sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sidnei e Eliana Borges (Donos da BS contrutora) - Inovação e paixão

Essa história é digna de filme.

"Ele era servente de pedreiro e inventou uma técnica para fazer casas populares. Ela continuou estudando - e ajudou a profissionalizar a construtora do casal."

Fonte: Exame PME

Por Luciana barreto

O casal de empreendedores catarinense Eliane e Sidnei Borges dos Santos fundou a BS, construtora sediada em Mato Grosso que fatura 80 milhões de reais. A BS fabrica moradias muito simples. Mas as casas que hoje Borges e Eliane fazem aos montes são muito mais confortáveis que as do começo de seu casamento. Na primeira em que os dois moraram, em Sorriso, onde fica a sede da BS, havia uma fossa aberta e insetos passeavam pelo teto. "Se naquela época eu tivesse uma casa como as que fazemos hoje, eu já me consideraria um homem realizado", diz Borges.

Da fábrica da BS saem cômodos inteiros, como numa linha de montagem, já com janelas, encanamento e instalações elétricas. Boa parte é vendida em grandes quantidades a empresas, como a Sadia, que precisam que os funcionários morem perto das fábricas ou das granjas, e por isso facilitam o financiamento para eles. O sistema criado para tornar isso possível deu ao casal o Prêmio Endeavor & EXAME PME de Empreendedorismo, na categoria Inovação.

Borges entrou na construção civil com 16 anos, na função mais simples - a de servente de obras - e foi parar na parte de cima do organograma. Ele nem concluiu o ensino fundamental "Quando a BS me der algum tempo, vou fazer supletivo e, quem sabe, faculdade", diz. Filho de camponeses, o empreendedor começou a trabalhar na roça do pai aos 12 anos, em Xaxim, no oeste catarinense. Até hoje tem cicatrizes nas mãos, causadas pela colheita de trigo. Mais tarde achou que teria mais oportunidade em canteiros de obra. Aos 18 anos, já promovido a pedreiro, Borges recebeu proposta para se mudar para Sorriso, em Mato Grosso, e trabalhar na empreiteira de um primo que ele não conhecia. Teria um automóvel à sua disposição para vistoriar as obras. "Vá", disse-lhe o pai. "Você não tem nada, não vai perder nada."

Rapidamente, as expectativas com o novo emprego se esvaíram. As finanças da empreiteira iam mal. O tal automóvel prometido não apareceu. Borges foi colocado na função de pedreiro, e não na de mestre-de-obras, como o combinado. Algum tempo depois, o primo desistiu e mudou-se de cidade, deixando incompleta a oficina mecânica que Borges estava construindo. Ele terminou o serviço em troca de um pequeno pagamento. Depois da experiência, ficou mais fácil para Borges pegar reformas, como profissional autônomo. Pouco depois, Eliane entrou em sua vida. Ela tinha 17 anos; ele, 20. Como amigos, já se conheciam há muito tempo, por intermédio da irmã dele. Numa viagem dela a Sorriso, se apaixonaram. Um ano depois, casaram-se, Eliane se mudou para Sorriso e, tempos depois, retomou os estudos.

Em 1995, o casal montou uma pequena empreiteira. A empresa era uma bagunça. Borges não sabia fazer orçamentos e Eliane assumiu as finanças. Posteriormente, a formação de Eliane - ciências contábeis e especialização em administração - foi importante para ajudar na tomada de decisões. Houve um momento em que Borges quis diversificar os negócios, investindo em agropecuária. A mulher não deixou. "Era importante não fazer muitas coisas ao mesmo tempo", diz Eliane.

Faltava, ainda, um passo essencial para o modelo de negócios inovador da BS, dado um ano atrás. Freqüentemente, grandes empresas precisam construir casas para funcionários quando investem numa instalação, como uma fábrica nova. Borges cogitou desenvolver um sistema de fabricação de casas pré-montadas, e chegou a criar protótipos. Um dia, por acaso, um diretor da Sadia comentou que estava com um problemão - a empresa precisava fazer um conjunto habitacional para funcionários para uma de suas instalações em Mato Grosso.

Eram cerca de 1 500 casas de alvenaria, mas as construtoras não conseguiam apresentar propostas viáveis. Borges falou de sua idéia e apresentou seus protótipos. O pessoal da Sadia gostou de imediato. A habitação sairia pronta da fábrica, já com encanamento, rede elétrica e pintura, e as obras não seriam interrompidas nos meses de chuva. O uso de moldes permitia fazer até 15 casas de concreto por dia - velocidade cinco vezes maior que a do processo normal.

Agora, Borges e Eliane esperam fazer a BS crescer, expandindo esse sistema. Eles estão negociando com grandes construtoras, que devem comprar as casas prontas e completá-las apenas com piso e cobertura. O casal também quer ganhar dinheiro com o licenciamento da tecnologia de fabricação. "Espero que, em breve, nossas casas estejam espalhadas por todo o Brasil", diz Eliane.

2 comentários:

Fernanda Magalhães disse...

Vic, meu querido!

Vá sim com a sua amada ver o filme, é lindo!

Está em cartaz ainda.

Bjos de luz e tenha um romantico final de semana.

Unknown disse...

vcs poderiam me dizer qual é o site ou e-mail da construtora Borges? eu queria falar com o Adilsom lé em porto velho..
obrigado.