terça-feira, 25 de maio de 2010

VaR: Modelo de análise de risco



Tava pesquisando sobre simulação de Monte Carlo e eis que me deparo com um artigo que saiu hoje no Infomoney, muito interessante por sinal. Já tinha ouvido falar sobre o VaR, mas nunca parei pra estudar melhor o assunto. Sendo assim, fica aqui o artigo explicando, de forma expedita, como funciona esta ferramente.

Fonte: Infomoney
Por: Rafael de Souza Ribeiro


SÃO PAULO - Na década de 1950, o economista norte-americano Harry Markowitz associou risco, retorno e diversificação para encontrar a Fronteira Eficiente que possibilitasse a maximização do retorno em função de uma determinada mensuração de risco assumido, relação esta que deu origem à Teoria Moderna do Portfólio.

A lapidação do modelo ao longo dos anos, com estudos na área de finanças, foi ganhando espaço no mundo acadêmico e financeiro desde então, ante a possibilidade de automatização das estratégias de investimentos.

Mais um pouco de história

No início da década de 1990, o então CEO do JP Morgan, Dennis Weatherstone, ordenava que seus operadores enviassem um relatório 15 minutos antes do fechamento de Wall Street relatando a exposição total do banco no mercado, a fim de controlar diariamente a exposição ao risco das carteiras.
O retorno positivo da metodologia desenvolvida pela equipe do JP Morgan foi tão grande que o banco de investimento norte-americano decidiu criar uma divisão especializada em fornecer relatórios sobre análise de risco, batizada como RiskMetrics, hoje uma empresa a parte da instituição.

Foi então que, em 1994, a metodologia utilizada pelo JP Morgan foi divulgada e o mercado passou a conhecer o modelo de análise de risco VaR (Value at Risk), uma das principais ferramentas de manejo de risco utilizadas no mercado.

VaR

O VaR é calculado a partir da maior perda esperada de um ativo ou carteira, sob condições normais de mercado*, relacionado a um intervalo de confiança** e horizonte de tempo previamente estabelecidos.

Com base no histórico de um determinado ativo e estudos estatísticos, o investidor poderá saber através do VaR quanto sua carteira está exposta ao risco em um determinado espaço de tempo.
Romain Berry, analista do JP Morgan, explica em um estudo que existem, basicamente, três metodologias para se calcular esta medida de risco: Paramétrico, Simulação Histórica e Simulação de Monte Carlo.

Os grandes fundos de investimentos utilizam predominantemente o VaR Paramétrico, pois, através deste método, o gestor pode englobar uma série de variáveis estatísticas e econométricas, tornando a análise mais dinâmica ao mercado.

As duas últimas versões são mais simples de serem aplicadas pelo investidor. Necessitam de um histórico de cotações confiável e relativamente extenso, pois quanto maior a amostra, maior a confiabilidade do resultado.

Simulando cenários

Para entender melhor a dinâmica do VaR, a equipe InfoMoney compilou os retornos percentuais dos papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) em dois anos de pregões, ou seja, uma amostra com 495 observações.

Utilizando um intervalo de confiança de 95%, calculamos a pior perda esperada para o período de um dia de negociação, chegando ao VaR (Simulação Histórica) de 4,80%, ou seja, o investidor espera, com base nesta medida de risco, uma perda máxima de 4,80%. Caso estivesse alocado R$ 50 mil em ações preferenciais da estatal, o sistema toleraria uma perda de R$ 2,4 mil em um pregão.

Por meio da média e o desvio padrão*** da amostra, 1,95% e 3,12%, respectivamente, e respeitando o pressuposto que o mercado ao longo do tempo tem um comportamento semelhante a uma curva normal, a equipe InfoMoney representou os retornos diários dos papéis da Petrobras conforme o gráfico abaixo:



Principais críticas

Apesar de ser eficiente em proporcionar ao investidor uma estimativa da potencial perda de uma carteira em função do histórico dos preços, como enfatiza Philippe Jorion, professor norte-americano da Universidade da Califórnia e ativo defensor do VaR, muitas críticas são feitas à ferramenta de análise de risco.

Um dos principais críticos do VaR é o conhecido trader de opções e filósofo Nassim Taleb, autor do livro A Lógica do Cisne Negro, publicado em 2007, utilizado por muitos para entender melhor a crise financeira de 2008 por explorar o impacto de eventos com baixíssima probabilidade de ocorrência.

De acordo com Taleb, o VaR é falho por pressupor que o mercado pode ser representado por uma curva normal, desconsiderando os eventos “fora da curva”, ou melhor, à esquerda da curva, por serem estatisticamente raros e causarem um grande impacto.
Como consequência deste contraponto, o VaR foi uma ferramenta de manejo de risco ineficiente na última crise, uma vez que o mercado recuou forte em uma velocidade acima do normal, passando a ‘negociar na cauda da curva’.

Seus méritos

Em meio às duras críticas e aperfeiçoamentos, o VaR se sustenta entre as ferramentas de manejo de risco mais utilizadas pelo mercado como um todo. Contudo, para evitar erros grosseiros de interpretação, tanto o investidor institucional, como o investidor pessoa física, deve desenvolver o modelo com validação estatística, para alinhar perdas máximas previstas com perdas reais, assunto que será tratado em uma próxima oportunidade no “Manejo de Risco”.

* Eventos aleatórios que desenvolvem ao longo tempo uma forma simétrica em torno da média.
** Probabilidade de um evento ocorrer.
*** Medida de dispersão dos eventos em torno da média.




sexta-feira, 21 de maio de 2010

Falece o ex -presidente da Petrobras, Francisco Roberto André Gros




Já tinha ouvido falar do ex-presidente da Petrobras, Francisco Gros, mas não sabia o quanto ele era gabaritado. Tenho certeza que ele deve ter sido um grande homem.

Natural da cidade do Rio de Janeiro (RJ), nasceu em 21 de abril de 1942.

Formou-se em Economia, com louvor, pela Universidade de Princeton, EUA, em 1964. Sua carreira como banqueiro de investimentos iniciou-se em 1972, no Kidder, Peabody and Co., um grande banco de investimentos em Wall Street. Em 1975 voltou para o Brasil e assumiu o cargo de diretor da Multiplic Corretora, no qual permaneceu até 1977. De 1977 a 1981 foi superintendente, superintendente geral e diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). De 1981 a 1985 foi diretor executivo do Unibanco, tendo sob seu comando a área de mercado de capitais.

De julho de 1985 a fevereiro de 1987 ocupou os cargos de diretor do BNDES e vice-presidente da BNDESPAR. Deixou o BNDES para assumir a presidência do Banco Central, cargo que exerceu em 1987 e novamente em 1991-92. Foi presidente da Aracruz Celulose (1987-89), quando coordenou a execução do projeto de duplicação da empresa - um investimento superior a US$ 1,2 bilhão.

No seu segundo período à frente do Banco Central, Francisco Gros foi um dos principais integrantes da equipe econômica que elaborou e conduziu o programa de recuperação e abertura da economia brasileira iniciado em 1991. Conduziu também as negociações que levaram a acordos com o Clube de Paris em fevereiro de 1992 e com o FMI em junho do mesmo ano.
De novembro de 1993 a fevereiro de 2000 Francisco Gros trabalhou no banco de investimentos Morgan Stanley Dean Witter, onde foi, diretor-executivo, responsável pelas operações do banco na América Latina e Chairman da Morgan Stanley Dean Witter Latin America.

Gros foi nomeado presidente do BNDES no dia 24 de fevereiro de 2000 e tomou posse no dia 2 de março. Neste mesmo mês, passou a integrar o Conselho de Administração da Petrobras.
Em abril de 2001 passou a membro titular da Câmara de Gestão da Crise de Energia e responsável pelo Comitê de Revitalização do Setor Elétrico, funções que deixou de exercer, ao receber do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e do Ministro de Minas e Energia, José Jorge Vasconcelos Lima uma nova missão: presidir a Petrobras, a maior empresa brasileira, cargo que assumiu em 2 de janeiro de 2002.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Depois de ajuda à Grécia Ibovespa dispara. E agora?



Todo mundo que investe sabe do ano "chato" que estamos vivendo na bolsa. Com exceção de alguns poucos papéis, boa parte das ações vem andando de lado, ou seja, não estão tendo grandes variações para baixo ou para cima. O Ibovespa veio esbarrando nos 71000 pontos por diversas vezes, até que a Europa começou a demonstrar sua fragilidade. A partir daí só ví os meus lucros indo embora. Mas por que esse vai e vem? Por que as pessoas não investem nas empresas de verdade, acreditando no potencial de crescimento? Basta uma notícia ruim pra todo mundo tirar o dinheiro fora. Será que o Brasil é tão afetado assim por essa crise lá do velho continente?

Só sei que hoje o Ibovespa teve uma alta espetacular. E por quê? Porque resolveram ajudar a Grécia. Pelo menos é isso que está na mídia. Será que foi isso mesmo? Esse vai e vem forte não me cheira muito bem. Nós, pequenos investidores, que ficamos nesse turbilhão louco, temos que tomar muito cuidado para não perdermos as nossas economias. Os fundamentos das empresas não mudaram em nada, continua tudo a mesma coisa, mas ainda assim somos penalizados. Os grandes saem ganhando o deles, afundam os preços, e depois chegam em massa comprando barato. Bom, esses movimentos também não deixam de ser interessantes para ganhar dinheiro, mas aí você tem que estar bem ligado. Eu arriscaria dizer que vale muito a pena comprar umas opções com o valor bem próximo do patamar atual para poder vender em seguida. Aliás, eu já o fiz.

Felizmente não estou desesperado com os últimos acontecimentos e venho fazendo uma boa gestão da minha carteira. Mesmo com pouca experiência, já tá dando pra perceber o quanto a paciência ajuda na hora de investir. Deixei de ganhar muito mais no ano passado por causa de euforia. Esse negócio de ficar entrando e saindo de papel é pra quem opera grandes volumes e tem muita experiência de mercado. Se você, como eu, começou há pouco tempo, não perca seu tempo tentando fazer dinheiro com variações de centavos. É mais válido aprender a operar opções e se defender fazendo hedge.

Enfim, acho que teremos alguns pregões tranquilos pela frente. Por hora, a a Europa tá segurando a onda por lá. O negócio agora é esperar a próxima notícia chata pra poder comprar mais ações. Sim, esses momentos de desespero são ótimos pra comprar. E falando em desespero, é bom não ficarmos só ligados no que acontece lá na Europa. Os EUA, apesar de estar se recuperando devagar, ainda está frágil. E quem viu o lance da Argentina querer vetar os produtos brasileiros? E parece que não são só brasileiros. Eles estão tentando defender a economia interna com essas restrições, mas acredito que esse não seja o melhor caminho para eles. Apesar de tudo, o Brasil perde dinheiro se eles quiserem vetar produtos nossos. Mais um detalhe pra ficar de olho.

E vamos deixar rolar...

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Agradeço à todos que estão sempre visitando e mandando e-mails e aproveito para pedir desculpas pela falta de frequência de atualização. Ando super ocupado no trabalho e nas faculdades. To com tanta coisa pra fazer que o blog tá em segundo plano mesmo. Sempre que puder, estarei postando alguma coisa. Muito em breve, estarei divulgando o meu trabalho de conclusão de curso de engenharia pra vocês poderem dar uma olhada. É isso gente.

Um abraço para todos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O incrível Sungha Jung



Alguém - POR FAVOR! - contrate esse moleque logo.

É um geniozinho.




To fascinado com o talento dele.

Incubadora da UFRJ seleciona empreendimentos



Se você tem um projeto, acredita no mesmo, e precisa de assessoria, vai adorar essa notícia.

Adoro essas iniciativas.


Para estimular a criação de novos negócios inovadores, a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vai oferecer instalações e facilidades para as cinco empresas que forem selecionadas pela incubadora. Atualmente, a instituição dá apoio a 16 companhias.

O objetivo é fornecer condições para que as empresas se desenvolvam ainda mais até o final da incubação. Para isso, os empreendimentos selecionados terão um lugar para se instalar e diversos tipos de assessoria, como financeira, de marketing e jurídica. "Uma das vantagens é estar perto de outras empresas que estão vivendo o mesmo momento e de onde é gerada a inovação e a tecnologia", diz Regina Fátima Faria, gerente-geral da incubadora.

O processo de seleção inclui sete etapas, entre as quais estão uma entrevista com os sócios e a entrega de um plano de negócios. Não é preciso que a empresa já exista para participar da seleção, mas é pré-requisito obrigatório propor o desenvolvimento de uma nova linha de produtos ou serviços.

A incubadora deve analisar a viabilidade do negócio, a capacidade de gestão dos sócios e o grau de inovação tecnológica do que está sendo proposto. A viabilidade técnica e o impacto do novo produto ou serviço na economia também são levados em consideração. "É preciso ver se existe uma possibilidade de interação com a universidade. Para que seja um benefício mútuo", conta Regina. Estima-se que existam cerca de 3000 incubadoras de empresas pelo mundo, sendo que 400 delas estão no Brasil.