Sites de fotografia e redes sociais não são nenhuma novidade, certo? Se você respondeu sim, então está errado(a). O brasileiro com nome de americano, Mike Krieger, criou um aplicativo chamado Instagram que virou febre em pouco mais de 3 meses na Apple Store. Confesso que eu não o conhecia até ontem, mas depois de baixá-lo e dar uma pesquisada na internet, descobri o quão bacana ele é. Você pode compartilhar as fotos tiradas por você com seus amigos e postá-las. A novidade está na integração com as redes sociais Foursquare e Twitter. Quando você posta uma foto no Instagram ele já deixa um link pronto e a localização para as pessoas que o acompanham. É impressionante a quantidade de lugares com fotos e comentários.
Na pesquisa que fiz acabei encontrando uma matéria que saiu na Info, onde o brasileiro concedeu uma entrevista contando um pouco sobre a sua trajetória.
Impressionante como as últimas invenções bacanas da internet tem tido uma "mãozinha" de algum brasileiro.
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Fonte:
Portal ExameINFO - Pode contar qual a sua relação com o Brasil, quando deixou o país e como chegou aos Estados Unidos?Mike - Sou brasileiro nato, morei a maioria da minha vida em São Paulo (também morei em Portugal e Buenos Aires). Em 2004, me mudei pra Palo Alto, na Califórnia, para estudar em Stanford. Hoje, faz dois anos que estou em São Francisco.,
INFO - Antes de entrar para o Instagram você esteve envolvido com outros projetos de start-up, certo? Quais foram e como foi a experiência?Mike - Estive sim. Há alguns anos que eu me interessei pela tecnologia e pelas empresas de start-up. Na faculdade, participei de alguns projetos pequenos, inclusive de duas aplicações de iPhone e alguns sites para web.
Depois da faculdade, eu trabalhei por um ano e meio na Meebo, uma start-up em Mountain View, também na Califórina. Eu entrei na empresa como um designer de experiência de usuário, mas como é comum em empresas de start-up, acabei trabalhando também em diversas várias áreas da empresa; desenvolvi alguns recursos do site Meebo.com e também do Meebo Bar, o produto que eles disponibilizam para desenvolvedores que querem ter chat em seus próprios sites. Acabei me inspirando muito pelos fundadores da Meebo, o Seth [Sternberg ], a Elaine [Wherry ] e a Sandy [Jen], e quando a oportunidade surgiu para entrar numa start-up bem no começo eu decidi sair para juntar-me ao Kevin Systrom [cofundador do Instagram junto com Mike e atual CEO da empresa].
INFO - Quando e como você conheceu o Kevin? Como surgiu a ideia do aplicativo?Mike - Nós dois fizemos parte de um programa para jovens empreendedores em Stanford, chamado de Mayfield Fellows Program. É um programa de nove meses, seis meses de aula e três meses de estágio em uma empresa start-up. Eu acabei trabalhando na Foxmarks, atual Xmarks, fundado por Mitch Kapor, que formou a Lotus nos anos 1980. O Kevin estava trabalhando numa outra start-up, a NextStop (que foi comprada pelo Facebook), e trabalhava nos fins de semana num projeto chamado Burbn, que era uma aplicação parecida com o Foursquare, mas feito completamente em HTML5. O Burbn funcionava pelo browser do celular, em vez de ser uma aplicação que precisava ser instalada. Depois de dois meses trabalhando numa versão do Burbn, o Kevin me convidou para entrar na empresa, e juntos nós vimos que o Burbn, por melhor que ele tivesse sido bem recebido pelos nossos amigos, era muito complicado. A gente percebeu que a parte mais legal do Burbn, as fotos ligadas em lugares no mundo real, já seria um produto interessante. Três meses depois acabamos lançando o Instagram, que foi uma evolução do Burbn.
INFO - Como o Instagram pretende se tornar rentável uma vez que o download do app é gratuito?Mike - O app principal continuará gratuito. Temos várias ideias de como podemos começar a gerar receitas, por exemplo, com recursos adicionais que podem ser comprados pelo sistema de "In-App Purchasing" da Apple, dentro da aplicação.
INFO - O Instagram tem se tornado uma verdadeira febre desde que foi ofertado, impulsionando até ainda mais o desejo pelo iPhone. Com quantos milhões de usuários vocês planejam terminar o primeiro semestre?Mike - Não temos uma projeção exata, mas superamos a marca de 1 milhão de usuários no final de dezembro, e continuamos com um ótimo ritmo de crescimento.
INFO - Vocês possuem números específicos sobre o número de usuários no Brasil? Como vocês têm olhado para esse mercado?Mike - O Brasil já é um dos quatro países que mais usa o Instagram, junto com os Estados Unidos, o Japão e a Inglaterra. Fico muito feliz com a atenção que estamos recebendo no país. Quando voltei pra São Paulo em dezembro para visitar a minha família, me surpreendi com o número de lugares que visitei e que haviam sido fotografados para o Instagram — inclusive o Bar do Cidão, onde fui ouvir um chorinho ao vivo e vi que já tinham várias fotos postadas de lá. Para mim, a parte mais legal do nosso sucesso no Brasil é que eu posso acompanhar “ao vivo” a vida de meus amigos e da minha família, mesmo estando longe.
INFO - Em quantas línguas o Instagram está disponível atualmente?Mike - Estamos disponíveis em inglês, português, espanhol, alemão, italiano, francês, chinês, japonês e russo. Foram os próprios membros da comunidade do Instagram que fizeram as traduções.
INFO - No momento, vocês são quatro funcionários, certo? Como é o sistema de divisão de trabalho da empresa?Mike - Correto, somos apenas quatro por enquanto. Nos primeiros quatro meses da empresa, eram só eu e o Kevin trabalhando no Instagram. Ele fez a maioria do design visual do produto enquanto eu fiquei responsável pela programação. Logo depois que nós lançamos o produto, tinha um monte de gente escrevendo e-mail para nós, com perguntas técnicas, elogios etc., e então contratamos o Josh, que é o nosso Community Manager. Em novembro, o Shayne entrou na empresa, e ele está nos ajudando com a programação.
INFO - Vocês receberam algum aporte para a criação da empresa? E agora, já houve alguma proposta de compra?Mike - Recebemos um investimento de US$ 500 000 de dois investidores angel, ou seja, de fase inicial: o Baseline Ventures e o Andreessen Horowitz. Já houve interesse em comprar a empresa, mas a nossa intenção é continuar numa trajetória independente.
INFO - Por que vocês ainda não apresentaram uma versão para Android?Mike - Com só quatro pessoas (e só três engenheiros), seria difícil manter a qualidade que nós desejamos no nosso produto em duas plataformas. Mas o nosso plano é crescer bastante em 2011 e chegar ao Android.
INFO - Em média, quantas imagens vocês recebem por dia? Qual o espaço que o vosso data center ocupa?Mike - Nosso serviço está hospedado na plataforma de cloud da Amazon, então o nosso data center é virtual e bem flexível—como nós estamos em fase de pleno crescimento e recebemos mais de duas fotos por segundo, é superimportante que a gente possa ampliar a nossa capacidade de uma forma dinâmica.
INFO - Você pretende retornar ao Brasil em breve?Acabei de voltar de São Paulo na quinta passada, fui visitar a minha família (tenho família em São Paulo e Curitiba), agora já estou contando os dias até a minha próxima visita!