Esse soube aproveitar as oportunidades que vieram até ele. Mais uma histórias daquelas que eu adoro:
Fonte: Portal Exame
"O pernambucano Angelo Leite transformou uma empresa criada para consertar telefones públicos num negócio que fatura 20 milhões de reais ao ano ajudando a organizar o trânsito
O significado do nome Serttel - empresa do engenheiro pernambucano Angelo Leite, de 44 anos - é Serviços Técnicos de Telecomunicações e Eletrônica. O estranho é que a Serttel não oferece nenhum serviço na área de telecomunicações. Leite até evita espalhar por aí o significado original da sigla. "Criamos tecnologia para soluções de tráfego", diz ele. "O foco inicial mudou completamente."
Como muitas pequenas e médias empresas, a Serttel não nasceu com um modelo acabado, não é invenção de um plano de negócios nem produto de uma estratégia sofisticada - ela é, simplesmente, o resultado dos erros e dos acertos de seu fundador. Quando o negócio começou, 20 anos atrás, a proposta era consertar telefones públicos. Hoje, a Serttel fornece todo tipo de serviço para resolver problemas de tráfego, como gerenciamento de parquímetros eletrônicos e medição de fluxo de veículos. "Nosso trabalho é criar tecnologia para aumentar a mobilidade das pessoas", diz Leite. Entre seus principais clientes estão as prefeituras de Recife, Rio de Janeiro, Natal, São José dos Campos e Guarulhos. A companhia fatura cerca de 20 milhões de reais e cresce 15% ao ano.
Chegar a esses resultados não foi fácil nem era previsível. Leite teve uma infância simples na cidade de Santa Maria da Boa Vista, no sertão pernambucano. Desde criança, gostava de fazer pequenos serviços na vizinhança, como consertar antenas de televisão e cuidar da manutenção elétrica das igrejas. Aluno de escola pública, passou no vestibular de engenharia elétrica na Universidade Federal de Pernambuco e se mudou para a capital.
Em 1987, quando Leite estagiava numa empresa de telecomunicações, foi convidado por um engenheiro a abrir uma empresa para consertar aparelhos telefônicos e orelhões. "Eu levava os telefones para a república e virava a noite", diz Leite. Só cinco anos mais tarde ele começou a prestar atenção em problemas de trânsito. Conversando com profissionais da área, soube que o Detran de Pernambuco precisava de um sistema para controlar o tempo de abertura dos semáforos. "Aquilo não tinha nada a ver com o negócio da Serttel", diz Leite. "Mas achei que eu era capaz de desenvolver uma solução." Ele fez o equipamento e o enviou para o Detran testar. O Detran comprou.
No ano seguinte, a Serttel participou de uma licitação para prestar manutenção nos semáforos de Recife. Na época, o serviço era feito de uma forma um tanto improvisada - as mesmas empresas responsáveis pela pintura das calçadas consertavam as sinaleiras. Leite propôs um preço equivalente a um terço do valor cobrado pelos concorrentes e levou o contrato.
Por trás do preço atrativo estava a redução de custos com a substituição dos caminhões de manutenção por Kombis com escadas. Para demonstrar que as Kombis dariam certo, Leite convidou o empregado mais gordo do Detran a subir na escada, inclinada o máximo possível. Seguiram-se alguns minutos de suspense, mas a Kombi não tombou.
Com a privatização da telefonia, em 1998, a Serttel teve de abandonar de vez seu negócio original e ficou só com a área de tráfego. Mais dedicado à questão do trânsito, Leite pôde perceber alguns problemas. Sua companhia apenas alugava mão-de-obra e veículos para o poder público e recebia por hora trabalhada. "Não era um negócio muito inteligente", diz Leite.
Ele desenvolveu uma proposta e apresentou-a às prefeituras clientes. Argumentou que, se a Serttel administrasse uma rotina de manutenção de sinaleiras em vez de esperar passivamente que um funcionário da prefeitura acionasse os empregados só depois que um semáforo entrasse em pane, seria possível aumentar a qualidade dos serviços e reduzir gastos. As lâmpadas dos semáforos, por exemplo, podiam ser trocadas antes de queimar, seguindo um cronograma que levava em conta a vida útil do farol. A proposta incluía um contrato por produtividade - se não alcançasse determinadas metas, a Serttel daria um desconto proporcional no preço.
Daí em diante, a empresa se concentrou em criar soluções para o tráfego e aproveitar melhor as tecnologias já existentes. Os funcionários da Serttel adaptaram as câmeras de vídeo que detectam infrações nos semáforos para flagrar assaltantes. E as lombadas eletrônicas usadas para controle de velocidade agora medem o fluxo de veículos.
Com esse tipo de levantamento, Leite montou um banco de informações. Há, por exemplo, relatórios com as vias mais acessadas e a velocidade média nas pistas em diversos horários. "Estamos usando os dados coletados pela Serttel para refazer o planejamento urbano", diz Carlos Padilha, presidente da Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos de Recife.
Recentemente, a Serttel implantou, em parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro, um sistema comunitário de aluguel de bicicletas semelhante ao de Paris e Barcelona. A forma como a empresa ganhou a licitação do projeto é curiosa. Leite conta que levou um susto ao saber do resultado. "Participei para ganhar experiência", diz. "Achei que os concorrentes fossem empresas europeias especializadas nisso." Mas os europeus não haviam se habilitado para a licitação - nem os europeus nem nenhuma outra empresa.
De uma hora para outra, Leite viu-se com um prazo de seis meses para criar um sistema complexo, que envolvia a fabricação de bicicletas resistentes a chuva, um mecanismo de identificação para evitar roubos e um programa de pagamento por celular. Às pressas, Leite visitou vários grandes fabricantes de bicicletas - e ouviu muitos nãos. Acabou comprando os quadros e montando, ele mesmo, as bicicletas.
A Serttel está num contexto muito favorável para seu crescimento. O trânsito é um drama mundial, e quem apresentar boas soluções tem um amplo mercado à frente. Hoje, Leite negocia uma parceria com uma empresa espanhola. "Nosso sistema de bicicletas ficou barato e bom. É exportável", diz Leite. No Brasil, também há interessados. "Queremos a ajuda da Serttel para ampliar o serviço de bicicletas para a Copa do Mundo de 2014", diz Julio Lopes, secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro. Certa vez, o secretário esteve em Recife e visitou a Serttel. "Eu estava meio desconfiado", diz Lopes. "Fiquei pensando: será que essa empresa, lá no Nordeste, pode resolver nosso problema? Hoje, admiro muito o trabalho desses caras.""
6 comentários:
Otima história é otimo ver como as pessoas conseguem mudar completamente o ramo da empresaou reinventar ela totalmente.
Agora mudando de assunto com relação a postagem acho que teve ser o meu e-mail naum sei
abraço
sobre o assunto serttel sinalização de recife e regial metropolitana nem tudo isso que foi escrito é verdade em primeiro lugar angelo leite copiou de um esquema de semaforo de tres tempos criado por Paulo Ferreira Reis o verdadeiro criador de controladores de semaforo de Pernambuco tipos:eletro macanico e eletro eletronico, esse é o verdadeiro criador que revolucionou a trânsito do estados com grandes criações angelo apenas copiou e tranformou para eletronico, Paulo Reis como é conhecido por todos é funcionario do Detran PE, com 39 anos prestados nessa autarquia e unico criador de controladores de semaforo.
Se foi ele ou não eu não sei, mais admiro a forma como criou o sistema e o interesse em encontrar soluções tecnológicas de mobilidades para os grandes centros,PARABÉNS! Sr.Angelo Leite, boa iniciativa.
Ass: Magdael
Trabalho na empresa, e parabenizo a ideia do dono
Quem não gosta de publicidade, controla a publicitária entendeu
Como disse um anônimo acima, o Ângelo Barros nada fez sozinho nem criou. Era um guri saído de estágio, quando foi trabalhar, realmente, com o criador da SERTTEL, que por motivo de saúde vendeu sua parte aos Mendonça. O Ângelo deve tudo que tem hoje ao Dr. FERNANDO ANTÔNIO LOPES PIMENTEL ROSA. Porque ele oculta isso? Fui funcionário da Serttel, sei o que digo. 9-3-2012. anônimo por enquanto.
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