segunda-feira, 14 de junho de 2010

Que sair da poupança? Cuidado!


Com a alta dos juros, tem muita gente querendo migrar seus investimentos para uma altrernativa mais rentável. Será uma boa? A resposta, segundo um artigo do nobre escritor, Gustavo Cerbasi, é "depende".

Confiram o artigo que saiu no Portal Exame escrito por ele.


Faça contas antes de migrar


Mais uma reunião do Copom, mais uma alta de juros – agora para 10,25% ao ano. Como reza a tradição, pipocam na imprensa os debates sobre qual modalidade de renda fixa é melhor. A Poupança já era? É o momento dos CDBs? Títulos públicos, mais do que nunca? Sim, diante de mudanças, alguns produtos perdem sua vantagem e outros ganham destaque. Porém, cuidado com sua reação às análises que ouve ou lê. Acompanhando casos de diversos amigos e clientes, minha conclusão é que não devemos fazer nada, na maior parte das situações, ao menos por algum tempo.

Entenda a partir de números. A Caderneta de Poupança, nossa referência para comparações, está rendendo 0,55% ao mês, ou 6,8% ao ano, já livre de impostos para quem tem menos de R$ 50 mil. No Tesouro Direto, uma LFT está rendendo 10,25% ao ano, menos 0,4% de taxa de custódia no primeiro ano, o que resulta em 9,85% ao ano. Aparentemente, são 3% ao ano a mais de rentabilidade, trazendo grande vantagem para a LFT. Se você pensa assim, pode estar sendo induzido a fazer um péssimo negócio.

São vários os motivos para você sair perdendo. O primeiro deles é que muitos poupadores esquecem de levar em consideração sua liquidez. Se você precisar resgatar sua aplicação em menos de seis meses, será tributado em 22,5% do ganho e não terá ressarcimento dos 0,4% de custódia pagos ao investir, pois a cobrança do primeiro ano é fixa. Um resgate de LFT feito três meses após a aplicação gera um rendimento de cerca de 1,6%, que anualizado resulta em cerca de 6,5%. Em seis meses, o ganho é de 3,6%, equivalentes a 7,3% ao ano (apenas 0,5% anuais acima da Poupança).

O segundo motivo é que você pode estar esquecendo a outra taxa de custódia, aquela cobrada por sua corretora. Se ela estiver entre as mais baratas, sua taxa deve estar por volta de 0,25% ao ano, reduzindo o ganho anual para 9,6%. Com esta taxa, praticamente o ganho semestral dos títulos se equipara ao da Poupança.

Finalmente, deve-se levar em consideração o momento tributário do dinheiro que você tem aplicado. Se resgatar da Poupança poucos dias antes da data-aniversário, perderá o ganho do último mês. Se resgatar de um CDB, fundo ou outro título antes de ter completado seis meses de aplicação, será mais tributado do que seria se prestasse atenção nas regras de tributação regressiva. Antes de resgatar, é importantíssimo atentar para o prazo em que o dinheiro já está aplicado e escolher uma data mais propícia. Pela tributação regressiva, uma diferença de um dia pode resultar em uma mordida de menos 2,5% sobre os ganhos.

Por este motivo, cada vez mais o investimento em renda fixa pede que o poupador conte com uma estratégia que considere quanto aplicar, onde aplicar e por quanto tempo. Nem sempre o produto mais rentável será o melhor para sua carteira.


1 comentários:

Officetech disse...

Por essa e por outras eu ainda fico com bastante medo de optar por outro tipo de investimento!
A poupança apesar de render pouco ainda sim se torna uma opção mais segura!

OBS:Bom isso pro "meu" caso em particular é claro !

P.S:Seu blog a cada dia melhor Victinho
PARABENS !