terça-feira, 23 de junho de 2009

História macabra: Nick Leeson e a megafraude que levou o banco Barings à falência


Lí o resumo da história de Nick Leeson no infomoney e fiquei de boca aberta. Até onde o ser humano é capaz de ser corrompido? Será que ele não tinha noção do rombo que estava causando? Não deixem de ler o que essa figura aprontou...

Ps: Vou comprar a autobiografia dele.

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Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
23/06/09 - 14h12
InfoMoney

SÃO PAULO - A trajetória do operador Nick Leeson é digna de filme. Além de uma das mais famosas fraudes da história dos mercados, o caso mostrou como um mero empregado poderia levar o mais antigo banco de investimentos da Inglaterra, o Barings, à ruína.

Mais que a atuação irregular de um trader no mercado futuro, o caso revelou algumas das inúmeras brechas que o sistema financeiro apresenta, além de expor a rotina de cobrança e interesses que alimenta a busca desenfreada por retornos, muitas vezes ignorando riscos.

Leeson começou como operador no banco Coutts, na primeira metade da década de 1980. Rodou por diversos bancos até conseguir um posto de operador do Barings, uma instituição de atuação histórica, fundado em 1762. Leeson foi transferido para Cingapura, para ativar uma cadeira que o Barings possuía na Singapore Monetary Exchange, para operar no mercado futuro da região.

88888

O primeiro flerte de Leeson com uma operação ilegal não partiu de sua ganância, mas de um erro de uma colega de trabalho inexperiente. Segundo consta em sua autobiografia, "A história do homem que levou banco Barings à falência", a funcionária havia vendido vinte contratos que deveria comprar, o que causou uma perda próxima de £ 20 mil à instituição.

Para encobrir o erro, Leeson utilizou uma das contas erro do Barings, utilizadas para corrigir diferenças de negociação. A partir daí, Leeson criou a famosa conta erro de número 88888, que passou a usar para esconder os prejuízos de suas operações.

Risco, mais risco

Com a possibilidade de encobrir seus prejuízos, Leeson passou a tomar posições cada vez mais arriscadas. Quando perdia, encobria o prejuízo na conta 88888; mas seus ganhos começavam a chamar a atenção da alta cúpula do Barings. As ordens de Leeson garantiam alguns retornos substanciais ao Barings, chegando a faturar mais de £ 10 milhões para a instituição em 1992.

Seduzida pelos ganhos, a administração do Barings passou a estimular as operações de Leeson, oferecendo bônus milionários a cada aplicação de sucesso do operador. Os prejuízos da conta 88888 passavam a se multiplicar, chegando a cerca de £ 210 milhões em 1994.

Mas Leeson sempre via sua próxima tacada como a oportunidade de cobrir o rombo da conta 88888, o que levava a tomar mais e mais risco. Em uma destas operações, apostava na manutenção da tendência de alta dos mercados asiáticos na sessão seguinte. Mas o acaso colocou à sua frente um terremoto de 7,3 graus de magnitude que devastou a cidade japonesa de Kobe e derrubou as bolsas da região em 17 de janeiro de 1995.

A tacada final

A aposta errada aumentou substancialmente o prejuízo. Leeson não parou por aí e assumiu posições que indicavam uma recuperação rápida do índice Nikkei 225. Neste período, o operador movimentou mais de 20 mil contratos, enquanto as perdas registradas na conta 88888 bateram aproximadamente US$ 1,3 bilhão.

Para se ter uma ideia, quando os gestores do Barings descobriram a fraude, este valor superava o capital e reservas em posse do banco, o que representou a insolvência da instituição de 235 anos. Pelo simbólico valor de £ 1, o holandês ING assumiu o Barings em fevereiro de 1995.

Nas telas do cinema

Leeson fugiu. Após rodar por Malásia e Tailândia, foi preso em Frankfurt no início de março daquele ano. Extraditado para Cingapura, foi condenado a seis anos e meio de prisão, mas acabou solto em 1999 por bom comportamento.

Sua história foi contada por ele mesmo na autobiografia "A história do homem que levou banco Barings à falência"*. Também pode ser vista na interpretação do ator Ewan Mcgregon, em "A Fraude" - título original "Rogue Trader", lançado em 1999.

*"A história do homem que levou o banco Barings à falência", editora Record, 1997

1 comentários:

Fernanda Magalhães disse...
Este comentário foi removido pelo autor.