Aproveitei o feriado que teve aqui em Macaé, devido ao aniversário da cidade, e aproveitei para começar a ler o novo livro de Warren Buffet - A bola de neve - que é a sua primeira biografia autorizada. Já postei sobre ele mais de uma vez, todos sabem que o seu método é ortodoxo e que ele investe da mesma forma desde que começou. Entretanto, para os visitantes que não o conhecem, ou nunca ouviram falar do homem que já foi o mais rico do mundo, segue uma matéria do Roberto Altenhofen, onde ele mostra os dois capítulos do livro de Graham, que o inspiraram na sua forma de investir:
O que faz Buffett diferente? Os 2 capítulos que mudaram a vida do megainvestidor
Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
28/07/09 - 14h00
InfoMoney
SÃO PAULO - Pelos resultados obtidos, Warren Buffett é unanimidade nos mercados. Qualquer investidor que acompanha a rotina das bolsas já ouviu falar do Oráculo de Omaha. Mas vai além de seu desempenho como investidor. A personalidade, a metodologia de trabalho, as frases memoráveis. Todos querem saber o que Buffett está pensando. Todos querem saber o que o torna diferente.
A procura por esta resposta, que atrai muita gente às assembléias da Berkshire Hathaway, rende tanta leitura à sua carta aos acionistas ou audiência às suas entrevistas. Mas a solução pode ser mais simples do que se imagina. E mais: acessível a qualquer investidor.
Inteligente
O próprio Buffett forneceu a resposta, em entrevista à rede PBS: "Eu li um livro quase 60 anos atrás, chamado 'O Investidor Inteligente', e realmente aprendi tudo que preciso saber para investir, especialmente com os capítulos 8 e 20...Nunca mudei nada desde então."
A bíblia de investimentos citada por Buffett é assinada por ninguém menos que Benjamin Graham, seu mentor e pai do Value Investing, publicada em 1949. Não é segredo para ninguém a admiração de Buffett pelo livro e pelas ideias de Graham. Ainda assim, esta declaração recente especifica mais as coisas.
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Capítulo 8
O capítulo 8 da obra de Graham é chamado "O Investidor e as flutuações do mercado", tratando basicamente das reações do investidor às tendências de alta e baixa. Graham explora a hipótese de mercados eficientes, argumentando que é muito difícil para o investidor comum bater o mercado.
Lembrando a hipótese: todas as informações disponíveis estão incorporadas nos preços, o que torna os movimentos de curto prazo meramente aleatórios. Com base nesta consideração, Graham introduz o conceito de valor intrínseco (o verdadeiro valor da empresa, considerando fatores tangíveis e intangíveis) para sugerir que o investidor evite focar sua estratégia em comprar ações barato para vender mais caro. Para ele, o ideal é procurar papéis que estejam sendo vendidos abaixo de seu valor intrínseco.
Outra opinião
Também a fundo neste capítulo, Morgan Houssel, do portal Motley Fool, extrai do oitavo capítulo que "temos uma tendência a nos tornarmos confiantes diante de ganhos e vice-versa - vendendo com pânico após grandes perdas. Dois segundos de pensamento lógico dirão a você que isto não é racional."
Para reforçar este argumento, basta lembrar que Buffett construiu a maior parte de sua fortuna explorando oportunidades em momentos adversos do mercado, quase nunca caminhou de acordo com as tendências.
- Nas palavras de Graham:
" A própria estrutura de cotações da bolsa possui em si uma contradição. Quanto melhor forem os resultados e perspectivas para um determinado papel, menos relação ele terá com seu patrimônio líquido "
"O objetivo principal do investidor consiste em comprar e manter empresas adequadas a preços adequados"
"O investidor que permite a si mesmo seguir a boiada ou ficar desnecessariamente preocupado com declínios injustificados do mercado está perversamente transformando sua vantagem básica em desvantagem básica"
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Capítulo 20
A outra dica de Buffett diz respeito ao capítulo 20. Nele, Graham se aprofunda no conceito de margem de segurança. Pelo fato do mercado atender a movimentos aleatórios no curto prazo e as projeções do mercado se basearem muitas vezes em suposições, a ideia é pagar menos pelos ativos do que seu valor estimado, sempre deixando uma margem de erro.
Grosso modo, a margem de segurança nos projeta ao atual upside, ou potencial de valorização. Para Graham, simboliza apenas a diferença entre o preço da ação e o valor intrínseco da companhia.
Uma segunda opinião
Sobre este capítulo 20, Morgan Houssel extraiu do texto a sugestão de que o ideal é dar espaço a si mesmo para estar errado, sabendo que em diversos casos, você provavelmente estará. "Precisa haver uma larga escala de aceitação entre o que é projeção e o que é potencial", resume.
- Nas palavras de Graham:
"Você nunca estará certo ou errado porque o mercado discorda de você. Você estará certo se seus dados e raciocínio estiverem corretos"
"Uma verdadeira margem de segurança é aquela que pode ser demonstrada por números, por raciocínio lógico, e por experiência própria"
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"O Investidor Inteligente - Um Guia Prático de Como Ganhar Dinheiro na Bolsa", editora Nova Fronteira
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