Mais uma história notável de um investidor que merece o meu respeito.
Fonte: Wintrade
Carl Icahn, um judeu de classe média, criado em Queens, bairro de Nova York. Seu pai era advogado e sua mãe professora. Quanto a Carl, passou por algumas apostas na carreira até se firmar profissionalmente no mundo financeiro. Graduou-se em Princeton, cursou medicina por dois anos, alistou-se no exército e, somente depois, chegou a Wall Street, a tão conhecida rua que abriga a Bolsa de Valores de Nova York, a mais importante do mundo.
Para começar a operar na Bolsa, em 1968, ele pediu um empréstimo e arregaçou as mangas, como se costuma dizer para quem vai colocar a mão na massa. De lá para cá descobriu que o que mais gostava de fazer era ganhar dinheiro. E para fazer jus ao incentivo que teve no início de sua carreira, recuperou empresas colocando em xeque administradores que, para ele, mantinham status sem merecimento.
É por agir dessa forma que Carl Icahn vem sendo chamado de o “Robin Hood de Nova York”. Ele compra a empresa que não vai bem, mas que tem um número grande de pequenos acionistas e ativos subvalorizados, e reformula todo seu quadro administrativo. Se não puder comprar de uma só vez, Icahn vai adquirindo as ações até conseguir chegar ao bloco controlador da empresa. Assim, ele faz com que os funcionários se mexam e madruguem no trabalho, gerando lucro tanto para empresa, quanto para o investidor que depositou sua poupança nela. E a pergunta é: o que ele ganha com isso? Depois de colocar a empresa no rumo, de maneira que ela ande com as próprias pernas, Icahn vende a companhia e embolsa a diferença.
Sofrer faz crescer?
Não é regra, nem deveria ser caminho, mas para Carl Icahn parece que essa premissa de que quem sofre cresce, deu certo. Ele não teve apoio do pai, nem mesmo nos estudos, e chegou a ser até desprezado. Foi jogando pôquer no campus da Universidade que conseguiu arcar com o custo das mensalidades.
Assim, na contramão, Icahn chegou aos US$ 14 bilhões em patrimônio e ocupa a posição de 43º homem mais rico do mundo. E o que atesta é que sua diversão se resume em “chacoalhar as empresas e dar uma injeção de ânimo no capitalismo americano”.
Agora, aos 74 anos, além de ser odiado pelos CEOs que ele põe na linha e amado pelos acionistas que ele apadrinha, Carl Icahn se tornou um dos maiores filantrópicos dos Estados Unidos. Constrói inúmeras escolas para a população pobre e todo trabalho assistencial é feito por sua esposa. Compulsivo por trabalho, conta com uma equipe de 40 pessoas que pensam nas empresas-alvo para seu plano de compra, venda e distribuição de lucros.
O caso Yahoo + Microsoft
Preocupado com o futuro do portal Yahoo, que nos últimos anos perdeu grande fatia no mercado de busca online, Carl Icahn, como acionista da empresa, deu a receita: formar um novo conselho mais ativo para a negociação que viria a ser a saída do precipício. E foi assim que iniciou a batalha que deu origem à fusão entre Yahoo e a gigante dos softwares Microsoft.
O visionário Carl apoiava uma negociação favorável entre a empresa fundada por Bill Gates e a Microsoft. Mas o conselho administrativo não queria acordos por estar de olho no Google e até mesmo na AOL.
Essa guerra teve fim com mais um bom faro de Carl Icahn, após o CEO do Yahoo, Jerry Yang, pedir demissão. Jerry foi considerado culpado pelo fracasso inicial com a Microsoft, logo depois que o Google desistiu de qualquer tipo de parceria com o portal Yahoo, por conta de obstáculos reguladores dos EUA.
Carl Icahn e o então diretor da Microsoft, Steve Ballmer, voltaram às negociações e finalizaram o caso no início de 2010, com a junção Yahoo + Microsoft. Com o acordo, o site do Yahoo passou a ser alimentado pelas ferramentas de busca da Microsoft, que, por sua vez, teve seus anúncios online feitos pelo Yahoo.
Algumas frases para impulsionar o Carl Icahn que tem dentro de você
“Vou ser direto. Estou aqui para ganhar dinheiro. É o que gosto de fazer”.
“Os CEOs que pensam o negócio de modo holístico, familiar, sustentável, agradam todo mundo. Mas não conseguem fazer dinheiro”.
“Tenho abalado gerências em muitas empresas em que tenho investido. Geralmente, mas nem sempre, o resultado tem sido muito positivo para a empresa e os acionistas. É importante ter sangue novo, novas estratégias e novas ideias em empresas de baixo desempenho”.
“Vamos esperar que a crise econômica global faça com que os acionistas exijam mais mudanças por parte de suas empresas, e não deixá-las ao governo”.
“A questão é: como podemos tornar nossas empresas mais bem geridas para evitar futuros colapsos sistêmicos?”
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