terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Jovens empreendedores de sucesso: Stephen Yellin, 19 anos, blogger


Converse com Stephen Yellin sobre seu assunto predileto – política – e parecerá que você está conversando com um veterano de guerra. E ele é. Desde os 13 anos de idade escreve e comenta sobre política.

No respeitado blog liberal Daily Kos, Yellin aconselha candidatos sobre como se comunicar com a comunidade da internet. Quando tinha 15 anos ele era chamado de “o Trippi do futuro”, em referência a Joe Trippi, que conseguiu aumentar o capital dos democratas na época da campanha de Howard Dean. Mas Yellin se esquiva da comparação: “Espero um dia talvez ser comparável a Joe Trippi”.

Diferentemente da maioria dos blogeiros de política, Yellin não tem as mãos limpas. Atualmente ele participa do Comitê Democrático de Union County, em New Jersey, e já trabalhou em várias campanhas de senadores do estado.

Antes, ele queria ser político, mas perdeu a vontade quando descobriu como o sistema funciona. “Eles passam mais de oito horas por dia no telefone pedindo dinheiro. Você acaba falando com pessoas que não conhece e fazendo acordo com pessoas das quais não gosta”, ele diz.

O novo objetivo de Yellin é dar aulas de história para alunos do colegial. “A melhor defesa contra a tirania é ter uma sociedade fortemente democrática, onde pessoas são efetivamente responsáveis pelo seu país”, ele explica.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Jovens empreendedores de sucesso: Ben Casnocha, da Comcate

Poucas pessoas escreveram um livro e fundaram uma empresa de softwares antes dos 19 anos de idade. Ben Casnocha é uma dessas raridades.

Inspirado por um professor que o fez memorizar o anúncio da Apple – “Pense diferente” – Casnocha abriu a Comcate, que vende programas para ajudar governos locais a resolverem queixas de cidadãos. A idéia nasceu quando ele pensou sobre como a forma que os governos lidavam com os cidadãos era precária. Ele estava com 14 anos e a Comcate era a segunda empresa que ele fundava.

Com 17 anos de idade, ele era um dos 25 empreendedores com menos de 25 anos mais bem sucedidos, segundo a revista Business Week. Mesmo assim, ele arranjava tempo para ser capitão do time de basquete e editor do jornal do seu colégio, em São Francisco.

Quando terminou o colegial, Casnocha passou um ano viajando e escrevendo um livro sobre suas experiências: “Uma vida em start-ups: o que um CEO realmente jovem aprendeu em sua jornada pelo Vale do Silício”.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Série: 10 - JOVENS - empreendedores de sucesso



Quer saber o porquê do destaque na palavra "jovens" no título?

Então, a partir de segunda-feira, 19/01/09, estarei postando história de jovens com até 20 anos - muitos deles milionários - que são um exemplo de empreendedorismo, ambição e inteligência. Se você gosta de histórias de sucesso, tanto quanto eu, não pode deixar de conferir.

Um abraço.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Novos membros da elite capitalista no Brasil

Tá esperando o que pra entrar de cabeça nessa também?

"Graças à bolsa de valores, nunca houve um crescimento tão grande no número de super-ricos brasileiros -- levantamento inédito feito por EXAME mostra quem são os novos membros da elite do capitalismo nacional"


Menin, da MRV, Bueno, da Amil, e Auriemo, da JHSF: o número de bilionários quintuplicou.



Por Melina Costa

EXAME O mineiro Rubens Menin jamais teria se tornado bilionário se tivesse seguido os conselhos de sua mãe. Aos 23 anos, quando terminava o curso de engenharia civil na Universidade Federal de Minas Gerais, Menin ouviu aquela recomendação tão comum num país cuja sociedade se habituou a depender do Estado: ele devia fazer um concurso público e, assim, garantir sua renda até a aposentadoria. Entre a segurança e o risco, porém, ele ficou com o risco. Juntou-se a dois primos e montou uma microempresa, a construtora MRV. À época, seu grande sonho era construir pequenas casas em Belo Horizonte. Passados 28 anos, o sonho se provou modesto. A MRV é hoje a maior construtora de imóveis populares do Brasil, com 40 000 apartamentos e casas entregues desde sua fundação. E, em julho de 2007, Menin recebeu um prêmio definitivo por sua decisão de arriscar. Com a abertura de capital da MRV, viu sua participação na empresa que fundou transformar-se numa fortuna pessoal de 2,5 bilhões de reais. "Esse número está longe de representar um limite", diz Menin. "Estamos apenas começando."
A história de Rubens Menin é símbolo de um fenômeno que está mudando a face (e, talvez ainda mais importante, as faces) do capitalismo brasileiro: o surgimento acelerado de novos bilionários. Nunca houve tantos super-ricos no país, e eles nunca surgiram tão rapidamente. O ano de 2007 marcou o auge desse movimento. Segundo um levantamento inédito realizado por EXAME, 14 pessoas entraram para esse clube nos 12 meses do ano, quase cinco vezes mais do que o número de bilionários surgidos no ano anterior. Na lista deste ano estão empreendedores e herdeiros que, juntos, acumulam uma fortuna de 19 bilhões de reais em ações (veja quadro na pág. 31). Esse é mais um processo impulsionado pela onda de aberturas de capital (IPOs, na sigla em inglês), que começou em 2004 e teve seu recorde histórico em 2007, quando a bolsa de São Paulo superou até mesmo as mais otimistas expectativas de valorização. Desde 2004, quase 140 companhias emitiram ações, levantando 115 bilhões de reais. No mesmo período, 30 acionistas tornaram-se bilionários, acumulando um patrimônio de cerca de 50 bilhões de reais em valores de hoje. No topo dessa nova elite está o empresário Eike Batista, da mineradora MMX. O patrimônio do empresário carioca atingiu a impressionante cifra de 7 bilhões de reais, a maior fortuna pessoal gerada no Brasil nos últimos quatro anos.
É evidente que o simples ato de abrir o capital de uma empresa não torna o empreendedor rico da noite para o dia. Todos os novos bilionários já acumulavam um enorme patrimônio antes da ida à bolsa, mas dois motivos fazem com que seja razoável chamá-los assim. Primeiro, sua participação no capital, que antes era um segredo bem guardado, torna-se pública com o IPO. Segundo, sem o interesse dos investidores estrangeiros por empresas brasileiras, movimento que explica a disparada da Bovespa, suas companhias não valeriam tanto. "As ações deixam de ter um valor teórico para ter um valor real", diz Robert Frank, autor do livro Richistan e um dos maiores especialistas do mundo em grandes fortunas. Claro, a outra forma de fazer isso é simplesmente vender a empresa inteira. Com o atual momento do mercado de capitais, porém, nenhum caminho tem sido tão favorável quanto a bolsa: lá, os empresários mantêm o controle das companhias e, ao mesmo tempo, podem ver sua fortuna se multiplicar.

Os novos super-ricos
Quem são os brasileiros que se tornaram bilionários em 2007 graças à abertura de capital de suas empresas (fortuna em reais)

Rubens Menin Teixeira de Souza MRV/construção 2,5 bilhões
Edson de Godoy Bueno Amil/planos de saúde 2 bilhões
Dulce Bueno Amil/planos de saúde 1,9 bilhão
Silvio Santos Panamericano/banco 1,6 bilhão
José Isaac Peres Multiplan/administração de shopping centers 1,4 bilhão
Meyer Joseph Nigri Tecnisa/incorporação imobiliária 1,2 bilhão
Norberto Nogueira Pinheiro Pine/banco 1,2 bilhão
Hilda Diruhy Burmaian Sofisa/banco 1,2 bilhão
Marcos Antonio Molina dos Santos Marfrig/alimentos 1 bilhão
Marcia A.P.M. dos Santos Marfrig/alimentos 1 bilhão
Fábio Roberto Chimenti Auriemo JHSF/incorporação imobiliária 1 bilhão
José Auriemo Neto JHSF/incorporação imobiliária 1 bilhão
Luis Felippe Indio da Costa Cruzeiro do Sul/banco 1 bilhão
João Uchôa Cavalcanti Netto Estácio Participações/ ensino superior 1 bilhão

Cálculo com base no valor das ações em 3/12/2007 Fontes: empresas e CVM

A TRANSPARENCIA EXIGIDA PELO MERCADO DE CAPITAIS faz da lista de novos bilionários brasileiros um termômetro inédito para avaliar as transformações recentes na economia. A principal constatação que surge da análise é que quase toda essa riqueza foi criada por eles próprios, numa demonstração concreta de mobilidade social. Dos 14 da lista, oito vieram da classe média. Apenas um deles, Norberto Nogueira Pinheiro, fundador do banco Pine, nasceu rico. Quatro se tornaram bilionários a reboque de cônjuges ou pais empreendedores. A controladora do banco Sofisa, Hilda Diruhy Burmaian, abriu o capital do banco após a morte de seu marido e fundador da companhia, Varujan Burmaian. Tem 1,2 bilhão de reais em ações do Sofisa. Os dois donos do frigorífico Marfrig, o empresário Marcos Molina dos Santos e sua mulher, Marcia, acumulam um patrimônio de 1 bilhão de reais cada um. E Fábio e José Auriemo, pai e filho, controlam a construtora JHSF e têm uma fortuna individual de 1 bilhão de reais.
As histórias mais impressionantes são aquelas de empreendedores que saíram do zero. Um deles é o apresentador Silvio Santos. O empresário, que teve parte de sua fortuna exposta com o IPO do banco Panamericano, é filho de imigrantes pobres -- pai grego e mãe turca -- e já foi camelô no centro do Rio de Janeiro. O outro é Edson Bueno, fundador da Amil, maior empresa de planos de saúde do país. Nascido em Guarantã, no interior de São Paulo, o empresário tem mãe dona-de-casa e padrasto caminhoneiro. Quando criança, Bueno se notabilizou pelo sofrível desempenho na escola. Repetiu a quarta série quatro vezes. Para se virar, chegou a trabalhar como engraxate. A história de pobreza e fracasso mudou abruptamente quando Bueno conheceu o médico da cidade, um certo doutor Moacyr. "Passei a admirar tanto seu trabalho que decidi seguir o mesmo caminho", diz. Num esforço hercúleo para alguém que havia demonstrado tamanha dificuldade de aprendizado, Bueno se formou em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro e conseguiu o primeiro emprego no Hospital São José, na cidade de Duque de Caxias. Foi nesse período que aconteceu a segunda grande virada em sua trajetória. Como recebia seguidos calotes em seu salário, Bueno sugeriu ao dono do hospital que o pagasse em cotas de participação no capital da empresa. Ali, em 1972, surgia o embrião da Amil. "Descobri que minha vocação era ser empreendedor", diz Bueno, que deu entrevista a EXAME no dia 11 de dezembro, data que marca o fim do período de silêncio imposto pelo IPO da Amil. Passados 35 anos, a empresa cresceu exponencialmente -- fatura cerca de 2,5 bilhões de reais por ano -- e transformou a pobreza da família numa vaga lembrança de infância. Hoje, Bueno e sua ex-mulher têm, cada um, ações que valem cerca de 2 bilhões de reais.
A fortuna obtida por empresários como Edson Bueno, Eike Batista e Rubens Menin na bolsa representa um sopro de renovação no capitalismo brasileiro. Até dez anos atrás, os bilionários nacionais eram, na grande maioria, herdeiros de conglomerados empresariais familiares. Na lista da Forbes de 1997, por exemplo, constavam apenas cinco brasileiros. Três deles se encaixavam nesse perfil: Roberto Marinho, então presidente das Organizações Globo, Antonio Ermirio de Moraes, da Votorantim, e Roberto Setubal, do Itaú. Outras presenças constantes eram empresários como Benjamin Steinbruch, dono da CSN, e Abilio Diniz, controlador do Pão de Açúcar -- todos herdeiros, embora com papéis determinantes no crescimento de seus grupos empresariais. Hoje, há 20 brasileiros na mesma lista e quase metade deles ficou rica criando o próprio negócio, sem o empurrão da família. "Antes, era possível identificar um bilionário só pelo sobrenome", diz Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da consultoria Tendências. De fato, não só os sobrenomes mas também os setores de atuação dos novos bilionários deixaram de ser os tradicionais. Há 15 anos, 60% dos bilionários brasileiros vinham de um único setor, a construção civil. Hoje, metade deles tira sua fortuna do setor de serviços: de bancos a aviação, do varejo à venda de imóveis. Entre os bilionários de 2007, há um administrador de shoppings (José Isaac Peres, da Multiplan) e três banqueiros (além de Norberto Pinheiro, do Pine, e Silvio Santos, há Luis Indio da Costa, do Cruzeiro do Sul).
Essas caras novas atuam num ambiente de negócios que também se transformou de forma radical. Os magnatas do passado eram controladores de empresas fechadas e familiares que se habituavam a mandar de forma absoluta nos negócios e, em alguns casos, a misturar interesses pessoais com os da empresa. Muitos deles mantinham uma aura de segredo incompatível com o atual momento da economia brasileira. Hoje, transparência e compartilhamento de decisões são requisitos básicos na vida dos bilionários da bolsa. A adaptação aos novos tempos é, em alguns casos, traumática. João Uchôa, da Estácio Participações, maior rede de ensino superior do país, teve de se afastar da administração para que a companhia fosse preparada para o IPO. Durante 33 anos, Uchôa comandou a Estácio na base da intuição. Não havia sequer balanços organizados. Só em 2004, quando começou o processo de reestruturação liderado por um executivo profissional, Uchôa descobriu que sua empresa dava um prejuízo de 42 milhões de reais. Foram necessários três anos de faxina até que a empresa ficasse pronta para ir à bolsa. Para chegar lá, porém, ele teve de abrir mão de mandar na empresa que criou -- não tem cargo algum, nem no conselho de administração. O fundador da Tecnisa, Meyer Nigri, anunciou recentemente que deixará a presidência da empresa nas mãos de um executivo de mercado no início de 2008.
Se por um lado perdem o poder absoluto, por outro os bilionários de hoje têm um vigor financeiro incomparável. Em empresas de capital fechado, o controlador basicamente empata todo o seu patrimônio em apenas um investimento e só vê dinheiro vivo quando recebe dividendos ou recorre ao caixa. Os novos bilionários são investidores sofisticados. Essa sofisticação começa, justamente, na abertura de capital, que dá liquidez a seus investimentos. "O capital do acionista ganha a possibilidade de circular pela economia e irrigar novos negócios", diz Rogério Andrade, sócio da KPMG. Dessa forma, esses empresários diminuem seus riscos e podem aumentar os ganhos em setores mais rentáveis. O fundador da construtora paulista JHSF, Fábio Auriemo, destinou parte do capital levantado na oferta de ações da empresa, em abril deste ano, para a criação de um hedge fund, o Advanced. O fundo é administrado por um escritório em Nova York e outro em São Paulo. Ao todo, Auriemo comanda investimentos de 800 milhões de reais. Seu próximo passo será criar, no ano que vem, um fundo de private equity para comprar participações minoritárias em empresas. Só estão fora da mira negócios do ramo imobiliário. "Esse setor agora é especialidade do meu filho, não quero competir com ele", diz. Desde 2003, Auriemo deixou o front executivo da JHSF e cedeu o lugar ao filho, José Auriemo.
O aumento do número de bilionários é um fenômeno mundial. Só neste ano surgiram 178 pessoas com patrimônio superior a 1 bilhão de dólares. No ano passado foram 102. Além disso, a fortuna da maioria daqueles que já eram bilionários aumentou. Segundo os especialistas em riqueza, a origem disso é o aumento no volume de dinheiro disponível no mundo após quase sete anos de taxas de juro em níveis historicamente baixos -- o que criou, nas palavras do escritor Robert Frank, um rio de dinheiro que gera milionários por onde passa. E esse rio tem passado com freqüência maior nos países emergentes. Em um ano, o número de bilionários cresceu 150% na China e 56% na Índia. Na Europa, a estagnação é evidente: não surgiu nenhum novo bilionário na Alemanha no último ano, por exemplo. "O número absoluto de bilionários ainda é muito maior na Europa e nos Estados Unidos do que nos países emergentes, mas essa situação está cada vez mais próxima de se inverter", disse a EXAME Jim O'Neill, economista-chefe do banco americano de investimento Goldman Sachs e responsável por cunhar o termo Bric, que reúne os países tidos como de maior potencial de crescimento econômico (Brasil, Rússia, Índia e China).

Riqueza emergente
No último ano, o número de bilionários cresceu 60% nos países do Bric, segundo a Forbes. Enquanto isso, a média mundial foi de 19%

CHINA

2006 - 8
2007 - 20

RÚSSIA

2006 - 33
2007 - 52

ÍNDIA

2006 - 23
2007 - 36

BRASIL

2006 - 16
2007 - 20

CRESCIMENTO

CHINA 150%
RÚSSIA 60%
ÍNDIA 56%
BRASIL 25%

Fonte: Forbes 2006 e 2007

Os seis anos de mercado acionário em expansão impulsionaram uma nova categoria de muito-ricos: os executivos de empresas abertas e os gestores de fundos de investimento. Nos Estados Unidos, já há assalariados que chegaram a seu primeiro bilhão de dólares. Um deles é Dick Fuld, presidente do banco de investimento Lehman Brothers. Fuld acumulou tantas opções de ações que seu patrimônio ultrapassou a casa do bilhão de dólares. O atual secretário do Tesouro americano, Hank Paulson, atingiu patamar semelhante no Goldman Sachs, banco que presidiu até o ano passado. Outra categoria, a dos gestores de fundos de private equity, especializados em comprar empresas, também entrou para o grupo de bilionários: o fundador do Blackstone, Stephen Schwartzman, tem um patrimônio de 3,5 bilhões de dólares. A situação beira o surrealismo quando se analisa a indústria de hedge funds. Para entrar na lista dos 25 gestores de hedge funds mais bem pagos dos Estados Unidos no ano passado, era necessário ter ganho pelo menos 240 milhões de dólares. O líder da lista, o ex-professor de matemática James Simons, do fundo Renaissance, ganhou 1,7 bilhão de dólares (seus olhos não estão errados: a remuneração de Simons realmente foi de quase 3 bilhões de reais em apenas um ano).

A EXPANSÃO DOS FUNDOS E O CRESCIMENTO DO VALOR das ações criaram uma nova geração de endinheirados que, se não acumula 1 bilhão de dólares em patrimônio, chega perto. Isso está transformando o consumo de luxo no mundo. Mercados como o de jatos e iates superluxuosos, por exemplo, estão congestionados. Quem quiser comprar o jato executivo Boeing 747-8 VIP, que foi lançado recentemente, terá de pagar pelo menos 280 milhões de dólares. No Brasil, a venda de jatos executivos cresceu 15% em 2007, após anos de estagnação. Para atender à demanda gerada pelos novos bilionários, os principais estaleiros do mundo criaram iates que são ainda mais caros que o avião da Boeing. O oligarca russo Roman Abramovitch encomendou recentemente um iate de 160 metros de comprimento que tem dois helipontos e espaço para atracar submarinos. Sairá por cerca de 300 milhões de dólares.
Se as fortunas de hoje são feitas mais rapidamente que nunca, podem ser desfeitas na mesma velocidade. A estreita ligação entre o patrimônio de empresários e o mercado de capitais pode causar alterações drásticas em suas fortunas. Com a explosão da bolha da internet, em 2001, os acionistas americanos perderam o equivalente a 200 bilhões de dólares. No Brasil, pelo menos dois dos empresários citados na lista de bilionários da Forbes correm sério risco de não voltar no ano que vem: o dono da Cosan, Rubens Ometto, que aparece na lista de agosto com um patrimônio de 2 bilhões de dólares, e Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, que aparecia com uma fortuna de 1,5 bilhão de dólares. Desde o começo do ano, as ações das empresas se desvalorizaram 50% e 33%, respectivamente. A situação de alguns dos bilionários de 2007 também não é fácil. Nove das 11 empresas, controladas pelo grupo dos 14, tiveram desempenho pior que a média do Ibovespa desde que abriram o capital. É provável que, caso a tendência não mude, alguns deles deixem de ser bilionários no ano que vem -- uma prova de que entrar nesse clube é muito mais difícil do que sair dele.

A velocidade da riqueza
Quanto tempo os bilionários demoraram para ganhar 1 000 dólares no ano passado

SULEIMAN KERIMOV (Rússia)
Origem do dinheiro Investimentos na bolsa
Fortuna 14,4 bilhões de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 4,3 segundos

ALBERTO BAILLERES (México)
Origem do dinheiro Mineradora Penoles
Fortuna 5 bilhões de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 14,3 segundos

JORGE PAULO LEMANN (Brasil)
Origem do dinheiro Inbev e Lojas Americanas
Fortuna 4,9 bilhões de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 21 segundos

OPRAH WINFREY (Estados Unidos)
Origem do dinheiro Empresas de mídia
Fortuna 1,5 bilhão de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 31,5 segundos

RALPH LAUREN (Estados Unidos)
Origem do dinheiro Marca Polo
Fortuna 5 bilhões de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 39,5 segundos

ROBSON WALTON (Estados Unidos)
Origem do dinheiro Wal-Mart
Fortuna 16,7 bilhões de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 45 segundos

WONG KWONG YU (China)
Origem do dinheiro Rede de varejo Gome
Fortuna 2,3 bilhões de dólares
Ganhou 1 000 dólares em 52 segundos

Para chegar a esses resultados, a fortuna acumulada por cada bilionário em 2007 foi dividida pelo total de segundos do ano. Com base nisso, foi calculado o número de segundos que cada um levou para ganhar 1 000 dólares.
Fonte: Forbes

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

As maiores fraudes na história dos mercados

Segue abaixo as maiores fraudes conhecidas do mercado. Me intriga a inteligência dessas pessoas, mas porque não usá-las para algo construtivo né?

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A megafraude Madoff


A firma de Madoff possuía diversos hedge funds como clientes, controlava cerca de US$ 17,1 bilhões em ativos. Longe das operações prometidas, a Madoff Securities nada mais era que um esquema Ponzi gigante.



A rentabilidade prometida era paga aos investidores com o dinheiro obtido com o ingresso de novos clientes.

Suspeitando das movimentações, o FBI enviou agentes ao apartamento do ex-presidente da Nasdaq em Nova York. Ao se deparar com o investidor de 70 anos, os agentes pediram uma explicação inocente. "Meu negócio é uma grande mentira", foi a resposta.

Após quase um mês de noticiário destacando diariamente o nome de uma ou mais vítimas do esquema, Madoff volta às manchetes neste início de semana. Após enviar relógios, jóias e outros bens de valor a familiares, as autoridades da Flórida voltaram a pedir a prisão do investidor, mesmo com as investigações ainda não concluídas. Caso se confirmem as projeções de US$ 50 bilhões envolvidos no esquema, o caso Madoff Securities é a segunda maior fraude da história corporativa norte-americana, atrás somente da Enron.

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Charles Ponzi

O italiano Charles Ponzi deu nome ao esquema utilizado por Bernand Madoff. Durante a primeira guerra mundial, ao emigrar da Itália para os Estados Unidos, percebeu uma falha no sistema postal. Os cupons-resposta internacionais permitiam o envio de correspondência de um país a outro. Diferentemente dos selos utilizados internamente, estes cupons eram adquiridos em um país e poderiam ser trocados em outro, convertidos em selos.



Em meio à inflação gerada pela primeira guerra, a idéia de Ponzi era adquirir os cupons-resposta na Itália por valor mais barato, enviá-los aos Estados Unidos e trocá-los por selos locais de maior valor. A brecha neste sistema chegou a gerar 400% de retorno líquido a Ponzi, que fez fortuna e se tornou um dos cidadãos mais influentes da sociedade de Boston.

Ponzi passou a oferecer lucros de 50% em quinze dias para investidores, captando mais dinheiro para as compras dos cupons e utilizando as próprias captações para bancar as promessas de retorno. Após ser pego nos Estados Unidos, foi deportado para a Itália. Passou seus últimos dias no Rio de Janeiro, à beira da miséria. Faleceu em um hospital carioca para indigentes, em 1949.

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O escândalo Enron

Mesmo relacionando cerca de US$ 50 bilhões, Madoff ainda fica longe do escândalo Enron. Gigante norte-americana do setor de energia, a companhia chegou a ser uma das líderes mundiais em distribuição e empregar mais de 20 mil funcionários. Em parceria com empresas e bancos, a companhia manipulava seus balanços, inflava resultados e escondia débitos bilionários.



A Enron divulgava lucros artificiais e contratos inexistentes. Após dezenas de investigações do governo norte-americano, foram indiciados executivos, bancos, contadores, escritórios de advocacia responsáveis pela fraude que levou a companhia à concordata no final de 2001. O grupo Arthur Andersen, que fazia sua auditoria, foi junto para o buraco. Os débitos encobertos pela Enron chegavam a US$ 25 bilhões; a empresa possuía uma base de ativos próxima de US$ 64 bilhões. A fórmula da fraude da Enron é a mesma de episódios com a Parmalat e a WorldCom/MCI.

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Um império de palitos de fósforo


Na mesma linha da Enron se situa Ivar Kreuger, sueco famoso como inventor do palito de fósforo. Kreuger construiu um verdadeiro império dos fósforos, negociando monopólio da produção com governantes europeus e do continente americano na década de 1930. Chegou a controlar dois terços da produção mundial de fósforos após a primeira guerra mundial, emprestando elevados montantes para a reconstrução européia no pós-guerra.



Kreuger se suicidou em 1932, recebendo uma homenagem de destaque na revista The Economist (ao lado, seu rosto na capa da Time), que se referiu ao "rei dos fósforos" como um ícone de carreira insuperável.

Três semanas depois, a própria Economist publicara uma matéria divulgando suas fraudes, que envolviam esquemas com gestores de fundos, negociações de ativos de minas imaginárias no Canadá e Boiler-room operators (operadores que pressionavam investidores a negócios não rentáveis).

Nas palavras de famoso economista John Kenneth Galbraith, "foi o Leonardo Da Vinci da trapaça".

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US$ 2,5 trilhões em Treasuries?



Nas palavras da edição Londrina da revista Times, "teria sido o maior fraudador da história, se não tivesse sido pego". O estrategista da Scotland Yard Graham Halksworth tentou autenticar nada mais que US$ 2,5 trilhões em títulos do Tesouro norte-americano. Alegava que estas notas haviam sido emitidas na década de 1930 pelo governo norte-americano para minar a revolução comunista na China. Foi preso em 2003.

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A história de Naji Nahas

O episódio mais famoso do mercado acionário brasileiro envolve o libanês naturalizado brasileiro Naji Nahas, acusado da quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1989. Com um império que incluía empresas, fazendas e seguradoras, o investidor fez fama no mercado por suas operações arrojadas. Sozinho, chegou a controlar 6% das ações da Petrobras e 10% dos papéis da Vale em circulação.



As acusações apontavam que Nahas emprestava dinheiro de instituições financeiras para aplicar em ações, manipulando a valorização dos ativos realizando negócios consigo mesmo via laranjas ou corretores. Foi inocentado em 2004. Alega que a quebradeira ocorreu pela mudança nas regras de negociações, acusando posteriormente o ex-presidente da Bovespa Eduardo Rocha Azevedo de planejar sua queda. Nahas afirma que Rocha fazia parte de um grupo de investidores que apostavam na retração do Ibovespa, enquanto ele apostava na alta.

Nahas voltou aos noticiários com a operação Satiagraha, em julho do ano passado. Chegou a ser preso sob acusação de participar de um esquema de desvio de verbas públicas e crimes financeiros. Entre os presos na operação estavam o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

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A história das grandes fraudes é construída por brechas nos mercados, que acabam proporcionando a correção de falhas; pela via mais dolorosa, o mercado acaba aprendendo com o erro de seus participantes. As mais recentes escancaram a necessidade de maior regulação nas operações financeiras, como no caso Madoff. Resta saber qual a próxima lacuna; ou o próximo personagem da lista.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Antônio Ermírio de Moraes e o Grupo Votorantim


No mês passado comprei uma revista que tinha uma reportagem com a trajetória completa do grupo Votorantim e da família Ermírio de Moraes. Sempre soube que a Votorantim era uma grande empresa e que, mesmo com sua magnitude, continua sendo familiar (Não tem ações na bolsa). Entretanto, nunca imaginei que fosse ficar fascinado ao conhecer toda a trajetória da família.

Hoje eu deixo um pouquinho da história de um dos homens que fez o grupo Votorantim ser o que é hoje:

"Uma lição Antonio Ermírio jamais esqueceu. “Era garoto quando ameacei matar uma andorinha. Meu pai tinha um vizinho alemão, robusto e defensor da natureza, que tomou o estilingue da minha mão. Nunca mais pensei em matar uma mosca sequer”, contou ele a ISTOÉ. Sorte de poucos, um império já o esperava quando nasceu, a 4 de junho de 1928, em São Paulo. Alfabetizado no tradicional colégio Rio Branco, decidiu seguir a trilha do pai, José Ermírio de Moraes."

Em 1945, partiu para o Colorado, nos EUA, para se formar engenheiro metalúrgico na mesma faculdade do patriarca, a Colorado School of Mines. “No dia da minha viagem chovia muito. Os passageiros estavam com os pés lambuzados de lama e o avião decolou com o chão forrado de jornal.” Da temporada americana, ele se lembra com nostalgia. “No Natal fui convidado para jantar na casa do professor que eu mais gostava. Isso foi a maior honraria que já recebi na vida.” Apelidado de Tony pelos colegas americanos, viveu quatro anos num quarto de pensão ao preço de US$ 10 ao mês. Para economizar, comeu muito sanduíche. Certo dia, um amigo veio correndo lhe contar que ele havia tirado a maior nota da turma, 97. No único dia em que provou uísque na vida, o empresário descobriu que havia nascido com um rim só. Foi socorrido no hospital americano e saiu de lá com a seguinte recomendação: beber muita água.


O retorno ao Brasil, em 1949, não foi tão amistoso como ele esperava. Assim que o pai pôs os olhos no filho em casa, alertou: “Há muito trabalho pela frente. Vou lhe dar um salário e fazer uma experiência com você. Se não der certo, não vou lhe contratar.” No mesmo dia Antonio Ermírio encarou seu primeiro dia de trabalho numa das fábricas do grupo Votorantim.
Bastaram seis anos para ele anunciar sua primeira vitória, a fundação de sua própria firma, a Companhia Brasileira de Alumínio, em 1955. Em 1962, Antonio Ermínio assumiu todas as empresas e o grupo não parou de crescer. Inaugurou fábricas de cimento, zinco e níquel. Sem reclamar, ele diz que desde que pisou na Votorantim não tira férias. “Mas minhas viagens de trabalho têm sabor de aventura.” Nos anos 70, estava no Ceará em busca de jazidas de cobre. A ausência de restaurantes o obrigou a passar 15 dias comendo fruta-de-conde.

Terno surrado

Em 1986, abocanhou 1,1 milhão de eleitores concorrendo ao governo do Estado de São Paulo pelo PTB - perdeu para Orestes Quércia. “Meu pai dizia que política é suja para um homem de empresa e eu o desobedeci”, disse o empresário, que se desculpou ajoelhado ao túmulo do pai. Há dez anos investe no teatro. Brasil S/A, peça de sua autoria que estreou em 1996, foi escrita quando ele viajava para Londres, nas 18 horas do vôo. Pediu alguns guardanapos de papel e em cima do cardápio escreveu a peça que já estava em sua mente há tempos. “Para escolher o nome de um dos personagens, abri o cardápio. A primeira palavra que li foi camarão. É isso, o meu personagem se chama Camarão!”
Casado com Maria Regina e pai de nove filhos, é um homem de hábitos simples. Costuma ouvir atento os pedidos de emprego que recebe ao ser reconhecido nas ruas. Dispensa seguranças, não usa carro blindado e - dizem as más-línguas - veste sempre o mesmo terno surrado. Nem aparenta o empresário que, em 1996, foi apontado pela revista americana Forbes como um dos mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 5 bilhões.