segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Coppe/UFRJ tem o melhor supercomputador da América Latina


Não é a toa que eu quero fazer o meu mestrado lá.

__________________________________

Fonte: Inovação Tecnológica

Poder computacional

O supercomputador da Coppe/UFRJ acaba de ser certificado como o número 1 da América Latina pelo TOP 5000, instituição responsável pelo ranking dos supercomputadores em nível mundial.

Formado por 7.200 processadores, o equipamento tem capacidade computacional total de 64,63 teraflops (operações de ponto flutuante por segundo) e custou R$ 9,5 milhões, financiado pelo Fundo de Participação Especial da Petrobras/ANP.

O projeto total, incluindo equipamento e instalação do datacentro ficou em 14 milhões de reais.

O supercomputador mais potente da América Latina, que se encontra entre os 100 maiores do mundo (86º lugar), é operado pelo Núcleo de Computação de Alto Desempenho (Nacad) da Coppe.

Petróleo e meio ambiente

Instalado no parque tecnológico da cidade universitária, a principal missão do supercomputador é apoiar pesquisas inovadoras na área de petróleo e gás, associadas à Rede Galileu, da Petrobras, e na área de mudanças climáticas, com ênfase nos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto do Clima da Coppe.

Até o final de agosto, o supercomputador também estará sendo disponibilizado para outras redes temáticas da Petrobras.

"Essa máquina mudará os nossos paradigmas em simulação computacional e ciência da engenharia, colocando o Brasil em posição de destaque em nível mundial", afirma o professor da Coppe Álvaro Coutinho, coordenador do Nacad.

Segundo o professor da Coppe, o supercomputador poderá, por exemplo, analisar simultaneamente milhares de configurações de risers, diminuindo riscos e aumentando a confiabilidade dos materiais e equipamentos utilizados na exploração de petróleo em águas profundas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

10 políticas de combate aos gargalos do setor de petróleo


Informação interessante para quem, como eu, trabalha no setor de petróleo.

Quem apresentou a cartilha foi a ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo):

1) gerar e disseminar conhecimento e inovação ao longo da cadeia;
2) incrementar a produtividade e aprimorar processos da produção local;
3) fortalecer atividades industriais em três a cinco polos produtivos;
4) estimular a formação de centros de excelência tecnológica nos polos produtivos;
5) simplificar e aumentar a transparência das políticas de conteúdo local;
6) fortalecer o sistema empresarial nacional e sua atuação internacional;
7) atrair tecnologia e investimento de empresas internacionais;
8) garantir isonomia tributária, técnica e comercial entre competidores externos e locais;
9) estabelecer condições de financiamento e garantias competitivas internacionalmente;
10) acessar matéria-prima, insumos e infraestrutura em condições competitivas.

____________________________________

Se quisermos ver o pré-sal a todo vapor ainda temos muito o que fazer. Estimular a formação de centros de excelência em tecnologia, para mim, é uma das coisas mais importantes a serem feitas. O Brasil ainda importa muita tecnologia, apesar de todo o seu potencial intelectual.

Enquanto as campanhas políticas se estendem, e o Brasil caminha a passos largos, rumo ao fortalecimento de sua economia, fiquemos com a indefinição do projeto de capitalização da Petrobras. Ahhh... Isso tá acabando comigo.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Adolescente britânico torna-se milionário com negócio online


Esse menino me surpreendeu. É um adolescente com visão de gente grande.

___________________

Fonte: Portal Exame

São Paulo - Dá para imaginar um CEO com apenas 16 anos? Pois este é o cargo de Christian Owens. O garoto acaba de alcançar seu primeiro milhão de dólares, apenas dois anos depois de abrir a Mac Bundle Box, empresa que comercializa aplicativos para Mac por preços menores, mas por tempo limitado.

Em entrevista ao "Daily Mail", Owens conta que quer ser o nome mais importante da internet no mundo. Segundo ele, a trajetória de Steve Jobs o inspirou a começar o negócio apenas com sua mesada. Owens ganhou o primeiro computador aos 7 anos, com 10, já sabia webdesign e, aos 14, fundou a empresa.

Como se não bastasse a pequena fortuna aos 16 anos, o garoto já se aventura em um novo negócio e quer ultrapassar os 150 milhões de dólares. A Branchr é uma empresa que comercializa anúncios em mais de 17 mil sites.

O empreendedor britânico, que vive em Corby, Northants., emprega hoje oito pessoas no Reino Unido e nos EUA e pretende abrir dois escritórios da Branchr no ano que vem. Ele acredita que não existe fórmula secreta para o sucesso de um negócio: basta muito trabalho, determinação e uma boa ideia.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bastter - De médico a investidor


No site da Wintrade saiu um artigo bem bacana sobre o Bastter, que é um investidor famoso no Brasil, principalmente por suas contribuições no que diz respeito a formas de se investir. Já tive a oportunidade de falar um pouquinho dele aqui, mas nada como uma história com mais detalhes.

______________________________________

Fonte: Wintrade

"Ao pensar em alguém com uma trajetória de sucesso no mercado de ações é provável que venha à mente o histórico de um profissional que começou cedo, trabalhou duro e venceu. Esse perfil é comum, certo? Mas e se essa pessoa, no meio do caminho, cursou educação física e medicina, exerceu a profissão de médico por 15 anos e só depois voltou com tudo para o mundo dos investimentos? Essa é a história do carioca Mauricio Hissa, 46, consultor de finanças autônomo que investe e também ajuda a 'educar' o pequeno investidor sobre opções de ações na Bolsa.

Também conhecido como Bastter, nome de seu fiel cachorro - um pastor branco - e nickname que adotou quando a Internet 'começou', como costuma dizer -, Hissa nasceu no Rio de Janeiro e entrou para o ramo de ações aos 18 anos. Mas os tempos não eram dourados e as mudanças começaram.

"Com a 'quebra' da Bolsa do Rio (nos anos 1980), os negócios acabaram transferidos para São Paulo. Decidi então cursar Educação Física, mas nunca exerci", conta. Mauricio sempre se interessou pelo mercado de ações, mas antes de voltar a se dedicar exclusivamente a ele estudou medicina e exerceu a profissão durante 15 anos.

Foi a tecnologia, no entanto, quem o resgatou aos poucos para as finanças. "Voltei a me interessar pelo trabalho no mercado paralelamente à medicina nos anos 1990. Até que ele foi tomando conta da minha vida", relata.

Estratégia para investir

Maurício revela que sempre comprou ações de boas empresas - conhecidas como Blue Chips - para guardar como poupança. E até hoje, a maior parte de seus investimentos em Bolsa se resume à compra destas ações para longo prazo e à venda de opções cobertas sobre as ações. Tudo com o objetivo de comprar mais ações.
Sua estratégia é acumular uma carteira de ações de boas empresas, com compras mensais, além de trabalhar a reaplicação de dividendos e outros proventos. Ele diz também que, quando é possível, aproveita o lançamento coberto de opções sobre a carteira, sempre com o objetivo de comprar mais. "O investidor deve fazer uma poupança na Bolsa com ações de boas companhias, ou seja, ser sócio de grandes empresas. O que não pode é se iludir, imaginando que vai ficar rico fácil ao tentar rendimentos muito acima do CDI", recomenda.

Uma das frases que Bastter costuma usar expressa bem essa ideia com muito bom humor: "O pequeno investidor acredita que a Bolsa é uma instituição para colocar dinheiro fácil no bolso e que vai ganhar este dinheiro adivinhando o futuro. Aí, perde tudo e termina no cemitério dos Malandros".

Mauricio ainda lista outros erros comuns: acreditar em promessas fáceis, apostar no daytrade sem ter preparo suficiente e ir atrás dos boatos em cima de small caps, ou seja, 'fazer parte da manada'.

Publicações

Além de investidor e consultor autônomo, Maurício Hissa lançou mão de alternativas interessantes para ajudar o pequeno investidor a conhecer e fazer bom uso das estratégias de sucesso no mercado financeiro. Ele criou o www.bastter.com, destinado às pessoas que querem aprender sobre a Bolsa de valores, ações e opções de investimentos, com dicas e curiosidades. E também publicou diversos livros com o mesmo objetivo, como 'Eu Quero Ser Rico - Educação Financeira Básica', 'Sobreviva na Bolsa de Valores', e uma coleção de livros sobre opções: 'Introdução às Opções - O básico', 'Investindo em Opções - Estratégias de remuneração de carteira de ações com opções' e 'Operando Opções - As diversas operações com opções'.
Multifacetado e por dentro dos negócios mais rentáveis e seguros, Maurício compartilha muito mais do que dicas com outros investidores: a paixão pelo mercado de ações e o zelo pelo patrimônio e escolhas dos clientes - expressas na figura de Bastter, o cão de guarda - ajudam na tarefa de orientar e proteger o pequeno investidor na Bolsa de valores.

Conheça algumas das frases já ditas por Bastter e que podem servir de receita para o seu investimento:

"Prefiro ser o último da fila dos ricos do que o primeiro da fila dos pobres"

"Renda variável se chama variável porque varia..."

"O pequeno investidor acredita que a Bolsa é uma instituição para colocar dinheiro fácil no bolso e que vai ganhar este dinheiro adivinhando o futuro. Aí, perde tudo e termina no cemitério dos Malandros"

"Pessoal: menos papo, menos ilusão e mais estudo e trabalho sério".

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Entrevista com Márcio Mello, dono da HRT


No post anterior deixei um texto que conta um pouco da história de Márcio Mello, dono da HRT, empresa de petróleo que fará uma oferta pública de ações em breve

Hoje deixo uma entrevista que saiu na revista Brasil Energia com o próprio.

Não há dúvidas de que a empresa pode se tornar imensa, caso os planos se concretizem. E eu fico muito feliz, pois haverá oferta de emprego pra muita gente.

___________________________________

Márcio Mello: “Você descobre petróleo é na cabeça das pessoas”

Não há crise financeira, risco exploratório ou concorrência que faça o presidente da HRT Oil & Gas, Márcio Mello, colocar o pé no freio. Às vésperas de realizar a abertura de capital da petroleira, instituída no fim de 2009 com um capital de US$ 270 milhões e que tem entre seus sócios ninguém menos que Michael Dell, o executivo não teme a crise financeira europeia e não cogita a possibilidade de insucesso do processo. Com uma carteira de projetos exploratórios espalhados por Solimões, Espírito Santo e, mais recentemente, a Namíbia, Mello afirma ter uma petroleira de grande porte e diz, sem a menor modéstia, que a HRT é a melhor história do Brasil depois da OGX. “Tudo em que botei meu dedo virou ouro, me chamam até de golden boy”.

O IPO da HRT Oil & Gas será realizado em julho, independentemente da desgraça financeira da Europa?

Que desgraça? Quando se tem algo bom para vender, não existe desgraça. Toda essa desgraça da Europa é porque todo mundo tirou o dinheiro e está com dinheiro no banco para investir. Se você chegar com uma história boa – e digo que a HRT é a melhor história do Brasil depois da OGX –, não há problema. A HRT tem hoje as duas maiores fronteiras exploratórias do Hemisfério Sul: o Solimões e a Namíbia.

Quanto vale a companhia?

Hoje nosso valor de mercado é de US$ 450 milhões, mas logo, logo a HRT vai ser uma companhia de seus US$ 10 bilhões, sem a menor dúvida.

Qual é, afinal, o porte da HRT Oil & Gas?

Somos grandes, nunca vou ser uma empresa média. Olhe nossos escritórios! Não somos uma companhia que pensa pequeno, somos grandes e seremos muito grandes. Veja as companhias brasileiras com maior área de exploração. Primeiro, a Petrobras, segundo, a Oil M&S/Petra (N.R.: da qual a HRT adquiriu áreas em Solimões), terceiro, a HRT, e quarto, a OGX. Já me considero uma companhia grande, porque temos 2,1 bilhões de barris no prospective resource. Uma companhia pequena tem 1 milhão de barris, e uma média, 200 milhões de barris. Tentamos comprar a Devon, e costumo brincar que um dia vou comprar a Petrobras.

O que o levou a montar uma petroleira?

Era o meu sonho desde que saí da Petrobras. Demos suporte a todas as companhias que estavam no Brasil, até o momento em que achamos que estavam se abrindo espaços extremamente interessantes para que transformássemos nosso capital intelectual. Surgiu uma maneira muito particular para isso: a Amazônia. A Amazônia sempre foi meu sonho, trabalhei lá há 33 anos e sempre soube que a região é a província com a maior reserva de óleo leve e gás do Hemisfério Sul. Temos 21 blocos na Bacia do Solimões, em uma área do tamanho da Espanha.

E os riscos?

Urucu produziu 200 milhões de barris de óleo leve, fato que poucos sabem. Multiplicado por US$ 100, resulta em quase US$ 20 bilhões. Qual é a terceira bacia que mais produz óleo leve no Brasil? Solimões. Qual é o maior produtor de gás hoje? Solimões. Qual é a segunda maior reserva de gás no país? Solimões! Essa bacia tem um terço de todo o gás já descoberto no Brasil. Quantos poços já foram perfurados lá? São 226, sendo apenas 25 fora dos campos já descobertos. Potiguar tem 4 mil poços perfurados. Acabamos de certificar mais de 1 bilhão de barris na região. Somente a HRT, com sua tecnologia e seu capital humano, teve capacidade de desvendar o que é Solimões.

Qual é a expectativa de captação, e como será o IPO?

A meta é captar algo perto de US$ 1,6 bilhão, montante que iremos investir nos próximos quatro a cinco anos (US$ 1,1 bilhão para o Brasil e US$ 500 milhões no exterior). Ainda estamos discutindo com bancos. Não vamos vender a companhia toda, e estamos conversando para saber onde vamos chegar.

E se a capitalização não der certo?

Não conto com essa possibilidade. Também não conto com “ah, se esse poço for seco ...”. A gente não erra. Nossa história é muito boa. As pessoas que investiram na HRT colocaram US$ 270 milhões num potencial de 200 milhões (de BOE) certificados. Quatro meses depois, certificamos 2 bilhões (de BOE). Há alguma companhia assim no planeta? Se você conhece, quero comprá-la! Depois de começar a perfurar, depois de um ano, vamos ganhar 100 vezes mais.

O IPO está previsto para a mesma época da capitalização da Petrobras. Não é arriscado?

Eu não estou preocupado com ninguém, e sim com o meu negócio. Tenho na minha mão as duas maiores fronteiras de exploração de petróleo de todo o Hemisfério Sul, com potencial de centenas de bilhões de barris, e vou ficar preocupado com o que o outro está fazendo? Quero é focar o meu business! Nossa taxa de PhDs e mestres é superior a 30%. Nem a Petrobras tem isso. Temos um centro de pesquisa que coloca qualquer outro no bolso. A vantagem da HRT é o capital intelectual. Você descobre petróleo é na cabeça das pessoas.

Como será o trabalho no Solimões e nas outras áreas?

Nosso compromisso inicial é de 21 poços no Solimões. Mas o plano de trabalho é perfurar, no mínimo, mais de 100 poços nos próximos quatro anos. Já temos duas sondas contratadas e estamos negociando duas na China e outras duas com a Queiroz Galvão. Todas as seis unidades serão helitransportáveis. Teremos seis só para começar. Na Amazônia, vai chegar um momento em que precisaremos ter de 15 a 20 sondas.

Por que a Namíbia?

Estudo a Namíbia há dez anos. Compramos cinco blocos e já mapeamos dois, conseguindo certificar 1,2 bilhão de barris de óleo, com base em sísmica, geoquímica, satélites. Essa é a grande vantagem da HRT. As outras companhias certificam somente com base em sísmica, enquanto a HRT usa todas as tecnologias que tem. Já reservamos uma sonda para o segundo semestre de 2011. Estamos negociando uma parceria com uma companhia pública, o que deve elevar nosso número de blocos a oito e assegurar uma área de cerca de 30 mil km², o que dá mais ou menos uma Dinamarca na Namíbia.

A julgar pela aposta, há expectativa de produção para logo.

No fim de 2011, estaremos produzindo no Solimões cerca de 20 mil barris/dia. Em 2014, projetamos 100 mil (b/d). A Namibia será uma grande surpresa. Queremos estar produzindo, mais ou menos no final de 2013, de 100 mil a 150 mil barris/dia.

Quantos poços exploratórios serão perfurados em 2010 e qual a previsão de investimentos no ano?

Vamos perfurar mais dois no Espírito Santo e um no Recôncavo, no mínimo. Se tudo der certo, pretendemos perfurar uns três poços antes do fim do ano no Solimões. A perfuração na Namíbia ficará para 2011. Estamos falando em uns US$ 80 milhões até o final do ano.

E em 2011?

Vamos perfurar um poço na Namíbia, gastando mais ou menos uns US$ 50 milhões. No Brasil, pretendemos perfurar uns 24 poços e gastar uns US$ 140 milhões no Solimões.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ex geólogo da Petrobras, Márcio Mello, realiza sonho de criar empresa de Petróleo


Parece que não é só o Eike Batista que teve coragem de abrir uma empresa de petróleo. Um ex funcionário da Petrobras, junto com outros nomes de peso (vide texto abaixo), dono de uma empresa de petróleo chamada HRT Oil & Gás, captará dinheiro na bolsa para financiar sua exploração.

Segundo o texto abaixo, há 20 anos atrás Mello já afirmava existir petróleo no pré-sal. É mole? Se outras de suas suposições se confirmare, a HRT será uma grande empresa de petróleo.

Só sei que cada dia que passa fico mais admirado com as coisas que vêm acontecendo. Os empresários brasileiros estão com tudo.

Não deixem de ler a matéria.

____________________________________________

Fonte: aqui

Aos sete meses de idade, a HRT Oil & Gás tornou-se a terceira maior petroleira privada do país em área de concessão, atrás da Petra Energia e da Oil M&S, com mais áreas no Brasil do que a OGX. A empresa que nasceu do sonho de um grupo de ex-funcionários da Petrobras comprou na semana passada três blocos exploratórios no mar da Namíbia e se prepara para explorar petróleo e gás na bacia de Solimões - onde tem 21 blocos ao redor da reserva de Urucu, da Petrobras, em sociedade com a Petra Energia, do empresário Roberto Viana. As áreas foram adquiridas por US$ 30 milhões e receberão investimentos de US$ 120 milhões.

A HRT parece trilhar caminho parecido com o da OGX, de Eike Batista. Ambas abriram o capital inicialmente com uma oferta privada, tiveram investidores de peso e ainda não produzem petróleo ou gás. A OGX teve como um dos investidores iniciais o ex-presidente do Banco Central e financista Armínio Fraga através do seu Gávea Investimentos. Já a HRT tem o bilionário fundo americano MSD Capital, de Michael Dell, fundador da Dell Computers. Agora, após captar US$ 275 milhões no ano passado, a empresa tem planos de fazer uma oferta pública de ações na Bovespa em julho, adiantou o presidente da HRT, Marcio Rocha Mello, em entrevista ao Valor. O pedido de registro foi apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em abril.

Da captação privada, concluída em em outubro do ano passado, participaram 66 investidores estrangeiros, incluindo Michael Dell, que comprou 12% da empresa, segundo Mello. Com o controle da HRT nas mãos, que chega a 14% somando a participação dos sócios brasileiros, Mello diz que não é um milionário, fugindo de qualquer tentativa de comparação com os executivos do grupo de Eike Batista.

"Sou da classe média. Tudo o que eu tenho - tirando meus carros, minha casa em Angra (dos Reis), meu apartamento na Vieira Souto, que aliás comprei cinco anos atrás - está nessa companhia. Tudo o que eu tenho e que eu fiz está aqui. E eu não posso e nem vou tirar nunca porque senão perco o controle dessa companhia", responde o executivo, que é geólogo e tem doutorado em geoquímica molecular.

Um dos primeiros a defender a tese de que havia petróleo no pré-sal brasileiro 20 anos atrás, Mello criou cinco empresas desde que deixou a Petrobras em 2000 para tentar carreira solo no setor. Junto com sócios, Mello fundou a Analytical Solutions (especializada em análises de alta tecnologia), depois vieram a Petroleum Enviromental Geoservices (PEG) e a Geochemical Solutions (de geoquímica e avaliação de sistemas petrolíferos). Elas foram vendidas em 2004, pouco antes de Mello fundar a High Resolution Technology & Petroleum, empresa de consultoria que prestava serviços para grandes companhias, entre elas a Exxon. No ano passado nasceu a HRT Oil & Gas e a Perícia Integrada Petroleum (Ipex), especializada em análise ambiental. As duas últimas são controladas pela HRT Participações.

"A HRT surgiu de um sonho. O sonho de que ao sair da Petrobras um grupo de geocientistas um dia iria formar uma grande companhia de petróleo. Esse grupo, do qual faço parte, iria traçar o caminho de companhias de serviço e tecnologia até ficar grande o suficiente para formar uma grande companhia de petróleo", resume Mello.

A empresa de óleo e gás é comandada por um grupo de oito acionistas liderados por Mello, um visionário e falante geólogo. Atualmente a HRT ocupa quatro andares de um luxuoso prédio na av. Atlântica, de frente para o mar de Copacabana. No escritório os visitantes são convidados a colocar pantufas em cima dos sapatos para não sujar o carpete felpudo e imaculadamente branco, numa decoração muito diferente da que é vista em escritórios no Rio. De pantufas, Mello diz que o branco traz energia boa e conta que só anda descalço em casa. "A parte mais sensível e que recebe toda a energia são os pés", explica. Na parede da sala, os diplomas, certificados e até uma foto sua, emoldurada, junto com Sam Nujoma, primeiro presidente da Namíbia (país que ele governou por 15 anos) e líder da campanha de libertação daquele país.

Com um estilo singular de contar histórias, Mello é um boa-praça apaixonado por geologia que não quer vincular a HRT à sua pessoa. E enumera os nomes dos sócios e executivos que hoje compõem a diretoria para frisar que ali existe "uma grande companhia de petróleo". A HRT tem como executivos John Forman (ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo), Antonio Carlos de Agostini (ex-diretor de produção e exploração da Petrobras), Eduardo Teixeira (ex-presidente da Petrobras e ex-ministro da Infraestrutura no governo Collor), Milton Franke (ex-diretor da Norse Energy e ex-ANP), Nilo Chagas de Azambuja Filho (ex-Petrobras) e Carlos Tersandro Adeodato (ex-BB), só para para citar alguns dos 35 executivos considerados peças-chave e que receberam ações.

Plano é produzir 100 mil barris em 2014

Ainda em fase pré-operacional, com 21 blocos em fase exploratória na bacia do Solimões, na Amazônia e cinco em águas profundas da Namíbia, na África, o plano de negócios da HRT Oil & Gas prevê uma produção de 100 mil barris de óleo leve por dia em 2014. A empresa acaba de receber da certificadora DeGolyer & MacNaughton a estimativa de que alguns de seus blocos tenham reservas potenciais, só da HRT, de 2,1 bilhões de barris, sendo 1 bilhão no Solimões. A certificação foi feita em apenas um terço dos blocos sob concessão da companhia. "Mas quando tiver tempo de analisar o portfólio, isso deverá passar dos 8 bilhões de barris certificados nas duas bacias", estima o presidente, Marcio Mello, em previsão para lá de otimista.

A empresa alugou duas sondas da Toscany para perfurar na Amazônia e já reserva outra para a costa da Namíbia, área que junto com a Amazônia Mello considera "uma das últimas fronteiras exploratórias para se encontrar campos gigantes" como os do pré-sal.

"Há 600 milhões de anos todo o Norte da Africa e a Amazônia formavam um grande cinturão. E no oeste da Africa descobriram, nesse mesmo tipo de bacia, 150 bilhões de barris de reservas na Argélia, Tunísia e Líbia. E é igual à Amazônia. Então se eu tenho 159 bilhões de barris ali, quantos eu tenho na Amazônia?" Isso, só o tempo e as futuras perfurações no local dirão.

No país africano a HRT opera cinco blocos offshore, sendo que em dois deles tem 100% da licença e em outros três é sócia (e operadora com 40%) da canadense Universal Power e de uma empresa local chamada Acarus. Eles cercam um campo gigante de gás chamado Kudu e operado pela russa Gazprom, a Tullow Oil e a estatal Namibian State Oil Company (Namcor). Ao chegar ao país a HRT comprou a Lábrea Petróleo de quem herdou dois blocos no país e participação de 10% em quatro concessões em terra nas bacias do Espírito Santo, Recôncavo e Rio do Peixe, operadas pela Cowan, onde já foram notificadas descobertas de petróleo em dois poços, enquanto um terceiro está sendo perfurado.

Se todos esses ativos resultarem em descobertas comerciais de petróleo e gás, a companhia pode cumprir um dos maiores desejos de seu fundador, que é transformar a HRT em "uma das maiores companhias independentes de petróleo do Brasil".

Trocando em miúdos
Assim como a OGX, que está com 20% de seus ativos à venda para financiar o próximo ciclo de investimentos, a HRT é uma empresa em fase pré-operacional. Grande parte do sucesso dela e de outras nesse estágio vai depender do sucesso com que vão conseguir, primeiro, confirmar as reservas de petróleo estimadas em suas áreas sob concessão. Depois, é preciso trazer à superfície, por um custo razoável, o petróleo que está armazenado em rochas embaixo da terra. Em alguns casos, o indice de recuperação do petróleo em um reservatório é de apenas 10% do volume armazenado. A média da indústria é de 35%, apesar de a Petrobras ter histórias de sucesso com a recuperação de até 50%.

Já no caso de óleos pesados encontrados em alto mar, o custo de produção é altíssimo e depende de tecnologias avançadas. Uma delas, usada recentemente pela Shell no Espírito Santo, consiste em aquecer o petróleo pesado ainda embaixo da terra para que ele possa fluir melhor. Quanto mais pesado o petróleo, mais cara é sua extração e processamento. Economicamente a equação também é mais desfavorável quando se tem custo maior de produção somado a um menor valor comercial (o petróleo pesado brasileiro, por exemplo, é vendido com "desconto" sobre a cotação do brent). Já os óleos mais leves fluem melhor, podem ser extraídos mais facilmente e tem maior preço já que podem gerar mais produtos nobres como, por exemplo, o óleo diesel. Dependendo do custo, do tipo de óleo e do tamanho do reservatório, o jeito é deixar como está.

Cláudia Schüffner

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ideia de 12 milhões numa mesa de bar


Não me recordo da fonte, mas a história a seguir é muito bacana. O engraçado foi ter lido a matéria na quinta-feira (29/07/2010) e logo depois, no sábado (31/07/10), ter visto a propaganda dos mesmos na parede de um banheiro na rua.

Não deixem de ler.

_________________________________________


"A ideia surgiu numa mesa de bar. Os amigos de infância queriam criar um negócio próprio, mas não sabiam com o que nem como começar. “E se a gente fizer propaganda no banheiro?”, sugeriu um deles. De piada, o comentário virou inspiração e tornou-se o ponto de partida da Enox, empresa fundada em 2004, em Curitiba, e selecionada este ano pelo Instituto Endeavor, de apoio aos chamados “empreendedores de impacto”.

A ideia inicial era modesta. Recém-formado em administração na Fundação Getúlio Vargas, o curitibano Ernesto Vilella, com o grupo de amigos, queria aproveitar os minutos que os jovens passavam no banheiro das baladas para fazer publicidade. Já nas primeiras pesquisas de mercado, viu que poderia fazer isso no bar inteiro, quem sabe até num conjunto de bares de uma só vez. “Daí, evoluímos para a intenção de administrar os locais em que as pessoas vivem”, conta Vilella. “Procuramos saber: se elas não estão em casa ou no trabalho, onde estão?” Com essas informações, seria possível entrar no mercado de mídia indoor – conceito que corresponde a ações publicitárias promovidas em ambientes fechados, mas com grande fluxo de pessoas.

A Enox começou com um investimento de R$ 20 mil e muita vontade de ser grande. Logo nos primeiros meses, Vilella passou a viajar o País, para criar uma carteira robusta de estabelecimentos que pudesse oferecer aos anunciantes. Entre bares, restaurantes, farmácias, academias de ginástica, lan houses, salões de beleza e campos de futebol society, são mais de 5 mil pontos.

Com o trunfo da capilaridade, a Enox oferece pacotes para os anunciantes, cuida da logística da ação e fiscaliza para ver se tudo está saindo como o contratado. No início do ano, por exemplo, a empresa começou a desenvolver uma campanha para a Nívea. Os cosméticos da marca são oferecidos nos banheiros das academias de ginástica para degustação dos clientes. “Os donos dos estabelecimentos não fazem nada. Só liberam o espaço, com exclusividade, e ganham um porcentual da Enox”, explica Vilella. Na prática, a empresa mapeia o perfil dos frequentadores desses lugares e vende os espaços.

Hoje, a agência está em 20 cidades, com escritórios nas principais delas. Em São Paulo, a Enox chegou “providencialmente” em 2006, ano em entrou em vigor a lei municipal Cidade Limpa, que acabou com os outdoors e criou regras para a publicidade externa. “O problema é que, com isso, dezenas de empresas tentaram entrar nesse mercado.”

O faturamento da Enox, segundo estimativas de mercado, gira em torno de R$ 12 milhões por ano. As perspectivas de crescimento são animadoras, já que, hoje, a mídia indoor responde por menos de 5% da receita destinada à publicidade pelos anunciantes. “O que a Enox faz não chega a ser novo no mercado, mas eles chamam atenção pela agressividade com que executam o trabalho”, diz Júlio Medeiros, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

O porte da empresa, o talento dos empreendedores e as chances de crescimento que a Enox tem pela frente fizeram o Instituto Endeavor se interessar por essa história. No País há dez anos, o instituto apoia 51 empresas e 93 empreendedores. Para integrar esse grupo e receber orientação de grandes empreendedores, Vilella teve de apresentar a Enox para empresários como Carlos Alberto da Veiga Sicupira, da AB InBev, e Emílio Odebrecht. “A empresa é pioneira no segmento e tem uma proposta diferente das concorrentes, que não chegam a oferecer um serviço completo”, diz Fernanda Antunes, analista da Endeavor."