho médio, ele tem um carro pequeno, não tem o telefone celular da moda e não usa roupas de estilista. Em 2005, uma firma de investimentos de Houston, Texas, lhe ofereceu US$ 100 milhões por uma participação majoritária na Globals. Ele recusou, "depois de vários meses de discussão". A razão de sua resposta negativa: "Por que eu venderia meu bebê?" Em meados da década de 1990, os primeiros Internet cafés começaram a abrir em Bangalore (sul da Índia), e um deles entrou em operação ao lado da casa de Gopinath. "Meu irmão Shreyas me levou lá. Eu fiquei fascinado. A Internet mudou minha vida", ele diz. Suhas passava todos os minutos livres online.

Aprendeu sozinho a construir sites da web. "Ele gastou todas as rupias que tinha no Internet café", diz sua mãe, com a reprovação ainda evidente na voz. Gopinath admite: "Até então eu tinha sido um bom aluno. Depois que descobri a Internet passei a ser um aluno médio". Antes de descobrir o ciberespaço, ele sonhava em ser veterinário.
A luta pelo "Hindustão Cool"

Em 1998, quando tinha 13 anos, Gopinath lançou seu primeiro site:http://www.coolhindustan.com/. "Eu queria fornecer aos indianos do mundo inteiro um fórum para divulgar eventos públicos, dicas de restaurantes e tudo o que interessasse a eles", lembra. O site tornou-se popular -inclusive entre os hackers do Paquistão. Eles atacaram o "Cool Hindustan" (Hindustão Bacana) e substituíram o logotipo do site por "Cool Pakistan". "Foi uma experiência terrível", diz Gopinath. Ele abandonou o projeto.

Então, caçadores de talentos do Vale do Silício já tinham ouvido falar em Suhas Gopinath, e a companhia Network Solutions convidou o jovem indiano para conhecer sua sede em San José, Califórnia. Foi a primeira vez que ele embarcou num avião e a primeira vez que saiu da Índia. "Eles me ofereceram um emprego. Também queriam pagar minha educação nos EUA", ele diz. Sua resposta, porém, foi não. "Por que eu faria para outra empresa o que poderia fazer pela minha própria?"

Foi então que tomou a decisão de se tornar um empresário. Tinha 14 anos. Foi uma opção que enfrentou resistência de muitos lados. Seus pais o pressionaram para terminar a escola e estudar alguma coisa prática, e havia a tentação de um emprego seguro. A lei indiana também foi um obstáculo -é preciso ter pelo menos 18 anos para abrir uma firma.

Desvio pela Califórnia

Gopinath não ia esperar quatro anos. Ele trapaceou: junto com três amigos, registrou sua empresa em San José. "Online, é claro", ele diz. Queria chamá-la de Global Solutions, mas o nome já tinha sido registrado. Então se decidiu por Globals.

Hoje ele ainda lamenta que não tenha conseguido começar sua companhia em Bangalore. Os políticos mais importantes da Índia conhecem o jovem. Ele teve até uma audiência privada com o presidente Abdul Kalam. "Eu disse a ele que o limite de idade para fundar uma empresa tem de ser abolido", diz Gopinath. Kalam prometeu apoio, mas até agora nada mudou.
A lei não foi o único obstáculo, porém. Os potenciais clientes cancelaram os pedidos quando souberam que seu sócio na empresa tinha apenas 14 anos. "Muitas pessoas não me levavam a sério", ele lembra. Assim que começou a ter barba, deixou o bigode crescer, mas depois disso o cortou, a conselho de amigos.

Afinal Gopinath conseguiu superar todos os obstáculos. Aos poucos espalhou-se a notícia sobre a capacidade de sua companhia e Gopinath contratou cada vez mais pessoas e abriu mais escritórios. Ele tornou-se o chefe, patrão e principal executivo -tudo em plena puberdade.
A maioria de seus funcionários é igualmente jovem: a idade média é 21, tendo o mais velho 26 e o mais jovem, 12. Para este Gopinath não pode dar um emprego em tempo integral, pois representaria trabalho infantil. "Mas nós lhe demos um computador com uma conexão à Internet", diz Gopinath. "Hoje ele trabalha para nós às vezes, em design para a web."

200 clientes pelo mundo

Enquanto isso a Globals conseguiu 200 clientes em todo o mundo e hoje tem escritórios em 11 países, com cerca de 65% de seu faturamento vindos da Europa. Os jovens indianos tornaram-se especialmente bons em identificar nichos de mercado desocupados. Eles desenvolveram um produto de software para escolas, por exemplo, que permite que os professores registrem as notas e a freqüência com facilidade, e que os pais verifiquem se seus filhos estão indo às aulas -uma espécie de boletim eletrônico. O governo indiano ficou entusiasmado com a idéia e recentemente contratou a Globals para implantar o programa em mil escolas.
Agora que tem 21 anos, Gopinath está pensando em transferir a sede da empresa para a Índia -apesar de cerca de 125 pessoas trabalharem para a Globals em San José, contra apenas 25 em Bangalore. O que aconteceria com os funcionários nos EUA? "Veremos", diz Gopinath. "Os novos desenvolvimentos estão vindo principalmente de Bangalore."
Universidade à margem

Bangalore certamente seria mais barata. Os funcionários da Globals lá ganham entre 20 mil e 25 mil rupias por mês, o equivalente a US$ 540 e US$ 675 -um bom salário na Índia, mas ainda uma ninharia comparado com os US$ 1.485 que seus colegas nos escritórios ocidentais estão ganhando. "O dinheiro não é o motivo pelo qual trabalhamos para a Globals", diz Gayathri Kumar, 22, que é responsável pelas finanças. "O ambiente e a diversão são muito mais importantes para nós. Aqui não há hierarquias."

O pai de Gopinath, que já foi um cientista do Ministério da Defesa, hoje reconhece que seu filho fez as opções certas nos últimos sete anos. Eles são pais orgulhosos, mas ainda não o libertaram. "Para nós é importante ele ter um diploma", diz o pai. "A educação é a coisa mais importante na Índia."

Seu filho escutou e agora está estudando engenharia em Bangalore. Mas é difícil encontrar tempo; ele acaba de perder um exame por causa de uma conferência na Alemanha, e a próxima oportunidade de fazê-lo é daqui a um ano. Na universidade, Gopinath assiste às aulas e de vez em quando dá algumas, às vezes para pessoas décadas mais velhas que ele.

Ele diz que algumas vezes fica triste por não ter tido uma juventude como a maioria de seus amigos. Eles iam ao cinema enquanto ele ficava na frente do computador e trabalhava. E outra coisa: "Me incomoda que até meus colegas estudantes me chamem de senhor, tirem fotos minhas com seus celulares ou peçam autógrafos".

Gopinath balança a cabeça. "Eu nunca quis ser um astro.""

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Como fazer amigos e influenciar pessoas

O título deste post nada mais é do que o título de um famoso livro de Dale Carnegie. "Como fazer amigos e influenciar pessoas", é um livro bom, considerando os tantos outros parecidos que tem espalhados por aí, mas que não tem nenhuma fundamentação teórica. Todos os exemplos e dicas que ele dá, são baseados em experiências próprias. Como algumas coisas se aplicam a todos, gostaria de compartilhar um resumo do mesmo.

RESUMO:

Técnicas fundamentais para tratar com as pessoas

Princípio 1: Não critique, não condene, não se queixe.
Princípio 2: Faça um elogio honesto e sincero.
Princípio 3: Desperte na outra pessoa um ardente desejo.

Seis maneiras de fazer com que as pessoas gostem de você

Princípio 1: Interesse-se sinceramente pelas outras pessoas.
Princípio 2: Sorria.
Princípio 3: Lembre-se de que o nome de um homem é, para ele, o som mais doce e mais importante que existeem qualquer idioma.
Princípio 4: Seja um bom ouvinte. Incentive os outros a falar sobre eles mesmos.
Princípio 5: Fale sobre assuntos que interessem a outra pessoa.
Princípio 6: Faça a outra pessoa sentir-se importante, mas faça-o sinceramente.

Como conquistar as pessoas para o seu modo de pensar

Principio 1: 0 melhor meio de vencer uma discussão é evitá-la.
Princípio 2: Respeite a opinião alheia. Nunca diga: "Você está errado".
Princípio 3: Se errar, reconheça o erro imediatamente e com ênfase.
Princípio 4: Comece de um modo amigável.
Princípio 5: Consiga que a outra pessoa diga "sim, sim", imediatamente.
Princípio 6: Deixe a outra pessoa falar durante a maior parte da conversa.
Princípio 7: Deixe a outra pessoa pensar que a idéia é dela.
Princípio 8: Procure honestamente ver as coisas pelo ponto de vista alheio.
Princípio 9: Mostre-se simpático às idéias e desejos alheios.
Princípio 10: Apele para os mais nobres motivos.
Princípio 11: Dramatize suas idéias.
Princípio 12: Lance um desafio.

Seja um líder

0 trabalho de um líder geralmente inclui a modificação das atitudes e do Comportamento das pessoas. Eis algumas sugestões para conseguir isso:

Princípio 1: Comece com um elogio e uma apreciação sincera.
Princípio 2: Chame indiretamente a atenção sobre os erros alheios.
Princípio 3: Fale de seus próprios erros antes de criticar os das outras pessoas.
Princípio 4: Faça perguntas em vez de dar ordens.
Princípio 5: Não envergonhe as outras pessoas.
Princípio 6: Elogie o menor progresso e também cada novo progresso. Seja "caloroso na sua aprovação e generoso no seu elogio".
Princípio 7: Atribua a outra pessoa uma boa reputação para que ela se interesse em mantê-la.
Princípio 8: Incentive a outra pessoa. Faça que os erros pareçam fácil de corrigir.
Princípio 9: Faça a outra pessoa sentir-se satisfeita fazendo o que você sugere.


Ps: Fiquei de final em uma matéria na faculdade e estou muiiito chateado. Além de ter sido por pouco, foi por erro besta. Agora vou ter que estudar toda a matéria de início do período por causa disso. Tenha dó.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Trabalhando ao lado de "gênios".

Durante toda essa semana estou em curso, pela empresa, no Rio. E, como o curso exige que usemos um computador, está sendo uma beleza. Eu já domino o assunto e o professor, modéstia a parte, é uma lerdeza. Assim, to tendo tempo de ficar viajando pelos blogs, lendo notícias e outros.
Numa dessas de ficar procurando o que ler, acabei pesquisando sobre um funcionário da minha empresa que, além de ser meu futuro professor em pesquisa operacional, desenvolveu um trabalho de mestrado e, futuramente, complementou o mesmo em sua tese de doutorado, que foi de suma importância para a Petrobras.
Antes de explicar o trabalho dele, vou dizer da onde veio a inspiração:

"O sistema PLANGAS foi desenvolvido, especificamente, para gerar uma previsão otimizada para um sistema complexo de produção e escoamento de gás. Um sistema de produção de óleo e gás natural offshore compreende um grande número de plataformas, em que a malha de compressão de gás e escoamento é muitas vezes integrada e bastante complexa. Cada unidade funcional (plataforma) é gerenciada separadamente, com a tarefa de obter o melhor retorno, desenvolvendo objetivos próprios. Estes objetivos nem sempre são concordantes e, freqüentemente, entram em conflito uns com os outros. A alteração na movimentação de gás de uma plataforma poderá afetar a movimentação e objetivos próprios das demais, assim como o resultado final do sistema."


Bom, este sistema, o PLANGAS, que foi desenvolvido pela equipe de engenheiros e técnicos da Petrobras, visa uma otimização do aproveitamento deste gás, objetivando o lucro da empresa, óbvio. O que o meu futuro professor desenvolveu, EDSON KENJI IAMASHITA, foi um algoritmo que testava a eficência econômica deste sistema. Este, por sua vez, foi o algoritmo da tese de mestrado. Já na sua tese de doutarado, o mesmo utilizou metaheurísticas, que são algoritmos complexos e relativamente novos, já que foram desenvolvidos na década de 70. Não me perguntem o que significa exatamente, mas o resumo é o seguinte; existem alguns problemas, que não podem ser resolvidos de maneira comum e, mesmo que usemos algum tipo de programa que busque a solução correta, este, por sua vez, consumiria dias, ou até anos de processamento. Isto torna a pesquisa inviável. Desta forma, uma metaheurística permite com que cheguemos a soluções aceitáveis, dentro de padrões estabelecidos, de uma forma muito mais rápida.

Até aí tudo bem né? Agora imaginem só entender e desenvolver isso tudo? Se duvidam da complexidade do negócio, pesquisem por Edson Kenji Iamashita no google e entrem na primeira página de resultados, que é do domínio público do governo federal. Os trabalhos deles estão disponíveis lá. A Petrobras utilizou a tese de mestrado para melhorar o seu programa e a tese de doutarado serviu para mostrar outros objetos que podem servir de estudos para mais melhorias ainda. Fiquei impressionado ao ler o trabalho e admiro demais quem faz essas coisas diferentes. Não vejo a hora de ter aula com ele logo =)

Ps: Pra quem não sabe, assim como o Edson Kenji Iamashita, também trabalho na Petrobras. O Kenji ministra aulas de pesquisa operacional, que foi base para o desenvolvimento destes trabalhos. É por isso que estou ansioso e feliz, pois vou pegar essa matéria neste período.

Um abraço para todos.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Inovando na administração

Texto por Alberto Leita, Portal da administração.

"Com a chegada do grande varejo em nosso maravilhoso mundo da informática, não nos restou muita coisa a não ser avançar de uma forma diferente. Estudo recente realizado por CRN Brasil (principal revista para canais no mundo), feito com 4 macro regiões do mundo apontaram algumas tendências para o mercado. Lendo e relendo a pesquisa, estou fazendo aqui uma leitura latina dos resultados e trazendo a vocês as boas notícias, poucas diante de tudo, mas que se levadas a sério poderão nos trazer a luz que nos resta no fim do túnel.

*Venda em setores – não há como negar que se confia muito mais nos que nos entendem do que no contrário. Entender de setores é tão importante que hoje em dia as empresas que mais crescem no mundo estão verticalizadas. Só para dar alguns exemplos: HP, Microsoft, IBM, Intel, Cisco, enfim, as cinco maiores do globo já são verticalizadas. Em cada uma delas é possível encontrar profissionais e soluções focadas para os setores: público, indústria, serviços, varejo, etc.

*Melhorias na Gestão – empresas que querem se tornar sustentáveis devem imediatamente adotar boas práticas em gestão. Como alguns já sabem assuntos como: fluxo de caixa, marketing, vendas, gestão de recursos humanos, etc. Fundamentais para o crescimento e, em alguns casos, para sustentação das empresas.

*Novas Tecnologias – O mundo mudou. Fabricantes entregam a cada três meses novas tecnologias que necessitam de outras mais e nós aqui, esperando o mundo bater em nossas portas. O IPhone revolucionou a telefonia, o BlackBerry está aí e eles necessitam de software específico, soluções para pequenas empresas e formas de utilização. Portanto mexa-se o mundo precisa de você.

*SMB – as chamadas pequenas e médias empresas são a grande bola da vez. O canal tradicional é o único que pode atendê-la. Bingo. Temos nas mãos a fórmula do sucesso em vendas para canais. Quem poderá atender escolas, hospitais, mercados da região X, Y ou Z? Somente o canal poderá fazer isso com a tranqüilidade, segurança e conhecimento necessários para que as vendas cresçam.

*Geografia – todo mundo sabe que algumas regiões possuem características específicas, cultura e dinâmica que só podem ser entendidas por quem ali vive e se relaciona. Algumas regiões do país possuem tributações diferentes, legislações diferentes e formas de se comunicar e, conseqüentemente, vender completamente distintas. Está aí outra oportunidade interessante para cada um de nós.

*Nichos – quem nunca imaginou fazer uma empresa que só vende para terceira idade? Para crianças? Para etnias diferentes? Para religiões? Empresas crescem hoje direcionando produtos para homossexuais, católicos, evangélicos, idosos, crianças, jovens, profissionais, donas de casa, enfim, escolha o seu nicho, entenda dele e comece a vender. Sua linguagem estará adequada, seus produtos também, suas vendas crescerão e seus problemas acabarão.

Embora pareça promessa de livro de auto-ajuda, a verdade é que poucos de nós fazem o que as seis tendências apontam."

Ando sem tempo pra postar no blog. Mal entrei de férias na faculdade, já fui escalado para fazer um curso fora. Não to conseguindo garimpar uns assuntos interessantes pra postar, mas ao menos tá dando pra visitar os blogs que eu gosto =)