E lá se vão quase oito meses desde a minha última postagem. Ano passado comecei quase todos os posts dizendo o quanto eu estava atarefado. Para dizer a verdade, eu não só continuo como hoje está muito pior. Quando eu penso que estou no meu limite, descubro que consigo fazer ainda mais coisas. Não só no lado profissional, como também no pessoal. Este blog é um passatempo para mim e está entre as coisas que curto fazer. Gosto de compartilhar os meus resultados, o que venho fazendo e as histórias que acho interessantes. Com certeza continuarei com o blog, mas é muito provável que as atualizações sejam pouco frequentes, ao menos enquanto a minha vida estiver como está. Não quero desistir do blog, mas também não tenho pretensões momentâneas de torná-lo algo grande. Isso só aconteceria se eu realmente investisse mais tempo nele, não só na qualidade das postagens, como também na divulgação, melhoria do layout, dentre outros. Quem sabe mais para frente, né?
Mas vamos ao que interessa...
2015, como todos sabem, foi um ano complicadíssimo para a nossa querida Bolsa de Valores. Ela teve uma queda acumulada de 13,31%. Ganhar dinheiro no mercado, somente com ações, foi como tirar leite de pedra para a maioria dos investidores.
O ano de 2015 não foi difícil só para os investidores, mas tem sido para a maioria de nós. Me faltam palavras e adjetivos para descrever esse ano que, com certeza absoluta, entrará para a história da nossa economia como um ano a ser estudado e lembrado por muitos outros anos. Tivemos a operação lava-jato, que fez a Petrobras desabar ainda mais; derrocada do setor de construção naval, com várias empresas fechando e outras pedindo recuperação judicial; prisão de mega empresários, coisa jamais vista no nosso país; inflação ultrapassando os 10%, aumento do desemprego, pedido de impeachment da Dilma, maior saque líquido da poupança em 20 anos e por aí vai.... Se eu for ficar aqui listando as mazelas, não vai ter espaço para comentar mais nada, pois 2015 realmente foi um ano complicado. Como brasileiro apaixonado por seu país, fico muito triste com tudo isso. Obviamente que existe uma crise mundial. Não é só o Brasil que está com problemas. Todavia, dentre todas as economias, nós somos uma das piores. Nós não preparamos as bases para sobreviver a esta tormenta. Há quase 2 anos se fala dos impactos que uma tempestade perfeita poderia trazer para o Brasil, mas o que vem ocorrendo é uma tempestade mais do que perfeita. O preço do petróleo está batendo mínimas históricas e o minério também, principalmente devido a um possível arrefecimento da China. Se não fosse pela agricultura e pecuária o Brasil poderia estar em uma condição muito pior. Aliás, falando em agricultura e pecuária, apesar de sermos um país avançado nessas áreas, não dá nem para entrar no mérito do esforço do país em expandir para novos mercados e fazer novos acordos comerciais. As carruagens vão passando e a gente vai ficando para trás. O único bloco comercial do qual o Brasil faz parte é o Mercosul, sendo que este, por sua vez, não é tão expressivo quanto outros existentes.
É com essa breve introdução que apresento o resultado da minha carteira em 2015. No último post, em maio, comentei sobre o resultado da minha carteira em Março e Abril. Na oportunidade eu estava fazendo Hedge com PETR4. Em abril eu tive ganhos de 30,64% com ela. Percebendo aí uma grande oportunidade, fiz um lançamento de opções de compra coberto, ganhando um dinheiro com o prêmio, e fiquei aguardando para saber se seria ou não exercido. Felizmente, a ação da Petrobras subiu e em Maio eu fui exercido. Daí para frente vocês sabem o resultado, né? A empresa vem afundando na bolsa com o preço do barril e com a enxurrada de notícias da operação lava-jato. De lá para cá venho tentando manter o meu objetivo, 50% em renda fixa, 30% em FII e 20% em ações. Procurei ser conservador na escolha das ações, visando as boas pagadoras de dividendos. Sendo bem honesto com vocês, fechei o ano com CTIP3, CIEL3 e ITUB4. O ano só foi bom em termos de valorização para CETIP, enquanto as outras duas fecharam no vermelho. No entanto, manterei a minha estratégia com essas ações em virtude dos dividendos. Aproveitei as quedas para aumentar a minha posição.
Em termos de FII, não tenho muito o que comemorar. FFCI11 e BRCR11 acabaram com a carteira. Foram ótimas em anos anteriores, mas péssimas em 2015. Acabei demorando para me desfazer de BRCR11, mas após o anúncio da Petrobras de abandonar um dos andares que ela alugava em um prédio que o fundo tem administração, acabei vendendo BRCR11. Aproveitei a venda para dar uma diversificada em outros FIIs. O meu objetivo com FIIs é usar o dinheiro dos alugueis para acumular mais FIIs e/ou ações pagadoras de dividendos. Veremos como será 2016.
E por último, falando em renda fixa, só tive alegria. Os meus títulos vão muito bem, obrigado. Também tive vencimento de uma LC da Omni que me rendeu bons 12,67% já descontando os impostos. Tenho ainda um CDB do Banco Paulista que vence esse ano. Todo o restante está em diferentes títulos NTN-Bs, LFT e LTN. Fui diversificando ao longo de 2015 aproveitando as mudanças nas taxas. Aliás, tivemos até períodos em que os títulos tiveram que parar de ser negociados, pois as taxas estavam variando loucamente. Quem aproveitou a oportunidade acabou conseguindo títulos pré-fixados pagando mais de 18% ao ano. Se não fosse pelo meu investimento em renda fixa, eu teria terminado o ano de 2015 no negativo.
Agora apresentando a minha tabelinha de resultados no ano. Conforme vocês podem ver, tive apenas 4,8% de rendimento no ano, enquanto a inflação oficial em 2015 foi de 10,67%. Infelizmente eu perdi para a inflação. Só poderia reverter isso se tivesse investido com mais peso em renda fixa ou se tivesse escolhido outras ações. Mas eu também não posso reclamar, pois o Ibovespa caiu 13,31% em 2015. Ou seja, o investidor focado em ações com certeza saiu perdendo, salvo raras exceções. O colega do blog D'UÓ fez uma compilação de alguns blogueiros e os seus resultados. Fiquei feliz em ver que teve gente que teve ótimos rendimentos, como o colega do Viver de Dividendos, que foi o campeão dentre os blogueiros da lista, com uma incrível valorização de 26,9% até Novembro de 2015. Aliás, recomendo muito o blog Viver de Dividendos. O autor joga limpo em tudo que está fazendo, dizendo até mesmo quanto é o seu faturamento mensal, seus gastos, as ações que investe. Além disso, ainda dá dicas de como investir no exterior, coisa que ele já faz. Diferente de mim e de muitos blogueiros, ele apresenta a evolução da carteira com os valores reais. Por motivos pessoais, prefiro compartilhar apenas a minha estratégia e mostro os rendimentos, mas prefiro não dizer quanto tenho investido. Mas vamos aos meus resultados.
Em relação à composição, fiquei bem perto do meu objetivo, 50-30-20. Terminei o ano com nada investido em fundos e 0,38% do capital em caixa, aguardando boas oportunidades de entrada. O restante vocês podem ver no gráfico abaixo.
O meu desejo em 2016 é que todos que gostem de investir façam boas escolhas, incluindo a mim mesmo, obviamente. Da minha parte, continuarei bastante focado em renda fixa. Talvez eu até abandone um pouco o objetivo de 50-30-20 para um 60-20-20. Com a inflação estimada na cada dos 8% para 2016, este com certeza será um bom ano para as NTN-Bs. Veremos...
No mais, tentarei passar por aqui outras vezes para continuar com a série sobre grandes investidores que bateram o S&P 500 e também para postar os meus resultados.
Grande abraço e feliz 2016.