quarta-feira, 20 de abril de 2011

Exemplo de capitalismo moderno


Acabei de ler uma notícia no G1 e não me aguentei, tive que começar a escrever este post. Vejam o título da matéria:

"Copom surpreende e sobe juros para 12% ao ano no 3º aumento seguido"

Com esse aumento da taxa de juros, o Brasil está disparado na liderança dos países com juros altos. Essa diferença faz com que o país atraia capital especulativo, que só entra no país visando o enorme spread entre as nossas taxas e as taxas de outros países. Os investidores que colocam seu dinheiro no Brasil pegam emprestado lá fora e investem aqui a juros muito maiores. No final das contas, cobrem o que foi devido e lucram com a diferença. O dinheiro entra e sai e não é investido em nada que possa trazer retorno ao país no longo prazo.

E quanto a nossa carga tributária, que deixa o país comendo poeira quando comparado a países com políticas mais modernas?

Não vou nem entrar no mérito da discussão, mas gostaria muito de fazer uma contraposição usando o exemplo de Dubai, que com políticas modernas vem colocando a Emirates em posição privilegiada frente a outras empresas mundiais do mesmo ramo de atuação.

Emirates, exemplo de capitalismo moderno em Dubai

Quem aí nunca ouviu falar da Emirates? A Emirates é uma empresa aérea, com sede em Dubai, que atua no mercado de aviação civil. Ela vem despertando a fúria de várias outras companhias, que a acusam de competição desleal.

Todos que estão acostumados a voar, principalmente no Brasil, já devem ter se acostumado com o tipo de serviço de baixo custo. Em viagens curtas não são servidos lanches, quando servidos, geralmente, são péssimos, a classe executiva não tem nada demais e todo o material usado é descartável, ou seja, o serviço praticamente não existe. Na Emirates acontece o oposto. Os serviços são muito melhores. em aviões grandes como o A380, os passageiros têm chuveiros, cabine individual e até espaço de confraternização. Nas classes executivas a empresa oferece até limusine para ir e voltar do aeroporto, inclusive no Brasil.

Mas aí você deve estar pensando, como a empresa consegue ser competitiva oferecendo tudo isso?

Acreditem se quiser, a Emirates oferece um serviço muito melhor, mas o preço é semelhante ou menor do que o da concorrência. E eles conseguem fazer isso porque o país permite que a empresa seja competitiva, lançando mão de formas modernas de capitalismo.

A Emirates consegue ter custos com salários 48% mais baixos do que a média européia, tudo porque em Dubai inexistem sindicatos e impostos de rendas e serviços. As taxas aeroportuárias são, em média, 25% menores que na Europa. O governo investe maciçamente na eficiência de seu aeroporto e cobra uma taxa baixa pelo seu uso. O lucro de Dubai não vem das taxas ou dos impostos, mas sim dos milhões em negócios e turistas que visitam o emirado.

Fantástico, não?

Sei que tem coisas que não se aplicam facilmente em nosso país, mas precisamos pensar seriamente em políticas diferentes, dando mais condições das nossas empresas competirem com os estrangeiros e afrouxando um pouco a carga tributária do país. O Brasil tem tanto tributo, que eu acho que as empresas começam a quebrar só de pensar no que vão ter que pegar pela frente.

Desejo muito viver em um país sólido, moderno e com políticas eficientes. Eu amo o Brasil e acho que não podemos reclamar dos últimos anos, principalmente pelo crescimento do país, mas ainda temos muito que melhorar.

Espero que exemplos como os de Dubai, sirvam para começarmos a abrir os olhos para o capitalismo moderno.

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Obs: para as informações sobre a Emirates e os custos em Dubai, usei como referência a revista Exame, Ed. 989, de 06/04/2011. Matéria da capa: Procuram-se 8 milhões de profissionais.





1 comentários:

Jônatas disse...

Sem dúvida, precisamos pensar numa gestão alternativa do que tem sido a política administrativa até o momento no Brasil. É preciso inovar e ousar.

Abraço!