Este é o segundo post da série "milionários e bilionários: o que você pode aprender com eles" que posto. O primeiro você pode conferir aqui. A série está sendo feita pela equipe da Wintrade, que tem o objetivo de dividir conosco um pouco do conhecimento adquirido por fantásticos homens de negócios.
Mittal, o marajá do aço
Fonte: Wintrade
O sexto homem mais rico do mundo, segundo o levantamento feito pela revista Forbes, não poderia ter um apelido mais descritivo: o marajá do aço. Lakshmi Mittal, o dono do tal apelido, é o presidente da maior companhia de aço do mundo, a ArcelorMittal, que opera em mais de 60 países. Com US$ 31,1 bilhões no bolso, é considerado o indiano mais rico e também o morador com mais dinheiro da Grã-Bretanha, segundo o jornal The Sunday Times.
Ele nasceu em 1950 em um vilarejo no Rajastão e começou a carreira alternando as aulas com o trabalho na pequena siderúrgica da família. Em meados dos anos 1970 iniciou o crescimento dos negócios ao adquirir uma laminadora de aço na Indonésia, e foi lá que iniciou a rápida expansão da empresa. Sua estratégia era comprar siderúrgicas deficitárias, muitas delas estatais, em países subdesenvolvidos. Com essa política, o indiano fez jus a seu primeiro nome, inspirado na deusa Lakshmi, que representa a riqueza e a fartura no hinduísmo.
Em 2004 ele se consolidou como o maior no ramo da siderurgia quando criou a Mittal Steel Company. O conglomerado surgiu da fusão de duas empresas que Mittal já controlava – a LMV Holdings e a Ispat International –, e da compra de uma terceira, a americana International Steel Group (ISG). Quando aparentava não ter mais para onde crescer, em 2006, a Mittal Steel Company se fundiu com a Arcelor, então segunda maior do mundo, criando a ArcelorMittal, gigante global do setor.
Lidando com a crise - Apesar da liderança absoluta, Mittal sofreu durante a crise econômica mundial. Para se ter uma ideia, ele apareceu em quarto lugar no ranking da Forbes no início de 2008, antes da crise estourar, com a “modesta” fortuna de US$ 45 bilhões. Em 2009 caiu para o oitavo lugar e sua conta teve um desfalque significativo, indo para US$ 19,3 bilhões. Em um cenário de recessão que abalou fortemente a indústria do aço, o indiano fez o necessário para impedir que sua empresa quebrasse: conteve gastos, reduziu a produção, demitiu funcionários e cortou salários.
Funcionou - Além de recuperar alguns bilhões de sua fortuna, Mittal também restaurou o poder da companhia. A ArcelorMittal hoje produz mais de 100 milhões de toneladas métricas de aço por ano. Sua produção é maior que a soma de suas três maiores concorrentes: BaoStee, POSCO e Nippon Steel.
Luxo - Tanto dinheiro permite ao bilionário alguns “exageros”. Em 2004 ele adquiriu por cerca de US$ 130 milhões a casa considerada na época a mais cara do mundo, em Londres – cidade em que vive há quase 20 anos. A mansão tem 12 quartos, salão de baile, piscina incrustada com jóias, banho turco, e mármore tirado da mesma pedreira utilizada para a construção do Taj Mahal. Na vizinhança ficam nada menos que a casa londrina do sultão de Brunei e o Palácio de Kensington, que pertence à Família Real britânica.
Ainda em 2004, Mittal desembolsou US$ 60 milhões para fazer a festa de casamento da filha Vanisha, na França. Os 1200 sortudos que receberam o convite (um livreto de 200 páginas, dentro de um estojo de prata) passaram por cinco dias de comemoração, com direito a noivado no Palácio de Versalhes, celebração do casamento no castelo Vaux-le-Viconte e show da cantora Kylie Minogue.
Apesar das extravagâncias, Mittal é um homem reservado e raramente dá entrevistas. Seu assunto preferido é o aço, e claro, seus negócios. Ele se dedica completamente às empresas, e tem como principal diversão ver crescer seu patrimônio.
Confira algumas das frases que o magnata já disse em entrevistas à imprensa:
“Todos experimentam tempos difíceis, e como você lida com eles é uma maneira de medir sua determinação e dedicação”.
“Nós temos que ser mais flexíveis com as mudanças na economia”.
“Sempre pense além e abrace as oportunidades que aparecem, quaisquer que sejam”.
“Quando as pessoas podem ver em qual direção seus líderes estão indo, fica mais fácil motivá-las”.
“É sempre útil trazer novos pensamentos e perspectivas para os negócios”.
“O diálogo com os acionistas é muito importante, especialmente durante tempos de crises. Nós todos precisamos estar informados e em contato próximo para lidar com a situação. Ganhar a confiança e o respeito dos acionistas é o segredo de nosso sucesso”.