segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Kushal Pal Singh - O "Donald Trump" da Índia



"A exemplo do magnata americano, Kushal Pal Singh construiu uma fortuna impressionante com projetos como torres comerciais, hotéis e shoppings."

Fonte: Portal Exame

Por Tatiana Gianini

Nas próximas semanas, deve ocorrer a inauguração oficial do shopping DLF Emporio, em Nova Délhi, na Índia. Erguido com um investimento de 100 milhões de dólares, será o mais sofisticado centro de compras do país, reunindo cerca de 80 grifes de luxo. Quem está por trás do empreendimento é o empresário Kushal Pal Singh, espécie de versão indiana de Donald Trump. A exemplo do americano, Singh fez fortuna com a construção de empreendimentos como torres de escritórios, hotéis, prédios residenciais e shoppings. Na mais recente edição da lista de maiores bilionários do mundo da revista americana Forbes, ele ocupa a oitava posição, com um patrimônio pessoal de 30 bilhões de dólares. Sua empresa, a DLF, é a maior em seu mercado na Índia e faturou no último ano fiscal 2,9 bilhões de dólares, 258% mais que no exercício anterior. "Com a prosperidade que chega ao país, vejo massivas oportunidades. Será preciso 100 DLFs, porque haverá muito trabalho", afirma Singh.

Nascido no estado de Uttar Pradesh, no norte do país, o empresário é membro de uma família da casta Jat, que reúne prósperos donos de terras naquela região. Ele chegou a iniciar carreira no Exército indiano, mas deixou a farda em 1960, quando ingressou na DLF, depois de casar com uma das filhas de seu fundador. Na época, o negócio corria o risco de afundar por causa de uma lei estadual que limitava a expansão das construções nas grandes cidades indianas. Para sobreviver, a DLF mudou de ramo, passando a fabricar motores. Em 1981, um acaso ocorrido com Singh mudou a sorte da empresa. Certo dia, o carro que transportava Rajiv Gandhi, filho da primeira-ministra da Índia, Indira Gandhi, enguiçou. Singh passava pelo local e socorreu o motorista. Os dois ficaram amigos. Três anos mais tarde, Rajiv Gandhi tornou-se primeiro-ministro e, atendendo aos apelos de Singh, eliminou as restrições que emperravam as obras das empresas do setor de construção. Assim, a DLF pôde voltar para os imóveis.

Sob a administração de Singh, a companhia se tornou uma das maiores do ramo imobiliário na Índia. Foi ele o responsável pelo lançamento, em 1985, da DLF City, um complexo urbanístico com casas, prédios, escritórios e shoppings nos arredores de Nova Délhi. Uma das primeiras multinacionais estrangeiras a chegar ao local foi a americana GE. Isso ocorreu graças ao empenho pessoal de Singh, que fez de tudo para convencer o então presidente da multinacional, Jack Welch, a ver de perto na Índia as obras da DLF. Depois de muitos passeios por pontos turísticos, como o Taj Mahal, e festas nababescas em sua homenagem, Welch aceitou instalar na DLF City o primeiro escritório da GE na Índia, em 1997. A chegada da empresa atraiu outras multinacionais para lá, como a Nestlé e a IBM.

O crescimento econômico do país nos últimos anos impulsionou as receitas da DLF. Em 2007, um IPO de cerca de 10% da empresa realizado nas duas principais bolsas de valores indianas arrecadou mais de 2 bilhões de dólares. Foi o ápice do sucesso de Singh, pouco antes da eclosão da atual crise financeira mundial. Desde o início das tormentas, a DLF reduziu seu ritmo de crescimento, que, apesar disso, continua a impressionar. Entre abril e setembro, os negócios de Singh faturaram 1,5 bilhão de dólares, um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. Além do novo shopping de luxo, a empresa está apostando em turismo, por meio de uma parceria com a rede de hotéis americana Hilton. As duas companhias devem investir 1,5 bilhão de dólares para construir no país 75 hotéis até 2014. Aos 77 anos, Singh divide hoje as responsabilidades da DLF com o filho Rajiv, vice-chairman da companhia. Se no universo empresarial sua trajetória e a de Donald Trump guardam semelhanças, na vida privada as comparações deixam de fazer sentido. Enquanto o bilionário americano tem uma vida amorosa atribulada, Singh vive até hoje com a mesma mulher com que se casou, e uma de suas únicas extravagâncias é um acervo de arte particular reunindo telas de artistas como M.F. Husain, o "Picasso da Índia", cujos trabalhos chegam a ser cotados a 2 milhões de dólares.

2 comentários:

Única e Exclusiva disse...

Fala sério ... tu é fascinado mesmo em empreendedorismo. hahahahahha

O bom que fico ultra, mega, informada por você. ^^ hehehehehhehe

PutZ! É impressionante e fascinante a história do Sr. Singh ... queria aprender como ele tem o dom de prevê ou entender o mercado e não se abala com a economia mundial. ¬¬ Como é que fatura mesmo com o Mundo tendo um refluxo estrondoso? ¬¬

Fala sério!

Obrigada. ^^

Fernanda Magalhães disse...

únicas extravagâncias é um acervo de arte particular reunindo telas de artistas como M.F. Husain, o "Picasso da Índia", cujos trabalhos chegam a ser cotados a 2 milhões de dólares.

Até nas extravagâncias ele é surpreedente.

Vic, um dias estaremos na lista dos bons empreendedores.

Bjos de luz!