terça-feira, 13 de julho de 2010

Um exemplo de investidor: Lirio Parissoto, dono da Videolar


Muitos de vocês já devem ter ouvido falar em Value Investor (investidor de valor), que nada mais é do que o investidor que compra uma posição em uma empresa pensando no longo prazo. O objetivo é tornar-se, efetivamente, sócio da empresa, acreditando no seu crescimento e ganhando à medida que ela for ganhando também.

Um dos maiores value investors que conhecemos na atualiadade é o Sr. Warren Buffet, do qual já falei muitas vezes aqui no blog. Entretanto, o post de hoje será dedicado a um grande empreendedor brasileiro: Sr. Lirio Parissoto, dono da Videolar.

Peguei um pequeno artigo no site da corretora onde opero - Wintrade - para compartilhar com vocês. Não deixem de ler.

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Fonte: aqui



Aos 56 anos, Lirio Parissoto acumula um montante de mais de R$ 2 bilhões de reais em ações, o que faz dele um dos maiores investidores da Bolsa. Mas, ao contrário dos outros bilionários sobre os quais falamos nesta série especial, sua fortuna não se destaca entre as maiores do mundo, nem está na lista da Forbes. Porém, Parisotto tem grandes diferenciais: é brasileiro, nasceu pobre, ergueu sua fortuna sozinho e teve grandes acertos e até erros na Bolsa que podem servir de exemplo para qualquer investidor, independente do tamanho de sua carteira.

O bilionário diz que o Ibovespa é seu benchmark e a estratégia vem dando certo. Em 2007, enquanto o índice rendeu 43%, seu fundo valorizou 80%; no primeiro trimestre deste ano, o rendimento chegou a 10%, quase o dobro do que o principal termômetro da Bolsa paulistana registrou. Mas qual é o segredo desse sucesso?

Assim como Warren Buffet, a primeira regra na hora de montar o portfólio é investir em empresas, não em ações. Por isso, estuda minuciosamente os relatórios de desempenho, analisa a lucratividade delas e dá preferência para as que distribuem bons dividendos. O lucro conquistado com esses dividendos tem destino certo: comprar mais papéis.

Sua carteira é composta apenas por 12 empresas, ou 12 atletas como ele prefere chamar. Quando algum sai da partida, logo convoca outro para substituí-lo, e são sempre atletas que já tem uma carreira sólida. Mas no seu time se permite escolher um “azarão”, um atleta que não tem preparo físico excelente, mas merece ser escalado como uma grande aposta. Por ter um risco maior embutido, Parisotto espera que esse investimento renda três ou quatro vezes o valor aplicado.

Quando Parisotto é técnico, não entram em campo ações de empresas aéreas. Por quê? O bilionário explica que elas são muito voláteis, e cita as três grandes companhias aéreas de 10 anos atrás - VASP, Transbrasil e Varig - justificando que, hoje, são negócios que viraram vinagre.

Com tantas ressalvas, para ele a hora de investir é sempre de muita ponderação, deve ser o momento certo. Por isso, nunca investiu em IPO, por exemplo. Fica de olho no preço dos papéis procurando encontrar, a partir da sua análise fundamentalista, grandes oportunidades, nem que para isso seja necessário ignorar o rebanho que a maioria dos investidores segue.

Para engordar o lucro, aposta em operações mais sofisticadas. Só no ano passado o aluguel de ações somado à venda de opções, ao recebimento de dividendos e ao juro sobre capital próprio lhe rendeu R$ 100 milhões.
Os tropeços e as conquistas

Com tanto dinheiro no mercado acionário, não é raro encontrar pessoas que se iludem, achando que vão ter lucro fácil, e acabam se decepcionando. Acredite se quiser, mas foi assim também que o mercado de ações começou para Parisotto. A verdade é que a vitória pode ser certeira, mas é preciso avaliar o momento de investir, olhar sempre o longo prazo e estudar com cautela as aplicações. Mas, com apenas 18 anos, Parisotto ainda não sabia disso.

Na época, dois de seus professores em cinco, seis meses estavam conseguindo dobrar o dinheiro que colocavam na Bolsa. Parisotto ficou empolgado com os lucros, mas ainda não tinha dinheiro para investir. Foi quando ganhou em um concurso o valor equivalente a um Fusca e logo pensou: “se eu investir esse valor em ações, em cinco meses vou ter o equivalente a dois fuscas”. Certo? Completamente errado! Hoje, ele mesmo admite rindo que o que antes era um Fusca depois só dava para pagar um jantar e olhe lá.

A sua segunda tentativa de investimentos também foi frustrante, mas os erros o ensinaram uma coisa: o bom é aplicar quando o mercado está em baixa, ao contrário do que estava fazendo antes, quando, empolgado com as valorizações, acabou investindo em dois picos. Por isso, na década de 90, com o Plano Collor, aproveitou que o mercado caiu drasticamente e decidiu que aquela seria a hora certa de entrar para valer. Sua carreira de empresário tinha se mostrado mais promissora que a de investidor, por isso já havia conquistado dinheiro com a sua empresa, a Videolar, e pôde investir dois milhões de dólares na Bolsa. Em aproximadamente três anos esse valor virou oito milhões e não parou mais de crescer.

Haja coração

Parisotto encontrou algumas pedras no meio do caminho, mas soube muito bem como contorná-las. Em 2008, seu fundo começou o ano com aproximadamente R$ 1.300 bilhões, em agosto, no auge da crise financeira, viu esse montante se transformar em R$ 700 milhões. Qualquer um se desesperaria nessa situação, vendo o patrimônio construído durante a vida toda indo por água abaixo. Porém, realizar esse prejuízo muitas vezes é uma opção, afinal, a Bolsa de Valores é feita de oscilações e Parisotto sabia disso. O que ele fez então? Manteve a cabeça no lugar e, friamente, decidiu não vender na baixa. Mas não parou por aí, aproveitou para caçar as barganhas, comprando ações a verdadeiras pechinchas, já que a instabilidade tinha derrubado os preços.

Tanta paciência e confiança nas suas escolhas de investimentos foram recompensadas. Até o primeiro trimestre deste ano já estava conseguindo se recuperar, com ganhos de 50%.

O nascimento de um vencedor

Parisotto não dependeu de heranças para erguer seu patrimônio, fez tudo com seu próprio trabalho. Nasceu em Nova Bassano, no interior do Rio Grande do Sul, em uma família humilde de produtores agrícolas. Mas isso nunca o impediu de correr atrás dos seus sonhos. Aos 13 anos, foi estudar no seminário; aos 19, percebeu que a batina não era para ele, decidiu cursar a faculdade de medicina, mas acabou se encontrando mesmo ao atuar como comerciante.
No início da década de 80, abriu um videoclube e uma pequena loja de eletrodomésticos, eram os primeiros passos para a abertura da Audiolar. Em 1988, a empresa abriu caminho para o grande negócio do investidor, a Videolar. Hoje a empresa é líder no mercado brasileiro de DVDs, videocassetes e Blue-ray.





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