Estou lendo o livro Fora de série, de Malcom Gladwell, e fiquei impressionado com a história de Christopher Langan, um ser humano tão inteligente que teve que ter o seu QI estimado, pois não existiam testes na época que determinassem o tamanho de sua inteligência. Este homem poderia ter sido qualquer coisa na vida, até mesmo ter ganhado um prêmio nobel, mas por vários acasos não é nem um pouco famoso ou respeitado.
E aí vem a pergunta, você sabe qual é o motivo do sucesso?
Malcom Gladwell explica.
Fonte: Revista Época
"Você já ouviu falar em Christopher Langan? Provavelmente, não. Ele é um americano de 51 anos que ficou conhecido desde o final dos anos 1990 como o “homem mais inteligente da América”. Dos Estados Unidos, quer dizer. Os testes mostram que Langan tem um Q.I. de 195. Albert Einstein, o gênio que revolucionou a Física, tinha Q.I. de 150. Qualquer um com Q.I. acima de 150 é considerado gênio.
Apesar dessa enorme vantagem comparativa, Langan passou a maior parte da vida trabalhando como porteiro em um bar na região de Nova York. Nas horas de folga, estudava Física e Filosofia por conta própria. Escreveu em casa uma espécie de teoria-geral-de-todas-as-coisas, que jamais foi publicada e provavelmente jamais será. Neste ano, venceu um programa de perguntas na TV, no qual competiu sozinho contra um grupo de 30 pessoas. Tudo sugere que Langan poderia ter sido um cientista notável, mas ele não teve sorte. Nasceu numa família miserável, em que cada um dos quatro filhos tinha um pai diferente, todos mortos ou ausentes. Nunca conseguiu passar do colégio. Ganhou duas bolsas para a universidade e duas vezes as perdeu – com um boletim cheio de As – porque lhe faltava apoio material e afetivo para prosseguir. Numa das ocasiões, a mãe não se deu ao trabalho de assinar um atestado confirmando que a família continuava pobre.
Com essa história triste, o escritor Malcolm Gladwell abre o terceiro capítulo de Fora de Série, a História do Sucesso, lançado na semana passada nos Estados Unidos com o título de Outliers (a tradução chegará ao Brasil em dezembro pela editora Sextante). É o terceiro livro de Gladwell. Ele já escreveu dois best-sellers: Ponto de Desequilíbrio (2000) e Blink, a Decisão num Piscar de Olhos (2005). Eles foram traduzidos para 25 países e venderam 4,5 milhões de cópias. Tornaram seu autor um misto de celebridade, guru e milionário, aquele tipo de pessoa abordada na rua por estranhos, que recebe US$ 50 mil por palestra. Com Fora de Série, Gladwell deve repetir ou ampliar o impacto de seus livros anteriores. Na quinta-feira passada, Outliers já era o terceiro na lista de mais vendidos na livraria virtual Amazon.
Gladwell diz que sempre quis entender por que alguns se davam tão bem na vida – e outros não. Parece ser algo pessoal. Miúdo e inquieto, ele tem pai inglês branco e mãe jamaicana, de ascendência negra. Na tradição cultural anglo-saxã, é negro. Foi criado na zona rural do Canadá e poderia ter parado por aí. Mas seus pais eram ambiciosos, ele destacou-se na escola e terminou na universidade, onde cursou História. Antes de ser jornalista, tentou ser publicitário, sem sucesso. Nos Estados Unidos, fez uma carreira brilhante de repórter. Nos últimos oito anos, conquistou fama e fortuna como escritor. Costuma se apresentar, com desconcertante modéstia, como “parasita das idéias dos outros”. Agora, diz que, parasitando, entendeu os mecanismos do sucesso.
“Nós somos focados demais no indivíduo”, diz Gladwell. “Para realmente entender os fora de série, temos de olhar ao redor deles: para a cultura, para a família, para a comunidade e para a geração deles”. Ele não afirma que o talento ou a ação individuais não sejam importantes. Há milhares de exemplos para provar o contrário. Ele afirma, apenas, que talento, inteligência e personalidade não explicam tudo.
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Modéstia à parte, sem ter nenhum embasamento teórico, eu já tinha pensado da mesma forma que Malcom Gladwell, que acredita que o sucesso não depende só da nossa capacidade intelectual ou física, mas também de um misto de situações, não esquecendo da pitada de sorte, pois nascer na hora certa e no lugar exato conta mais do que a gente imagina.
Uma das coisas mais bacanas que lí no livro até agora foi sobre a teoria das 10 mil horas. Gladwell diz que uma pessoa precisa de, no mínimo, 10 mil horas para ser excelente em determinada área. Se você se dedicar 3 horas por dia, 7 dias da semana, em aproximadamente 10 anos você terá atingido tal patamar (pode fazer as contas). Estudiosos e biógrafos chegaram a essa conclusão analisando a vida de diversas pessoas que são excelentes em suas áreas de atuação. Dedicar-se durante todo este tempo em uma determinada atividade não depende só de força de vontade, mas também de uma família que lhe dê estrutura e de situações que lhe permitam tal façanha.
Às vezes achamos que o sucesso simplesmente cai no colo, ou que teve gente que não se esforçou para conseguí-lo, mas o que vemos na prática, se pesquisarmos a fundo, é que na verdade as coisas não são bem assim.
Aconselho a leitura.
E aí vem a pergunta, você sabe qual é o motivo do sucesso?
Malcom Gladwell explica.
Fonte: Revista Época
"Você já ouviu falar em Christopher Langan? Provavelmente, não. Ele é um americano de 51 anos que ficou conhecido desde o final dos anos 1990 como o “homem mais inteligente da América”. Dos Estados Unidos, quer dizer. Os testes mostram que Langan tem um Q.I. de 195. Albert Einstein, o gênio que revolucionou a Física, tinha Q.I. de 150. Qualquer um com Q.I. acima de 150 é considerado gênio.
Apesar dessa enorme vantagem comparativa, Langan passou a maior parte da vida trabalhando como porteiro em um bar na região de Nova York. Nas horas de folga, estudava Física e Filosofia por conta própria. Escreveu em casa uma espécie de teoria-geral-de-todas-as-coisas, que jamais foi publicada e provavelmente jamais será. Neste ano, venceu um programa de perguntas na TV, no qual competiu sozinho contra um grupo de 30 pessoas. Tudo sugere que Langan poderia ter sido um cientista notável, mas ele não teve sorte. Nasceu numa família miserável, em que cada um dos quatro filhos tinha um pai diferente, todos mortos ou ausentes. Nunca conseguiu passar do colégio. Ganhou duas bolsas para a universidade e duas vezes as perdeu – com um boletim cheio de As – porque lhe faltava apoio material e afetivo para prosseguir. Numa das ocasiões, a mãe não se deu ao trabalho de assinar um atestado confirmando que a família continuava pobre.
Com essa história triste, o escritor Malcolm Gladwell abre o terceiro capítulo de Fora de Série, a História do Sucesso, lançado na semana passada nos Estados Unidos com o título de Outliers (a tradução chegará ao Brasil em dezembro pela editora Sextante). É o terceiro livro de Gladwell. Ele já escreveu dois best-sellers: Ponto de Desequilíbrio (2000) e Blink, a Decisão num Piscar de Olhos (2005). Eles foram traduzidos para 25 países e venderam 4,5 milhões de cópias. Tornaram seu autor um misto de celebridade, guru e milionário, aquele tipo de pessoa abordada na rua por estranhos, que recebe US$ 50 mil por palestra. Com Fora de Série, Gladwell deve repetir ou ampliar o impacto de seus livros anteriores. Na quinta-feira passada, Outliers já era o terceiro na lista de mais vendidos na livraria virtual Amazon.
Gladwell diz que sempre quis entender por que alguns se davam tão bem na vida – e outros não. Parece ser algo pessoal. Miúdo e inquieto, ele tem pai inglês branco e mãe jamaicana, de ascendência negra. Na tradição cultural anglo-saxã, é negro. Foi criado na zona rural do Canadá e poderia ter parado por aí. Mas seus pais eram ambiciosos, ele destacou-se na escola e terminou na universidade, onde cursou História. Antes de ser jornalista, tentou ser publicitário, sem sucesso. Nos Estados Unidos, fez uma carreira brilhante de repórter. Nos últimos oito anos, conquistou fama e fortuna como escritor. Costuma se apresentar, com desconcertante modéstia, como “parasita das idéias dos outros”. Agora, diz que, parasitando, entendeu os mecanismos do sucesso.
“Nós somos focados demais no indivíduo”, diz Gladwell. “Para realmente entender os fora de série, temos de olhar ao redor deles: para a cultura, para a família, para a comunidade e para a geração deles”. Ele não afirma que o talento ou a ação individuais não sejam importantes. Há milhares de exemplos para provar o contrário. Ele afirma, apenas, que talento, inteligência e personalidade não explicam tudo.
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Modéstia à parte, sem ter nenhum embasamento teórico, eu já tinha pensado da mesma forma que Malcom Gladwell, que acredita que o sucesso não depende só da nossa capacidade intelectual ou física, mas também de um misto de situações, não esquecendo da pitada de sorte, pois nascer na hora certa e no lugar exato conta mais do que a gente imagina.
Uma das coisas mais bacanas que lí no livro até agora foi sobre a teoria das 10 mil horas. Gladwell diz que uma pessoa precisa de, no mínimo, 10 mil horas para ser excelente em determinada área. Se você se dedicar 3 horas por dia, 7 dias da semana, em aproximadamente 10 anos você terá atingido tal patamar (pode fazer as contas). Estudiosos e biógrafos chegaram a essa conclusão analisando a vida de diversas pessoas que são excelentes em suas áreas de atuação. Dedicar-se durante todo este tempo em uma determinada atividade não depende só de força de vontade, mas também de uma família que lhe dê estrutura e de situações que lhe permitam tal façanha.
Às vezes achamos que o sucesso simplesmente cai no colo, ou que teve gente que não se esforçou para conseguí-lo, mas o que vemos na prática, se pesquisarmos a fundo, é que na verdade as coisas não são bem assim.
Aconselho a leitura.